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S/N acordou com o próprio gemido e olhou em volta do quarto escuro, as sombras da noite pintavam o ambiente de azul e o vento agitava as cortinas.
— Merda! — resmungou bagunçando os cabelos e deixou a cama.
Seu corpo estava suado e a respiração ofegante. Ela tivera outro daqueles sonhos quentes e não saberia dizer quem era o protagonista deles, mas quem quer que fosse o homem de cabelos negros, nunca seria capaz de passar pelos portões do convento.
Sim, o convento.
Freira era uma realidade muito distante dela, estava ali com o único propósito de se esconder.
Era uma vampira havia muito tempo, mas não qualquer vampira... e antes que começassem a caçá-la, ela se enfurnou entre as santas, mas aparentemente Deus pretendia desmacará-la deixando um demônio qualquer invadir seus sonhos e fazê-la gritar.
Mas tinha os poderes a seu favor, conseguia seduzir qualquer uma daquela casa para beber o sangue sem que elas lembrassem e o fazia entre as orações... talvez por isso o castigo. Mesmo assim, sangue humano não era o suficiente para S/N.
...
Amanhecia quando ela teve que levantar, seu corpo ficava fraco e sua visão ofuscada de dia, sua natureza não aturava aquilo.
Foi uma infeliz falha dormir na terceira reza. Acordou com a madre a olhando com desprezo e travou a mandíbula evitando a aparição das presas que saltaram em reflexo.
A ponta dos dedos tremeu ansiando o sangue.
— Você é certamente uma vergonha! Deus deve estar me provando com a sua existência — murmurou e S/N bocejou pesadamente sem notar, também sem emitir som além da respiração interrompida. — Está me insultando?! — bradou a velha e ela teve vontade de revirar os olhos.
— Não minha senhora. Peço perdão, tive pesadelos demoníacos pela madrugada — os olhos verdes daquela senhora se arregalaram e ela abriu a boca pronta para punição que reservara.
— Isto é um sinal divino! Você não tem compromisso algum nesse lugar — não era mentira —, reze antes que Deus realmente lhe castigue...
— Ele não vai castigar todos juntos? — perguntou confusa, realmente não sabia nada cristão e vendo o olhar surpreso, continuou — É que eu acho que Deus tem mais o que fazer, não?
