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VALLIE

O frio do metal contra minha testa me traz à tona, um arrepio que percorre minha espinha e a certeza de que, desta vez, talvez não haja saída

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O frio do metal contra minha testa me traz à tona, um arrepio que percorre minha espinha e a certeza de que, desta vez, talvez não haja saída. Minha mãe, com os olhos vermelhos e as mãos trêmulas, vai me matar. Ela segura a arma como se aquilo fosse uma extensão do próprio corpo.

—Sou sua filha. — Minha voz é um sussurro, mas o suficiente para ecoar pela sala em silêncio. Não há como não pensar o quão errada toda essa situação é. Não importa quantos erros eu cometi ou quantas vezes fui manipulada por ela, uma mãe deveria proteger seus filhos. Cuidar, não destruir.

Mas Lily não responde. Seus olhos brilham com uma fúria que eu nunca tinha visto antes, e de repente, ela move a arma. Aponta para Dean. Meu corpo inteiro treme, meu coração quase para.

—Por favor, mãe, não.— imploro, minha voz quebrada pelo pânico.

Por um momento, parece que tudo vai acabar ali. Dean, imóvel, encara Lily com um olhar que mistura medo e desafio. Mas então, como se tivesse tomado outra decisão em um instante, ela vira a pistola novamente, agora na direção de Michael.

O tiro explode na sala como uma onda que me atravessa. Meu pai tomba para frente, seu corpo caindo de forma grotesca sobre a mesa. Sua cabeça se inclina, mergulhando direto no prato de purê. O branco macio se tinge de vermelho, misturando-se ao sangue que escorre do buraco em sua testa.

—Ele era o verdadeiro monstro…—Lily murmura, como se tentasse se convencer. Ela coloca a mão na cabeça, andando de um lado para o outro, o rosto contorcido pela dor e pela loucura. —Ele fez isso comigo. Me transformou nisso. Em alguém que não consegue sentir nada além de ódio!

Eu não consigo desviar os olhos do corpo do meu pai. Ele não era perfeito, longe disso, mas não consigo evitar o sentimento desesperador que cresce no meu peito. A mesa de jantar virou um cenário de horror. Every está aos gritos, tentando estancar o sangue que jorra de Emmett, que parece um cadáver pálido e imóvel.

Dean me puxa para si, me envolvendo em um abraço apertado que quase me sufoca, mas eu não resisto. O calor dele é a única coisa que impede meu corpo de desmoronar.

—Lily, pare com isso!— Deean grita, mas sua voz só parece alimentar a loucura dela.

Ela para, a arma apontada diretamente para ele agora. O que resta da mulher que era minha mãe desapareceu completamente. Seus olhos estão vazios de tudo, exceto dor e obsessão.

—Você deveria ter me amado, Dean.— ela diz, quase como um sussurro, mas carregado de veneno.

Dean não responde, mas eu sinto seu corpo ficar tenso contra o meu. A arma está firme na mão dela, e pela primeira vez, eu realmente acredito que ela vai apertar o gatilho.

Me solto dos braços de Dean e dou um passo à frente, ficando entre ele e minha mãe.

— Ninguém mais precisa morrer.— digo, minha voz tremendo, mas clara.

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