Mello - Aleatório

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Bem bobinho, mas não desgostei.

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   — Babe, cuidado — Mello pede e dá um beijo em sua cabeça antes de se virar.

   O combinado foi: ele iria até a outra avenida buscar o carro e você iria na esquina comprar os chocolates dele.

   A chuva estava tão forte que as gotas salpicavam nas suas canelas, os carros iam devagar pelo trânsito daquele horário da noite.

   Estava frio, a chuva repentina pegou todos de surpresa. Você atravessou a rua e entrou na conveniência 24h, tinha uma pequena fila e como Mello provavelmente demoraria um pouco pela distância do carro, você olhou as prateleiras com calma.

   Pegou seis barras de chocolate e foi para o caixa, encontrou lá o último volume de verão de um dos seus shoujos favoritos. Decidiu levar porque sempre esgotava fácil.

   Seu celular vibrou e você viu o nome do seu namorado, não precisou atender ele deu apenas um toque para avisar que já tinha pego o carro.

   A c/c saiu da conveniência com as sacolas e olhou para o outro lado da rua, já que a rua do comércio era contrária à casa de vocês.

   Correu um pouco por causa da chuva forte e já bem perto do veículo, tropeçou e caiu com tudo de joelhos. Não havia machucado muito.

   Viu o loiro sair do carro e bater a porta com força, veio até você pisando duro, ele com certeza estava bravo. Você se levantou sentindo a água escorrer dos seus joelhos.

   — Eu já não te disse para não correr por aí?! — brigou se abaixando para ver seus joelhos.

   Levantou as meias três quartos que haviam descido pelo exercício, havia um pouco de sangue ali mas não era nada demais.

   — Olha só pra isso! Vamos para casa — se ergueu puxando você pela cintura.

   No carro ele te dava um sermão de como poderia ter sido pior e bla bla bla.

   — Tá me ouvindo, S/N? — desviou a atenção da pista para você.

   — Você tá falando da mesma coisa há uns quinze minutos, por favor né — resmungou irritada.

   — É claro! Poderia ter caído de mal jeito e quebrado o pulso — retomou sua reclamação.

   A c/c suspirou.

   Deu graças quando viu a frente do prédio, o loiro estacionou o carro e vocês desceram entrando. Não tinha elevador e em dias como esse, você odiava cada degrau daquela escada.

   O calor do exercício deixou você com a sensação de sufocamento, as roupas estavam frias pela chuva e seu corpo quente.

   Entrou no apartamento já abrindo a blusa e pondo as mãos nos joelhos.

   — Tá ruim ein — Mello riu trancando a porta. — É melhor ir tomar logo banho — você acenou e assim fez.

   Secava os cabelos com a toalha de frente para o fogão, preparando chocolate quente para os dois enquanto esperava o mais velho/mais novo terminar o banho dele.

   Ouviu a porta se aberta e com pouco tempo as mãos de Mello agarraram seus quadris.

   — Chocolate quente ein — comentou descansando o queixo no seu ombro e fungando para sentir o cheiro.

   — Está bem frio, então decidi fazer — beijou o rosto dele.

   — Precisamos cuidar do seu joelho — falou desligando o fogão e você o encarou feio. — O que? Já está bom — se referiu ao doce e te colocou sentada sobre a bancada.

   Pegando o kit de primeiros socorros, ele passou remédio e colocou um band-aid no local ralado. Você achou bobo porque não tinha sido nada demais, mas estava agradecida pelo cuidado do namorado.

   Quando finalizou os cuidados ele te deu um selar enquanto segurava seu queixo. Te desceu da bancada e colocou o chocolate quente nas xícaras de gatinho que vocês tinham.

   — Quer ver um filme? — ele perguntou se sentando no chão e você fez o mesmo.

   — Faz tempo que não jogamos xadrez — murmurou a c/c e Mello riu.

   Os dois sempre acabavam brigando porque ela quase nunca ganhava, mesmo sendo muito boa.

   — Do que tá rindo, idiota?!

   — Já começou, imagina quando perder — respondeu convencido bebericando o chocolate com calma devido a quentura.

   — Convencido! Vamos apostar — colocou a xícara no chão.

   — Ok — o loiro se levantou e pegou a mesinha dobrável, colocou o tabuleiro em cima e organizou as peças. — Qual cor quer? — perguntou conhecendo as birras da namorada, principalmente quando começava a perder várias vezes seguidas.

   — Preto.

   Ele se sentou do outro lado e você se ajeitou no chão passando a xícara que ele tinha deixado do seu lado para ele.

   Já estavam há um bom tempo jogando, Mello estava com nove vitórias e você com duas.

   — Ah, vai pro caralho também — cruzou os braços irritada.

   — Vai desistir? — questionou tragando o cigarro.

   — Não! — estava ciente da aposta, e de jeito nenhum trabalharia para o loiro, ele era um preguiçoso que te faria até mesmo acender a luz de um cômodo pra ele.

   — Certo, vamos melhor de três porque na situação atual você não consegue virar isso nunca — comentou recebendo o olhar mortal da mulher.

   — Se eu ganhar? — não tinham acordado a sua parte.

   — Você escolhe.

   — Qualquer coisa?

   — Uhum — confirmou enfadado ao jogar a piola de cigarro no cinzeiro.

   — Vai maratonar (seu programa favorito) comigo! — viu o homem revirar os olhos.

   — Pelo amor de Deus, inventa outra coisa, já sei as falas de côr — reclamou.

   — Vai fazer um strippe pra mim — disse após pensar um tempo e viu o rapaz de boca aberta.

   — Ei! Isso não tá justo.

   — Tá com medo de perder? — provocou.

   Voltaram a jogar e estavam empatados, ele notou seu esforço e riu internamente. Na última você o ganhou fazendo um roque, ele a olhou incrédulo, tinha comido praticamente todas as suas peças e acabou perdendo a atenção nas dele.

   — Ha! Ganhei — comemorou.

   Mello fez um belo de um strippe pra você, com direito a provocações e novas apostas porque os dois eram competitivos e não sabiam perder.

   Foram dormir para mais de três da manhã apostando diversas coisas, das mais banais às mais significativas.

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