Nanami - Fofo

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Até hoje não sei se a gota serena do sobrenome do Nanami, é Nanami ou Kento, então o primeiro nome na minha cabeça é Kento que nem no outro imagine lá, se tiver errado, perdão.

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   Ele a observava no canto da sala, S/N Nanami, sua esposa... Deus, como aquilo era complicado.

   Era dez anos mais velho que aquela menina e estava casado por aliança de clã há um ano. Só havia uma única coisa que saíra um dia da boca de Satoru que ele concordava: não se pode roubar a juventude dos jovens. 

    A situação injusta, ele sabia, afetava mais a S/N do que a ele. Claro, com a aliança, ele tinha perdido sua chance com a mulher gentil da padaria, mas ela só tinha dezesseis anos quando teve de se responsabilizar pela segurança do clã e dizer adeus a qualquer esperança de união real. Satoru, por mais que o entendesse em relação a isso, parecia não ser capaz de levar nada a sério, sempre indo atrás da garota como se pudesse provocá-lo com isso. 

   Já S/N, depois de um ano, começava a se sentir sensível sobre toda a situação. 

   Não é como se aos quinze anos, quando entrou em Jujutsu, fosse cega e não visse o quanto Kento era bonito, mas seu coração de menina nunca foi por esse lado. Com um ano de convivência, sua mente parecia estar mudando.

   — O que vai querer jantar? — ele questionou na cozinha de casa a tirando do distante devaneio.

   — Qualquer coisa que fizer está bom.

   Também não era como se casar, ter filhos e coisas assim fossem um sonho de infância, na verdade, ela nunca sequer chegou a pensar nisso. Mas olhando para Nanami na cozinha, mordia a parte interna da bochecha como se pudesse conter os sentimentos que se transformavam em irritação muito facilmente.

   Ouvindo ela soprar pela terceira vez desde a chegada em casa, o loiro a olhou por cima dos ombros afastando a panela do fogo para que o molho não passasse do ponto enquanto conferia o que havia de errado com a garota. 

   Em silêncio, olhou para os dedos das mãos dela, os cantinhos estavam outra vez na carne viva. Merda, ela sempre fazia aquilo. A perna esquerda agitada por baixo da mesa também o atraiu.

   — S/N — chamou recebendo atenção total dos olhos [cor] —, vá tomar banho e me ajude a colocar a mesa. 

   Ela estreitou as pálpebras para ele de forma rebelde e se ergueu com raiva. 

   Ele sempre agia como um pai e ela nunca lidou bem com autoridades... vindo dele, então, era como jogar um isqueiro num tanque de gasolina. Vendo a forma agitada com que ela o deixou plantado e em seguida bateu a porta do quarto, se perguntou o que fez de errado. 

   De frente para o espelho, a garota confusa analisava a si mesma com certo rancor contando tudo que lhe faltava para atrair aquele maldito e maduro feiticeiro. Tinha compromisso com o que havia sido forçada a fazer e se sentia incapaz de traí-lo, mesmo sob aquelas circunstâncias, tinha entregue o coração e lealdade ao loiro sem que ele soubesse, mas não conseguia deixar de sentir que estava perdendo uma parte de sua vida que faria muita falta.

   Não passaria o ridículo de tentar parecer mais velha, mas desejava ser mais velha, pela primeira vez. Talvez se fosse um pouco mais responsável, ou madura, ou mais velha, ou qualquer outra dessas porcarias que pessoas adultas adquirem com o tempo, talvez ele conseguisse vê-la como alguém com quem dividia as coisas e não como uma responsabilidade paterna. 

   Frustrante. 

   Ao voltar a cozinha, cheirava a sabonete e hidratante. Reconhecendo o cheiro, ele se virou para olhá-la e viu o rosto mais vermelho do que costumava ser pela rosácea que sempre cobria com maquiagem pela manhã. Franziu o cenho vendo-a se aproximar muda e agachar para abrir as gavetas pegando os suplair's de jantar.

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