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DEAN

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DEAN

Eu nem senti quando Lily se afastou, o gosto amargo daquele beijo ainda queimava em meus lábios. A louca me beijou de propósito! A boca que eu usava para beijar Vallie agora selava a minha ruína. E foi naquele momento, entre a surpresa e o silêncio, que meus olhos encontraram os dela novamente. Os olhos da minha menina, minha linda coelhinha, estavam tristes, grandes, assustados e cheios de tudo que eu mais temia.

Ela estava ali. Perto o suficiente para ver e   entender errado.

— Agora sua protegida sabe a verdade sobre você, Dean. — Lily murmurou, um veneno disfarçado de ironia nos lábios.

Eu estava paralisado, mas consegui olhar brevemente para ela. Seu rosto era o contraste perfeito de raiva e triunfo.

Vallie, com os olhos marejados, deu um passo para trás, outro… e então, como se finalmente despertasse do pesadelo que eu havia criado, virou-se e correu.

Porra!

Por um momento, fiquei ali, congelado. Eu, o homem sempre no controle, sempre um passo à frente de tudo e todos, agora preso ao chão como se estivesse em areia movediça. A voz de Lily ecoava em algum lugar distante, mas eu já não prestava atenção nela. O único som que importava era o de Vallie, desaparecendo entre as árvores.

— Droga. — Soltei um suspiro, e antes que percebesse, meus pés já estavam em movimento.

A floresta. Claro que ela correria para lá. O coração da escuridão, como se pudesse se esconder de mim na imensidão de árvores e sombras. Irônico, não? A garota que eu queria proteger de tudo, fugindo de mim como se eu fosse o próprio perigo que a ameaçava.

A cada passo que eu dava, os galhos arranhavam meu rosto e os arbustos se fechavam ao meu redor, quase como se a floresta estivesse do lado dela, tentando me manter afastado. As folhas mortas quebravam sob meus pés, um som que ecoava alto demais no silêncio da noite.

— Vallie! — Gritei, mas minha voz se perdeu no vento. A cada segundo, ela se afastava mais, e eu sabia que ela era rápida. Mais rápida do que eu imaginava. Mais rápida do que eu queria admitir.

O sarcasmo veio como uma faca. Bravo, Dean. O grande protetor, o homem que faria qualquer coisa para mantê-la segura… e aqui estou eu, correndo atrás dela como um maldito vilão de uma história ruim.

Mas isso não era um jogo. E eu não podia perder.

— Vallie! — Minha voz saiu mais forte dessa vez, mas não havia resposta. Apenas o som dos pássaros noturnos se agitava nas árvores acima de mim. Continuei correndo, o coração acelerado, a respiração descompassada. Cada músculo do meu corpo gritava por descanso, mas não havia tempo. Não agora.

A verdade é que, por mais que eu tentasse me convencer do contrário, eu sabia que ela não estava fugindo apenas do que tinha visto. Ela estava fugindo de mim. Do que eu era. E esse pensamento era mais sufocante do que qualquer coisa que Lily pudesse ter dito.

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