Draken - Aleatório

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   Menção a ansiedade e pânico.

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   Ja se passam das três da manhã. Mikey e Draken sairam quando ainda eram nove e meia... há três noites atrás. Já acostumada a esperar eles chegarem de madrugada eu mal tenho dormido nesses dias. Ja liguei para a maioria da gangue e nenhum atende.

   Durante esses dias eu tenho cuidado das crianças enquanto a maioria das mães vão trabalhar. Me ocupei o máximo possível para não me preocupar tanto mas é impossível sem notícias alguma deles.

   Nesse exato momento estou sentada no telhado do prédio, fumando para acalmar minha ansiedade. Minha boca um pouco dolorida por conta de alguns cortes e minhas unhas pintadas com uma camada espessa de sangue seco.

   Contemplo o céu estrelado nesse lado tão apagado de Tokyo. Solto a fumaça devagar vendo a massa cinza e pouco densa dançar no ar frio da madrugada.

   Dessa vez puxo o máximo que consigo, prendo a fumaça e deito olhando as estrelas brilhantes antes de soprar. Com a mão eu atrapalho a pequena dança dissipando a fumaça nas mãos.

   Esse clima tão calmo... frio e quieto. Nenhum som se faz presente. Nem mesmo as árvores, elas parecem querer aproveitar dessa calmaria também.

   O vento tão calmo que mal dá pra sentir ou diferenciar de que direção ele vem. Fecho os olhos respirando fundo.

   Minutos se passam e minha carteira de cigarro se encontra vazia. Pego um chiclete de melancia no bolso do moletom e levanto colocando o mesmo na boca e mascando.

   Os roncos contra o vento chegam aos meus ouvidos, então ando até a escada e me sento no inicio onde tenho a visão de todo o caminho que eles vão percorrer até aqui.

   Cantarolo uma música inexistente, apenas entretendo meu consciente enquanto espero as centenas de motos aparecerem.

   O som cada vez mais alto que toma de conta de todo esse vazio que nos separa da massa social de Tokyo. Finalmente vejo as luzes iluminando a estrada escura e passando rápido como flash's.

   O grupo de motos faz a curva e passam uma por uma entre as árvores para adentrar o terreno.

   Em pouco tempo o campo está lotado de motos e homens, eu apenas observo todos entrarem aos poucos no prédio. Vejo uma moto chegar por último. Meu irmão desce primeiro e o piloto tira o capacete olhando para minha direção com um sorriso pequeno.

   Ele tira as chaves e deixa o capacete encima da moto. Mikey sobe nas costas de Draken e os dois sobem as escadas até mim.

   Quanto mais eles se aproximam, mais irritada eu fico. Ambos evitam me encarar e apenas sobem degrau por degrau parando em minha frente. Mikey desce das costas de Draken e me olha rapidamente.

   — Oi oi maninha! — ele diz alto sorrindo e vindo me abraçar e eu o empurro para o lado.

   — Maninha o meu pau, Mikey! Três dias! Pra quê serve a merda dos telefones de vocês? — brigo me levantando.

   Nenhum dos dois respondem e vejo a camisa de Mikey suja de sangue, analiso Draken e vejo um corte na sobrancelha e outro na bochecha, no lado oposto ao corte da sobrancelha.

   — Entrem, se lavem e me esperem! — mando e como duas crianças eles caminham subindo as escadas e logo entrando no apartamento.

   Respiro fundo e aliviada por chegarem bem, com machucados apenas superficiais. Deixo meus olhos encherem de lágrimas e olho para cima calando certo pensamentos como forma de evitar o choro.

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