Padrasto. (+18)
Vice= Vício.
Qual é o nome dado a algo que você não consegue deixar ir? Aquilo que te alimenta mesmo quando não é desejado. Eu chamo isso de vício, e olha, eu conheço bem essa palavra porque minha mãe e meu pai são viciados. Como eu...
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VALLIE SIMMONS
— Como assim você vai sair da escola!?— o grito de Nia quase explodiu meu ouvido e precisei afastar o celular por um segundo. Hoje deveria ser meu primeiro dia de aula na antiga escola, então recebi uma tonelada de mensagens quando não apareci, principalmente dela.
Minha cabeça ainda anda ocupada com os últimos acontecimentos que esqueci de conversar com ela sobre isso, o que, claro, me fez sentir ingrata e uma péssima amiga.
Mordi meu lábio inferior e respirei fundo, Nia é conhecida como a princesa do drama, mas eu entendia o que minha saída significava para ela. Eu também estava sentindo a perda.
— Não posso voltar atrás agora, você sabe o que aconteceu com mamãe.
Silêncio.
— Sim, eu entendo, é que... bom, a gente fala sobre a formatura desde que nos conhecemos.
É a minha vez de ficar muda e suspirar.
— Ainda iremos na festa juntas. — prometo, mesmo não tendo ideia de como será minha vida a partir de agora.
Nia e eu falamos por mais de uma hora inteira, então desligo com a promessa de que irei visitá-la em breve e desço para falar com mamãe sobre a nova escola. Eu sei que a parte burocrática foi toda administrada por Dean, e embora uma pequena parte minha seja grata a ele, sinto cheiro de armadilha.
Quero dizer, pelo que entendi, a ideia de me transferir veio dele e tudo antes que eu tivesse a chance de abordar o assunto.
Bato na porta da mamãe e coloco a cabeça dentro do quarto.
— Ei, posso entrar? — ela sorri assim que me vê e assente, Kiara está alinhando os medicamentos sobre a mesa do lado direito da cama e bato no seu ombro quando passo por ela, um xingamento carinhoso deixa seus lábios e abro um sorriso.
— Ah, querida, você está tão bonita. — mamãe diz quando paro ao seu lado, seus olhos percorrem meu corpo com certa tristeza e me encolho. Ela já me disse algumas vezes o quanto pareço com sua versão jovem e magra, por alguma razão, isso sempre causa uma sensação ruim no meu estômago.
Acho que é culpa.
Quando era pequena a flagrei dizendo para papai que só engravidou para agradar, pois a gestação foi uma das piores experiências de sua vida e acabou com seu corpo. Três anos depois, ele foi embora e a deixou com a filha que ela nunca desejou.
— Você foi caminhar. — mudo de assunto, observando sua calça moletom e blusa larga. Atualmente todas as suas roupas são encomendadas e entregues em casa, tudo produzido especialmente para ela.
— Uh-h sim, prometi que seria diferente dessa vez.
Não escondo o sorriso ou esperança, foi ruim vê-la perdendo a mobilidade e independência, então estou super feliz e empolgada com sua persistência.
