Kira - Yandare²

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Continuação.

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   Ah, o relativo...

   O corpo tremeu de frio, a pele gélida, a mente desligada.

   S/N acordou e tudo que via era breu.

   Sua pele arrepiou quando ela ficou sensível ao som. Completo silêncio.

   Não ousou falar, estava com um medo que se alojava no peito e deixava a bexiga apertada. Lembrou-se das palavras de Light...

   Era um castigo.

   Se sentiu uma idiota. Se tivesse entendido o plano um pouco antes, talvez tivesse conseguido livrar Mihael. Mordeu o lábio com raiva e apertou os punhos os sentindo presos a algo.

   Tecnicamente, o plano dele não tinha falhas. Mas sempre havia algo que ficava solto, uma hora ou outra descobririam, ela só rezava que não fosse tarde demais.

   Entendeu no momento em que entrou no carro.

   As flores, as velas... ele tinha planejado tudo. Para L. existia um romance entre eles, mas esse também sabia do antigo e inconstante — conturbado? — relacionamento dela com Mello.

   De quem era mais fácil ele duvidar?

   Com certeza Light.

   De quem era mais fácil obter prova?

   Com total certeza, Mello.

   Mesmo que fosse extraordinariamente inteligente, ainda era explosivo e gostava de resolver as coisas sozinho. Impulsivo ao ponto de assumir o crime apenas para descobrir o real autor.

   Calculou sozinha que na investigação entenderiam que o Yagami foi mais cedo a casa dela e levou flores, o acidente ocorreu alguns minutos depois desligando as redes e sinais do prédio, causando interferência nas filmagens. Pelas velas, ficaria implícito que ela e Light tinham tido alguma relação. Às 10 P.M. ele desceria para o acidente criando seu álibi e pelos relógios da casa, seus pais diriam que ele chegou por volta desse horário e às 11 estava na cama.

   Os investigadores concluiriam, por provas plantadas, que Mello teria chegado algum tempo depois, quando as câmeras ainda estariam fora de área e ele e S/N teriam brigado por causa de Light. Talvez atrelassem o acidente a ele, seria conveniente se convencer que Mihael era o Kira depois do desaparecimento dela.

   Ela rezava que ele ainda tivesse proteção da máfia...

   O tempo se juntou no meio do escuro, fazendo parecer que horas estava sendo perdidas no meio do silêncio do quarto. Sua mente lhe pregando peças contínuas até o início do cansaço que a levou ao choro.

   As lágrimas antes rasas e silenciosas, se tornaram soluços mal contidos.

  Sentiu-se uma criança presa no desconhecido. Apertou os punhos contra as amarras e sentiu formiganento, chorou mais e desejou que mesmo que fosse Light, que a porta se abrisse. E realmente. Ela ouviu o som da porta abrir, mas quando não enxergou luz alguma, sua cabeça gelou sentindo-se delirante. 

   Estava tão assustada com a possibilidade, que não sentiu a aproximação e quando o toque quente veio ao seu lábio, o coração deu um salto doloroso junto ao corpo e ela gritou em terror. Os ombros tensos e os nervos trêmulos.

   — Psiu... calma, calma, sou eu — a voz estava mansa e as palmas quentes a seguraram em ambos os lados do rosto como acolhimento. 

   Reconheceu a voz de Light, entendeu o jogo de manipulação dele mas simplesmente não conseguiu não se sentir aliviada. 

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