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DEAN

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DEAN

Poucas pessoas conseguem me tirar do sério, mas Vallie Simmons é uma especialista.

Quando a flagrei dançando só de sutiã e minissaia noite passada, fui  sugado para uma realidade paralela e utópica. A garota de peruca parecia qualquer outra, menos minha enteada tímida e sem graça. b A minha Vallie não é uma exibicionista, então culpei suas amizades na escola e convenci Lily a trazê-la para perto de nós, claro, eu não contei a parte que ela anda se vestindo como uma stripper barata e desfilando pela casa.

Vallie me encara da porta sem piscar, nossa atenção focada um no outro até que o ar se torna expesso e me sinto sufocado. É estranho, ter sua companhia antes era agradável e fácil, o oposto de ultimamente.

— Me agradeça depois. — digo quando o fogo consome as poucas peças vulgares que encontrei no seu armário. Assisto as chamas crescerem enquanto ela ofega, sentindo prazer quando o pedaço de pano felpudo que joguei lá é atingido, a peça era pequena e macia, me lembrou a pele de um coelho.

— Aquela era minha fantasia preferida, idiota! — ela exclama, parecendo furiosa quando avança pra cima de mim e empurra meu peito. Meus pés deslizam para trás com o golpe e minhas costas batem na porta aberta do armário. Xingo alto, sentido dor na região atingida.

— Pare com isso. — seguro suas mãos e alinho nossos rostos. — O que está acontecendo? Essa não é você, Vallie.

Ela bufa, conseguindo se soltar do meu aperto e colocando distância entre nós.

Conto de um até dez, precisando me estabilizar.

— Pare de falar como se me conhecesse. — fala, tristeza transparecendo em seus olhos.

Minha boca abre, mas nenhuma palavra sai.

— Quem te deu o direito de entrar no meu quarto, mexer nas minhas coisas e queimar minhas roupas, hein? — sua voz sai altiva, mudando da água para o vinho, a tristeza que pensei ter visto foi embora e agora ela me encara como se quisesse meu sangue em suas mãos.

Encaro a pilha de roupas queimadas no chão, a fumaça invade meu nariz e faço careta.

— Ninguém precisa, essa casa é minha. — fecho os olhos assim que termino de falar, percebendo tarde demais que foi a coisa errada para dizer. — Vallie...

— Não, você está certo. Essa é sua casa, seu dinheiro em cada móvel. — ela para, abrindo um sorriso que classifico como maldoso, então agarra uma das sacolas que trouxe do chão e pega algo de dentro. — Entretanto, querido padrasto, essas coisas também foram compradas com seu precioso dinheiro.

Agarro a calcinha antes que acerte meu rosto, porém a peruca acerta meu nariz e o que quer que seja o negócio pontudo colado ao rabo felpudo de um gato, corta minha boca.

— Que diabos! — esbravejo quando outra peruca, uma rosa, atinge meus olhos. — Pare de jogar essas coisas em mim.

— Bom, essas são suas coisas, considerando que comprei com seu dinheiro e tudo.

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