Padrasto. (+18)
Vice= Vício.
Vallie Simmons sente que Dean Lawrence é perigoso, mas não consegue resistir à paixão avassaladora. Ela terá que escolher entre a lealdade à sua mãe e o amor proibido por seu padrasto, que pode custar a sua vida.
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VALLIE
Assim que abri a porta de casa, o silêncio pesado me envolveu de imediato. Não havia nenhum som vindo da televisão, nenhum ruído familiar da cozinha. Tudo estava mergulhado em uma escuridão densa, quase sufocante. Estreitei os olhos, estranhando o vazio que parecia pulsar no ar.
—Mãe?— chamei, hesitante, enquanto dava alguns passos para dentro. —Tem alguém em casa?
Nenhuma resposta voltou.
Um desconforto frio percorreu minha espinha enquanto eu fechava a porta atrás de mim. O piso de madeira rangia sob meus pés enquanto eu caminhava em direção à sala de jantar. O ambiente parecia estranho, como se estivesse congelado no tempo, preso em uma cena que eu não conseguia entender completamente.
Quando me aproximei da mesa, uma lembrança distante e indesejada atravessou minha mente. Minha mãe e Dean sentados ali, jantando juntos, compartilhando olhares e risos que sempre me causavam um incômodo sutil. A mesma mesa, agora desarrumada, me devolvia uma visão diferente. Garrafas vazias de bebida espalhadas, restos de doces, embalagens de sacos de doces rasgados sem cuidado.
Foi então que notei algo que me fez parar.
Fotos.
Elas estavam dispostas de forma desleixada sobre a mesa, algumas ainda parcialmente cobertas pelos sacos de doces. Peguei uma das imagens entre meus dedos, meu coração acelerando sem motivo aparente. Era uma foto antiga, muito antiga. Eu, pequena, talvez com seis anos, sorrindo com um rosto que eu mal reconhecia. Ao meu lado, meu irmão, com aquele brilho nos olhos que eu não via há tanto tempo. Ele estava vivo, naquela foto. Vivo.
Uma sensação estranha se instalou no meu peito, algo pesado, mas indefinido. Eu não conseguia lembrar daquele dia, não conseguia me lembrar de vários momentos da minha infância, e isso me perturbava de uma forma inexplicável. Como se parte de mim tivesse sido arrancada sem que eu percebesse, deixando um vazio que eu só agora começava a notar.
Minha respiração ficou mais lenta enquanto eu deslizava os dedos por cima da imagem, a textura lisa da foto contrastando com a desordem ao meu redor. Por que aquilo estava ali? E por que eu não conseguia me lembrar?
A casa parecia maior, mais fria e mais vazia do que antes, como se a ausência de respostas ecoasse em cada canto, em cada sombra.
Essa mudança para o ponto de vista da Vallie, com o tom mais introspectivo e misterioso, corresponde ao que você tinha em mente?
Eu estava tão imersa naquela estranha sensação, tão perdida nas fotos, que não percebi a presença dela até que sua voz cortou o silêncio como uma lâmina fria.
—Você sempre foi o problema.
A frase ecoou pela sala, áspera e cheia de uma amargura que me atingiu como um soco no estômago. Meu corpo enrijeceu, e lentamente levantei o olhar, procurando a origem da voz. No canto mais escuro da sala, minha mãe emergiu das sombras como uma figura fantasmagórica. Ela estava recostada na parede, uma garrafa de vinho semi-vazia na mão, os olhos carregados de algo que me fez estremecer.
