Padrasto. (+18)
Vice= Vício.
Qual é o nome dado a algo que você não consegue deixar ir? Aquilo que te alimenta mesmo quando não é desejado. Eu chamo isso de vício, e olha, eu conheço bem essa palavra porque minha mãe e meu pai são viciados. Como eu...
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
D E A N
Eu conto meus passos até a porta, coordenando minha respiração até ter certeza que pareço normal o suficiente para entrar e encará-la. Nenhuma criança deveria ter de assistir a própria mãe se matar, principalmente quando ela está prestes a se formar e todas as suas amigas estão lidando com assuntos superficiais de bailes e garotos, mas Lily parece não perceber o dano que está causando a filha e continua indo mais fundo no abismo do vício por comida.
Vício.
A palavra parece amarga na minha boca depois de todos esses anos.
Ela disse que eu estava exagerando, e que continuaria comendo o quanto quisesse. Eu não percebi na época o quão doente ela estava, mas a psicóloga me alertou a gravidade da situação.
" Você é um facilitador". Ela disse, enquanto explicava a mente da minha mulher. Aparentemente existem muitas lacunas na infância de Lily que podem ter desencadeado o distúrbio alimentar, mas o acidente e a separação foram como um gatilho conjunto.
— Você voltou. — eu pisco ao som da voz suave, suspirando quando seus olhos de águia seguram os meus.
Forço um sorriso.
— Sim. — falo, deslizando o olhar do seu rosto para a televisão, onde um cara sem camisa toca violão e canta.
— E mamãe? — eu suspiro.
Foda-se.
— Ela ficou no SPA. — a mentira escapa com facilidade depois de todo o ensaio que fiz no carro e seu rosto ilumina, cheio de esperança.
Porra. de. Vida.
Sem conseguir encarar seu rosto, dou mais uma olhada na televisão e finjo prestar atenção no cara cantando.
— Quanto tempo ela ficará? — arrasto meus dedos pelo cabelo e volto a contar.
Quando tempo? Eu quase bufo.
Quem pode saber.
— Algumas semanas. — respondo, não arriscando olhar para seu rosto e ser pego na mentira.
Ficamos em silêncio.
— Dean?
Não olhe. Não olhe. Não olhe.
— Por favor, Dean. Olhe para mim.
Porra.
— Vou pedir uma pizza para nós, boneca. Que tal um doce de sobremesa, hein?
Puxo meu celular do bolso, dando as costas para ela enquanto sigo até a cozinha.
— Queijo e cogumelos? — pergunto, apertando o aparelho contra meu ouvido.
Ela suspira, um ruído tão triste que faz meus dentes rangerem de indignação.