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VALLIE

Dean está dirigindo em alta velocidade, seus dedos apertando o volante com força. Decidi entrar no carro com ele para evitar uma cena, considerando sua  expressão furiosa e o amontoada de garotas famintas que nos observavam de longe. Porém, estou quieta, determinada a manter nosso diálogo mínimo para entender que não pode me controlar. Olhando pela janela, tento processar a raiva  misturada ao desejo incontrolável que Dean sempre me desperta.

Eu odeio que só sua presença desperte os desejos mais obscuros em mim. É desesperador e antagônico.

— Dean, você precisa parar. Isso... isso não pode continuar assim. Nós não podemos continuar assim. — tento manter a voz firme, mas o tom vulnerável está lá.

Sem desviar o olhar da estrada, os músculos de sua mandíbula ficam tensos.

— Continuar como, coelhinha? Você fugindo de mim toda vez que as coisas ficam difíceis?

Me sentindo frustrada, inclino meu corpo mais para perto dele, tentando não o tocar.

— Fugindo? Estou tentando nos proteger! Você acha que eu quero que as pessoas descubram o que estamos fazendo? Eles vão nos destruir, Dean. Vão destruir você.—digo com a voz trêmula.

Dean me dá um sorriso perigoso, sem humor.

— Me destruir? Não, coelhinha... Eles vão tentar destruir você, mas não permitirei Eu prefiro ver o mundo queimar antes que alguém te toque.

Olhando para ele, sentindo o peso das palavras, meu peito aperta.

— Você fala como se eu fosse sua propriedade.

Dean bufa, virando-se para mim por um breve segundo, os olhos faiscando de fúria e desejo.

Eu me encolho no assento, me preparando para suas próximas palavras.

— Você é. E você sabe disso. Desde o momento que cruzou a linha da nossa relação e me mostrou sua escuridão, você sabia. Não finja que não sentiu.

Fecho os olhos, tentando afastar a crescente onda de calor que toma meu corpo com sua declaração possessiva. Eu devo ter algum problema para ficar excitada diante de palavras tão bestiais.

— Dean, isso não é amor. Você está confuso, está com raiva. E não pode ser assim...

Desacelerando o carro abruptamente, ele para em um ponto deserto e gira para me encarar. A intensidade em seus olhos queima como um fogo incontrolável através de mim.

— Amor? Você acha que eu estou com raiva porque não te amo?

Sua mão se move rapidamente para meu queixo, puxando delicadamente, mas com firmeza.

— Eu estou com raiva porque você acha que pode fugir de mim. Porque você acha que qualquer distância vai mudar o fato de que você é minha. Cada pedaço de você. E ninguém, nem você, pode tirar isso de mim.

Suspiro e tanto me afastar, mas é tarde demais.

Suas palavras me mantêm presa, como correntes invisíveis. O desejo é tanto que meu corpo responde ao seu toque por conta própria. Seu nariz desliza pela pele do meu pescoço e fico trêmula, inclinando para ele sem perceber.

— Dean, por favor... Você não pode... nós não podemos continuar assim.

Dean rir contra meu pescoço, a voz mais baixa, rouca me causando arrepios.

— Continuar como? Desejando você a cada segundo? Pensando em você até nos momentos mais inoportunos?

Sua boca se move para perto da minha orelha, o calor de sua respiração arrepiando meu corpo inteiro.

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