VALLIE
Os dedos roçam contra meu pescoço, a pele gélida encontrando a minha, provocando tremores e murmúrios involuntários. Puxo a coberta para cima da cabeça, encolhendo-me sob a proteção do tecido, mantendo os joelhos próximo à barriga. Ainda envolta em sonolência, tento retornar ao sono. Alguém tenta puxar a coberta, porém resisto firmemente, balançando o pé numa tentativa de atingir o responsável.
A voz rouca que pronuncia meu nome é como um veneno para meu corpo, meus olhos se abrem e fecham por três vezes antes do sono prevalecer. Sempre adorei dormir, pois é um momento para escapar da realidade.
—Não seja tão séria, coelhinha. Eu quero brincar.
— É hora de dormir. — retruquei, fazendo uma careta devido ao perfume intenso.
Uma risada ecoa e, de repente, alguém segura meu pé por baixo da coberta e começa a fazer cócegas. Começo a me contorcer e gargalhar.
Eu abro o olho esquerdo primeiro, depois o direito e finalmente o vejo.
Minha boca se abre em um largo sorriso cheio de significado, ainda que nenhum som escape de mim. Deixo a coberta de lado e me jogo nos braços do meu padrasto. Ele está sem camisa, com o cabelo úmido, mas é para a toalha enrolada em sua cintura que meus olhos são atraídos. Como as linhas do seu corpo se curvam logo abaixo do umbigo, apontando na direção da perdição, me enlouquece. Dean possui um corpo maravilhoso, com um abdômen reto e músculos bem definidos em suas costas e ombros.
— Dean. — suspiro, roçando meu nariz em seu pescoço. — Você está aqui. Ele coloca suas mãos em minha cintura e, por um breve momento, percebo a mudança de cor em seus olhos, passando de um verde profundo para um verde sombrio e opaco.
— Você está cansada, querida?
Mordo meu lábio inferior, absorvendo a sua expressão e olhar sedutor. Um sorriso se forma no lado esquerdo de sua boca e eu viro a cabeça levemente para o lado.
— O que você tem em mente? — pergunto de volta, descansando as mãos nos seus ombros.
Sua expressão relaxa, mas um brilho malicioso se destaca nas suas íris verdes.
— Estou pensando em você sob ângulos diferentes.
— Hmmm... Fale mais sobre isso, querido.
Suas mãos apertam minha cintura.
— Que tal eu mostrar?
Sem aviso, Dean me conduz até a cama, separa minhas pernas e se posiciona entre elas. Solto um suspiro, de olhos bem abertos, ansiosamente percebendo os pontos de contato entre nossos corpos. Tentei o dia todo afastar da mente o meu perseguidor e a foto que recebi. Corri de volta para casa, pressionando meu novo segurança a aumentar a velocidade pela estrada de terra, quase enjoando ao encontrar o lençol, o mesmo da imagem, sobre minha cama.
Alguém esteve no meu quarto. Mas não qualquer pessoa, o perseguidor. Assim o apelidei até descobrir sua real identidade, embora as suspeitas sejam escassas, na verdade, não existe nenhuma.
Como alguém teria conseguido entrar em minha casa sem ser notado com toda a segurança em vigilância? A menos que fosse alguém com livre acesso.
Principal suspeita: Sarah.
Como cuidadora de minha mãe, ela circula sem levantar suspeitas.
— Para onde sua mente está indo? — Dean pergunta com firmeza, segurando minha garganta e me obrigando a encará-lo. Eu pondero se devo revelar a ele sobre as mensagens e a foto, pois o assédio parece estar piorando e em algum momento ele descobrirá, mas contar a verdade também pode colocá-lo em risco.

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VICE
RandomPadrasto. (+18) Vice= Vício. Qual é o nome dado a algo que você não consegue deixar ir? Aquilo que te alimenta mesmo quando não é desejado. Eu chamo isso de vício, e olha, eu conheço bem essa palavra porque minha mãe e meu pai são viciados. Como eu...