Capítulo XVI

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Um mundo coberto de cores.

Uma colina de flores que se estendia além da vista, uma visão que roubou o ar de seu pulmão. E, alguns passos adiantes, a única coisa no horizonte além da grama radiante e as flores, uma árvore se erguia. Absolutamente estonteante, uma glicínia imensa de pétalas lilases. Ela podia sentir o calor do sol no rosto, acariciando sua pele, podia sentir o vento ameno e o cheiro das flores. Ela estava descalça, e, podia sentir a grama levemente úmida sob os pés. Ela caminhou na direção da árvore sem pensar muito, guiada meramente por instinto.

Quando se aproximou mais, ela discerniu duas figuras sob a árvore.

Um sorriso inundou seu rosto ao ver Ominis sentado de forma relaxada. O cabelo mais longo do que ela conhecia, os olhos azuis vibrantes, o seu rosto era pacífico, e ele vestia uma coroa delicada de flores amarelas sob a cabeça. Automaticamente ela impulsionou os passos, chegou a trotar um pouco na sua direção, e, assim que abriu a boca para chamar seu nome, ela reconheceu a outra figura.

Tinha visto uma cena como aquela mil vezes.

Uma criança com uma coroa de flores na cabeça, selecionando a dedo flores e fazendo outra coroa.

Liana parou poucos passos deles, a mão foi até o peito retumbante.

_David?

O pequenino levantou a cabeça, e sorriu como sempre fizera. De onde estava ergueu a coroa ainda não finalizada, como se dissesse que aquela seria a coroa dela. Ominis também ergueu os olhos para ela, o mesmo olhar cheio de amor que sempre a olhava, tão familiar.

_Lizzie – ele a chamou.

Ela soluçou com as lágrimas e disparou na direção deles, a mão estendida na direção de David que ainda sorria. Mas, assim que o tocou, ele se desfez em pétalas lilases. E, segundos depois, Ominis também.

Ela começou a gritar.

_Lizzie!

O cenário florido se desfez.

Ela abriu os olhos para um teto de pedra fechado. Mas ela ainda não conseguia se mexer.

_Lizzie!

Os olhos dela foram lentamente na direção da voz, daquela voz tão querida. O rosto de Ominis estava sobre ela, a expressão preocupada. Ele estendeu a mão para seu rosto, e assim que a palma quente dele recostou sob sua pele ela sentiu-se sair do estado catatônico.

_Lizzie, amor... – a voz de Ominis reverberava preocupação. – O que aconteceu?

Ela simplesmente foi até ele, enveredando seu corpo ao dele, desesperada. Ominis a segurou firme, seus braços fortes se fecharam como uma barra ao redor da sua cintura, colocando pressão, como se soubesse que ela precisava disso, de sentir que ele estava ali. Enquanto ela soluçava e chorava, Ominis passou o tempo todo a acariciando e beijando, desde os ombros, o pescoço e o rosto, beijos reconfortantes. Ele não disse nada, apenas a segurou firme e a acariciou com ternura até que seu acesso terminasse.

Ela estava com o rosto molhado enfiado no peito de Ominis, finalmente mais calma. Eles estavam enrolados um no outro na cama, com apenas um lençol sobre eles.

Sim, ela se lembrava,

A noite passada tinha sido um encanto, Ominis tinha chantageado seus colegas de quarto para lhe cederem o espaço pelo resto da noite e manhã. Eles puderam aproveitar o espaço a vontade, Ominis não parava de tocá-la, e eles aproveitaram tudo que não puderam nos últimos dias. Até que a fadiga os levou e ela dormiu abraçada ao corpo dele. Não era assim que ela queria começar o dia depois de uma noite tão linda.

Lealdade & Ambição - Legados de Sangue / Ominis GauntOnde histórias criam vida. Descubra agora