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VALLIE

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VALLIE

—  O que aconteceu hoje para você estar assim? — pergunto, sentindo o clima mudar para algo tenso, mas, ao mesmo tempo, continuo envolvida, me perdendo no que ele acabou de confidenciar.

Dean ri com humor sombrio, seus dedos deslizando pelo meu rosto.

— Meu dia foi uma merda. Começou com uma reunião com meu pai. Adivinhe quem estava lá? Seu pai. Sabia que ele está na empresa, trabalhando em algo... grande? E aí, adivinha quem apareceu? Sua querida mamãe, Lily.

Eu o encaro incrédula.

— Minha mãe estava lá? O que ela estava fazendo na empresa?

Dean me encara com um sorriso que não chega aos olhos.

— Parece que seus pais estão juntos nesse projeto, estão trabalhando numa pesquisa antiga.

— E minha mãe não te contou?

Dean bufa.

— Não.

— Que pesquisa é essa?  — pergunta, parcialmente assustada e confusa.

Dean estreita os olhos, pensativo, mas fala  com o tom provocante.

— Não tenho todos os detalhes, mas sei que é algo perigoso. Um projeto que eles começaram anos atrás. Acho que envolve... estímulos cerebrais. Algo para manipular o comportamento humano. E não estou gostando nada disso.

— Isso não pode ser verdade. E você tem certeza? —  pergunto, nervosa, mordendo o lábio. Ela desconversou todas as vezes que perguntei sobre meu pai nos últimos dias, mas esse tempo todo estava trabalhando com ele?

Dean passa a mão pelo cabelo, a voz baixa, perigosa e sedutora.

— Eu sei o suficiente para dizer que você deveria tomar cuidado. Mas, agora... tem algo mais interessante que eu quero te ver fazer.

Ele se inclina para o banco de trás e pega algo. Quando volta, segura nas mãos uma fantasia de coelho, de tecido preto, com detalhes em renda e orelhas felpudas. Seu sorriso se alarga, os olhos brilhando de desejo reprimido.

— Você sabe o que fazer com isso, coelhinha. Quero que corra. Quero que me desafie. E, no final... vou te provar  que somos feitos do mesmo material. — Dean me oferece a roupa, a voz maliciosa.

Encaro a fantasia com a pele arrepiada.

— Você... quer que eu corra... de você? Como antes?

— Exatamente. E quanto mais rápido você correr, mais interessante vai ser. Vista isso. Mostre-me do que você é capaz. — Diz, a voz um sussurro rouco, a mão dele apertando a fantasia enquanto me entrega.

Pego a fantasia e deslizo para o banco de trás do carro. O tecido preto é sedoso ao toque, com detalhes de renda ao longo das laterais que deixam pequenos vislumbres de pele à mostra. As orelhas, macias e felpudas, pendem da tiara que coloco cuidadosamente no cabelo. O contraste entre o preto profundo e o brilho suave do tecido transforma a peça em algo tão elegante quanto provocante. Me  troco rapidamente, o coração acelerando, sentindo a adrenalina e a excitação crescerem a cada movimento. Quando termino, me olho no pequeno espelho do carro e me deixo levar pelo personagem. Agora, não sou Vallie... mas a coelhinha de Dean.

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