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DEAN

O olhar de Vallie estava fixo em mim, seu rosto uma mistura de frustração e curiosidade que quase me fez rir

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O olhar de Vallie estava fixo em mim, seu rosto uma mistura de frustração e curiosidade que quase me fez rir. A maneira como ela me encarava, tentando descobrir cada pedaço escondido da verdade, me deixava ainda mais atraído. Ela respirou fundo, os olhos faiscando de raiva.

- Qual é o lance com você e minha mãe, então? - Sua voz era carregada de sarcasmo, mas eu vi a sombra de dúvida em seu olhar. - Porque, sinceramente, você não parece se importar nem um pouco quando ela se joga para o Michael nos jantares.

Dei de ombros, mantendo o olhar direto, mas com uma leveza que sabia que a provocaria.

- Lily e eu... temos uma relação diferente, Vallie.

A reação dela foi instantânea. Seus lábios se comprimiram, e seu rosto se torceu numa expressão de nojo, como se a verdade tivesse caído com o peso de uma pedra. Ela deu um passo para trás, como se tentasse processar o que eu acabara de dizer.

- Diferente? - Ela quase cuspiu a palavra, os olhos arregalados de incredulidade. - Então é isso? Vocês dormem juntos, mas não agem como um casal. Que tipo de... - Ela mordeu o lábio, a raiva e o desprezo claros em seu rosto. - Isso é nojento, Dean. Não entendo vocês.

Eu a observava em silêncio, e, por dentro, uma parte de mim sentia prazer em vê-la tão abalada. Isso só confirmava o que eu já sabia. Vallie tentava resistir, tentava me afastar, mas cada vez que jogava sua raiva contra mim, eu via o quanto isso a consumia. E eu queria mais disso,queria que ela se deixasse levar.

- Por que isso te incomoda tanto? - Perguntei, meu tom propositalmente calmo, quase frio. Ela ofegou, o peito subindo e descendo rapidamente, como se tentasse encontrar as palavras para responder.

- Porque... - Sua voz falhou, e eu vi seus olhos se estreitarem em raiva, os punhos cerrados ao lado do corpo. - Porque sim, Dean! Isso me perturba, me deixa louca, mas eu... não sei a razão! Talvez seja porque ela é minha mãe e torço por sua felicidade.

Soltei uma risada baixa, e bufei com uma impaciência fingida.

- Não sabe, é? - Cruzei os braços, olhando para ela com um sorriso de quem já conhecia a resposta. - Vallie, você sabe, sim. E a verdade é que você está louca por mim. Está com ciúmes. Quer estar no lugar da sua mãe, dormindo comigo.

Ela abriu a boca para protestar, mas as palavras morreram antes de saírem. Seus olhos continuavam fixos nos meus, ardendo de frustração, de desejo. Ela queria negar, mas o calor em seu rosto e a hesitação em sua voz revelavam tudo o que ela não dizia.

- Admitir isso não vai te matar, sabia? - Minha voz era mais baixa agora, mais suave, mas ainda carregada da provocação que a fazia tremer. Eu dei um passo em sua direção, quebrando a distância entre nós. Cada centímetro que eu avançava, ela recuava, até que suas costas encontraram a casca áspera de uma árvore. Eu a tinha presa, ali, sem saída.

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