Padrasto. (+18)
Vice= Vício.
Vallie Simmons sente que Dean Lawrence é perigoso, mas não consegue resistir à paixão avassaladora. Ela terá que escolher entre a lealdade à sua mãe e o amor proibido por seu padrasto, que pode custar a sua vida.
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VALLIE
O quarto estava banhado em luz dourada quando acordei, minha visão embaçada, minha respiração irregular, um grito preso na garganta. O suor colava minha camisola ao corpo, e meu coração martelava no peito enquanto os restos do pesadelo ainda dançavam em minha mente. Pisquei várias vezes, tentando dissipar a sensação de sufocamento, mas as memórias do sonho pareciam tão reais quanto o quarto ao meu redor.
A cortina estava aberta, devo ter esquecido de fechá-la na noite anterior. O sol iluminava cada canto do ambiente, tornando impossível ignorar onde eu estava agora, segura, longe do horror que costumava habitar minha vida.
Virei-me na cama, e lá estava ele. Dean dormia ao meu lado, sereno, com a respiração profunda e regular. O rosto dele parecia quase angelical nesse estado, sem a sombra da intensidade que ele sempre carregava acordado. Por um momento, fiquei observando-o, tentando entender como um homem podia parecer tão distinto quando estava vulnerável assim, perdido em seus sonhos.
Eu sabia o quão diferente ele podia ser. Durante o dia, Dean era meu protetor, às vezes até carinhoso, mas também dominante. Quando me rendia a ele, sentindo-me submissa aos seus pés, era como se ele assumisse um controle absoluto sobre mim e de certa forma, eu precisava disso. De alguém me dizendo o que fazer, assumindo minhas escolhas. Mas agora, olhando para ele, a serenidade em sua expressão me fez questionar tudo.
As últimas semanas foram difíceis. Eu não sabia como processar tudo o que aconteceu. A morte dos meus pais, os segredos revelados, o peso das decisões que tomamos naquele dia. As duas primeiras semanas foram as piores. Todas as noites, eu acordava gritando ou chorando, mergulhada em pesadelos que me puxavam de volta para aquele jantar macabro.
Dean estava sempre lá, tentando me consolar, mas eu não conseguia suportar o toque dele. Cada aproximação parecia um lembrete do que tínhamos feito, do sangue que tínhamos nas mãos. Foi só na noite passada, pela primeira vez desde que tudo aconteceu, que eu o deixei me tocar.
O momento foi hesitante, cheio de silêncios e gestos cuidadosos, como se ambos estivéssemos testando o terreno. Mas foi necessário. Quando ele me abraçou, senti um calor que me fez lembrar que eu não estava sozinha, que, de alguma forma, sobrevivemos juntos.
E agora, vendo-o assim, eu não sabia o que o futuro guardava para nós. Mas uma coisa era certa, o passado ainda estava ali, à espreita, me lembrando de que algumas feridas nunca cicatrizam completamente.
A respiração dele era regular, mas havia uma tensão visível na forma como suas sobrancelhas estavam levemente franzidas, mesmo em sono profundo.
Eu deixei meus dedos deslizarem suavemente pelos seus cabelos, um gesto mais para mim do que para ele. Era engraçado como, mesmo dormindo, Dean despertava os meus mais profundos desejos.
Ele despertou com um leve sobressalto, seus olhos encontrando os meus imediatamente. Havia algo neles que sempre me desarmava. Intensidade e possessividade dançavam ali, como labaredas. Mas, mais que isso, havia um amor que quase doía de tão visceral.