Padrasto. (+18)
Vice= Vício.
Qual é o nome dado a algo que você não consegue deixar ir? Aquilo que te alimenta mesmo quando não é desejado. Eu chamo isso de vício, e olha, eu conheço bem essa palavra porque minha mãe e meu pai são viciados. Como eu...
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Duas semanas se passaram desde aquele momento tenso na cozinha, e tudo parecia ter mudado. Vallie não usava mais o gesso no braço, e suas marcas de fragilidade pareciam ter desaparecido junto com ele. O que não tinha desaparecido, porém, era a distância que ela criara entre nós. Ela não falava mais sobre ir morar com o pai, mas Michael começou a aparecer cada vez mais, ficando para o jantar e levando-a para sair. A visão deles juntos fazia meu estômago revirar. Tipo, o cara some por vários anos e agora quer bancar o pai do ano? Não comigo, eu não compro sua encenação.
Sentia o ciúme crescendo dentro de mim, uma adrenalina que pulsava como um combustível, me fazendo querer agir, mas também me deixava paralisado. Vallie parecia se dar bem com todos, com Michael e até mesmo com Lily, que estava em um estado de espírito consideravelmente melhor. Mas quando se tratava de mim, ela era como uma sombra que fugia. Sempre que eu tentava puxar conversa ou me aproximar, ela se afastava, como se houvesse um muro invisível entre nós.
Eu passei a passar longas horas da madrugada na cozinha, esperando que ela descesse para beber água ou fazer um lanche. A cozinha, tornara-se o meu refúgio, um local onde eu podia me perder em pensamentos e frustrações. Mas ela nunca aparecia. As horas se arrastavam, e cada segundo sem vê-la era um golpe.
As noites eram particularmente difíceis. A luz da geladeira iluminava o espaço, criando um contraste com a escuridão da casa, e eu me perguntava se havia algo que eu pudesse fazer para quebrar o gelo.
O desejo de tê-la perto de mim era intenso. Queria sentir a conexão que uma vez tivemos, a eletricidade que percorria o ar quando estávamos juntos. Eu me lembrava de cada detalhe daquele beijo em sua bochecha, da forma como ela hesitava, mas não conseguia se afastar completamente. Havia um vazio que eu tentava preencher, mas que parecia aumentar a cada dia que passava.
Um dia, enquanto eu me perguntava se deveria ir atrás dela de uma vez por todas e contar a verdade, ouvi o som da porta da frente se abrindo. Meu coração disparou ao imaginar que era Vallie, mas o som de risadas alegres ecoou pela casa, seguidas pela voz de Michael. O ciúme se transformou em um calor sufocante, e eu decidi que não poderia mais ficar ali, assistindo passivamente enquanto ela se distanciava de mim e se aproximava deles.
— Isso precisa parar — murmurei para mim mesmo, sentindo a adrenalina subir. Era hora de agir, de mostrar a ela que eu ainda estava aqui e que não tinha intenção de desistir. Eu a queria de volta, e estava disposto a fazer o que fosse necessário para isso, até aturar seu pai.
A mesa de jantar estava repleta de risadas e conversas, mas a alegria que envolvia o ambiente parecia distante para mim. Vallie se sentava ao meu lado, e sua presença era um lembrete constante da distância que havia crescido entre nós. Ela conversava animadamente com Michael, e cada risada dela era como uma faca no meu peito.
Lily parecia estar aproveitando o momento também, mas havia uma tensão em seu comportamento que não passava despercebida. Eu percebia que ela se iluminava com cada palavra de Michael, rindo e tocando-o com uma familiaridade que me deixava enojado, embora eu adoraria que ela voltasse com ele e me esquecesse de vez, mas eu também sei que ela afastaria minha menina de mim no segundo seguinte.