Satoru - Enemies²

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Aviso: esse imagine está classificado como +18.

Corrigi por cima, então perdoem qualquer erro.

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S/N P.O.V.

   Não brigamos mais, nem sequer nos falamos desde que transamos e dormir com ele na mesma cama é um completo martírio quando ele me evita tanto, mas os outros quartos estão completamente vazios.

   Esses tempos ele anda agitado e comendo menos. 

   Observei o platinado ao meu lado, completamente tenso. Pelas experiências das últimas semanas eu sei exatamente que esse é o inicio do seu terror noturno, onde ele vai tremer de ansiedade e soluçar pelos próximos 15 minutos enquanto ainda dorme, e como em todas as outras noites, eu vou acolher ele no colo, fazer carinhos nos fios macios e cantar a velha cantiga de ninar, até ele se acalmar.

   Olhando para atual situação de Satoru, fico feliz por ter escolhido não ser feiticeira. 

   Essas reações se encaixam em estress pós-traumático e eu não consigo imaginar tudo o que ele passou até aqui.

   A forma com que ele agarra minha roupa e grunhe em pânico me assusta, mas não há nada que o faça acordar. Traço com a ponta dos dedos as linhas do rosto de Satoru, enquanto tenho ele aninhado no meu colo. Aos poucos, o choro se torna apenas um rastro marcado por soluços pausados, continuo cantando até que ele esteja completamente relaxado.

   Esses ocorridos têm me deixado cansada por passar a noite acordada, com medo que ele piore ou algo do tipo enquanto eu durmo.

Satoru P.O.V. 

   Como sempre, desde as últimas semanas, eu desperto com o coração dolorosamente acelerado, mas estranho ao ver S/N ainda na cama pela primeira vez desde que casamos.

   De imediato, olho para janela coberta pela cortina, vendo pela fresta que provavelmente se passam das seis.

   Voltando o olhar para ela, minha respiração trava ao ver a alça da blusa caída ao ponto de expor um dos seios. Ela dorme tão tranquila que me sinto sujo por desejá-la dessa forma.

   Se nos falássemos, eu poderia acordá-la e repetiriamos o que fizemos um mês atrás, mas desde ali eu evito até olhar pra ela. Encarar as irises dela foi algo que me atormentou.

   S/N é o tipo de pessoa que tem olhos de ver, o tipo que para no tempo para apreciar as coisas, o tipo que fica facilmente sentada na praia olhando o sol se pôr por uma hora inteira, sem qualquer outra fonte de foco. Muito diferente de mim, que apenas em olhar de relance sinto a minha mente vagar entre passado, presente e futuro, assim como suas inúmeras possibilidades.

   Isso me enlouquece, mas sentir minha mente vazia ao olhar nos olhos da c/c me enlouqueceu pelo fato de depois de anos eu não saber o que aconteceria. Me senti inseguro e vulnerável ao bem querer dela.

   Me dá pânico pensar que olhar para ela por muito tempo pode me fazer perder o dom de prever as coisas.

   Mas em contradição a isso, eu literalmente sou guiado pela possibilidade.

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