Kiba - Sad

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Mais um que eu encontrei do ano passado, não era de nenhum personagem, mas lendo eu lembrei do Kiba, não me perguntem o porquê.

É contado como uma memória dele.

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   Ela havia dito, já havia avisado que não sabia o que sentia, que sequer sabia se sentia.

   Eu estava ciente, ciente de que precisaria de um pouco mais de persistência para tê-la. Talvez, ao final, eu sequer a conseguisse para mim, mas estaria contente de que uma pessoa tão brilhante como ela finalmente estivesse longe do bloqueio em torno de suas emoções.

   No momento em que ela me disse que não sentia, que não conseguia sentir, meu coração se apertou no peito. Como se todas as coisas que fizemos juntos fosse por água abaixo, caindo no esquecimento a cada vez que os segundos passavam.

   Não era culpa dela, eu nunca a faria sentir que era ela a culpada.

   Me custou um pouco para não transparecer que havia doído, mas me prendi a esperança de que ela sentia sim. Era impossível, em todas as noites que conversávamos até amanhecer, com belos e grandes sorrisos, que ela não sentisse alguma coisa. Mesmo que depois seu cérebro protegesse o coração a fazendo esquecer e confundindo seus sentimentos.

   A compreendi, me custou me doar e largar meu egoísmo sobre como eu me senti, quando não era eu o mais afetado.

   Respirei fundo sorrindo pra ela.

   "Amanhã terá uma chuva de asteroides, é a coisa mais bonita que vi na vida além de você"

   Foi o que eu disse depois de sua revelação, a vi me encarar estatística enquanto escondia um riso constrangido ao baixar o rosto e mexer o pé sobre a grama.

   Ela sentia.

   Gargalhei recebendo um par de olhos que me fuzilaram.

   "Seu palhaço, pare com isso" resmungou remexendo o nariz numa careta.

   Caminhamos sob o céu estrelado, eu observava de soslaio o sorriso bobo que ela carregava, as vezes olhando para cima e tropeçando em algumas pedrinhas por estar entretida demais com as estrelas.

   Ria envergonhada sempre que me via rir de sua falta de atenção.

...

   Numa noite em que voltávamos para casa como a anterior, começou a chover forte.

   Quando ia apressar os meus passos para lutar contra minha própria dor, a vi parar, meus olhos ja se enchiam e eu respirei fundo antes de virar para encara-lá.

   Vi seu rosto levantado recebendo a chuva, seus olhos estavam fechados mas as lágrimas desciam deles de forma teimosa se misturando com as gotas pesadas da chuva.

   Tudo estava em um cinza escuro, as árvores sumiram ao nosso redor e a névoa vinda com a chuva nos cercou.

   Eu ainda não tinha certeza se ela realmente chorava, mas de repente sua respiração travou a fazendo soluçar.

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