Capítulo VI

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Gilbert Gaunt passou a noite assombrado por pesadelos. Ele acordou com o grito estridente de Leya nos ouvidos. Mal humorado, ele decidiu que todos levantariam cedo da cama com ele. Pediu que convocassem Marvolo e Morphina, que os empregados fizessem o café, e, ainda com o sol amanhecendo, ele encontrou o filho e a esposa nas vestes noturnas. Morphina estava amarrada num roupão de cetim e tinha uma trança bagunçada sobre o outro, enquanto Marvolo parecia que não tinha dormido pelas olheiras debaixo dos olhos. Eles não disseram nada conforme ele entrava no salão e tomava seu assento. Eles não comiam juntos há um bom tempo. Gilbert estava sem paciência, por isso assim que se sentou ele se virou para o filho.

_Está feito?

Morphina parecia enojada conforme pegava a xícara de café. Marvolo hesitou por um segundo, olhando para um prato vazio.

_Sim, mas não sabemos se...pode ser que em uma única vez não tenha concebido. Por isso falamos sobre-

Gilbert bateu com a mão na mesa.

_Sim, sim, eu queria que você a seduzisse, tornaria tudo mais fácil. Mas você falhou – ele cuspiu na direção do filho – Como em tudo na sua vida. Vamos deixa-la o efeito da poção até o final.

Marvolo estremeceu levemente.

_Eu não acho que ela vá cometer o mesmo erro – ele sussurrou.

_Então vamos empurrar garganta abaixo. – ele disse, já cansado.

Morphina fez um barulho evidente quando colocou a xícara de volta do pires. Ela se virou na direção dele.

_Se quer tanto uma criança porque simplesmente não visita a cama da sua esposa?

Marvolo torceu o nariz com o ritmo na conversa. Gilbert Gaunt estava sob um ataque de nervos.

_Você deveria ficar contente por eu deixá-la usar nosso nome. Visitar você para que, outra criança inútil? – ele apontou na direção de Marvolo.

Marvolo se encolheu e Morphina se retesou, segurando a mão do filho.

_Marvolo sempre foi fiel e obediente. Ele carrega os valores da sua casa, do seu legado. Você até mesmo o fez... – Morphina rangeu os dentes, as veias saltando pelo pescoço – Isso foi pérfido demais até para você.

Gilbert não se importou com o que ela disse, foi a resposta física de Marvolo que incomodou, os olhos direcionados para o prato, as mãos fechadas em punho, a expressão de culpa evidente. Ele se levantou devagar e encarou o filho.

_Você... – quando Marvolo não respondeu, ele se virou e saiu gritando e chamando por Laurel.

_Laurel! – ele berrou, escadas acima – LAUREL.

Ele caminhou pelo corredor e bateu na porta violentamente até o rapaz que viera com ele, o irmão, abriu a porta. Laurel vinha logo atrás, roupas noturnas e o cabelo em pé.

_Senhor Gaunt?

_Agora, quero que você faça uma inspeção agora!

E o arrastou com ele, dando tempo de apenas pegar as ferramentas. Gilbert abriu a porta em um chute e a menina saltou na cama. Ela olhou na sua direção e a consciência retornou rápido. Ela olhou para o próprio corpo e o desespero começou a tomar sua expressão. Gilbert, que já tinha visto aquela mesma cena, se virou na direção de Laurel.

Lealdade & Ambição - Legados de Sangue / Ominis GauntOnde histórias criam vida. Descubra agora