VALLIE
Eu sinto meu coração batendo forte e rápido, como se quisesse sair do meu peito. Minha respiração está ofegante e minhas pernas estão tremendo. Eu olho para trás e pego um deslumbre de Dean, mas não consigo ver o rosto dele. Só posso ver a sombra escura que se aproxima cada vez mais. Eu tento correr mais rápido, mas minhas pernas parecem pesadas e não consigo me mover tão rápido quanto gostaria. Eu sinto a adrenalina me consumindo e não sei o que fazer. Tudo o que posso fazer é continuar correndo e esperar que ele dê o próximo passo. Não vou negar que a perseguição está me excitando, apesar do cenário ser digno de um clichê de terror.
Faz uma semana desde que fizemos isso pela primeira vez, perseguir, porém estou começando a acreditar que preciso disso tanto quanto ele. Pensei que vestir minhas fantasias e fingir que era outra pessoa fosse o suficiente para lidar com tudo, mas Dean tem me mostrado além. Me mate se não tenho ansiado por suas lições cada dia mais. Nada aconteceu entre nós além da perseguição, embora meu corpo continue chamando pelo dele. Contudo, tenho certeza que ele não fará nada sobre a tensão entre nós antes do meu aniversário de dezoito anos.
Urgh.
Eu não deveria pensar sobre isso quando minha mãe está no hospital.
Ontem, antes do pôr do sol, ele me trouxe para a floresta e tocamos fogo em um carro velho que ele tinha adquirido apenas para essa finalidade. A sensação de destruir e colocar fim em algo trouxe o sentimento de paz e conforto. Ele brincou e disse que a escuridão nele se encaixava com a minha. Tenho certeza que vi um brilho de orgulho em seus olhos também.
Hoje, Dean me prometeu um prêmio se eu conseguisse me esconder dele por uma hora inteira. Claro, eu sabia que havia algo estranho comigo e com meu padrasto, a necessidade de fugir da realidade estava cada vez mais forte dentro de nós dois e isso não parece normal. Mas nenhum de nós se aprofunda sobre isso quando voltamos para casa. É quase como se a gente soubesse que a realidade é muito ruim para encarar.
Olho sob o ombro, buscando algum deslumbre dele. Quando tenho certeza que ele não está perto, corro até a árvore mais próxima e me agacho. O tronco é largo o suficiente para cobrir meu corpo e me manter escondida, então eu espero.
Puxo o relógio de pulso do bolso e começo a calcular, deixei o celular no carro para não correr o risco dele me rastrear, embora eu acredito que ele não faria isso. Sua necessidade de caçar é primitiva e Dean prefere seguir seus instintos.
— Coelhinha! — o grito me faz tremer dos pés a cabeça. Ele sempre me chama assim quando estamos na floresta, quando questionei, meu padrasto fez questão de explicar que eu era sua coelhinha, seu animal assustado e travesso. Eu posso ter gostado do apelido, principalmente porque sei o quão obcecado ele tem sido pela minha fantasia sexy. Não vou achar estranho se algum dia ele me pedir para colocá-la enquanto estamos brincando de perseguir.
Fico em silêncio ouvindo seus passos, tenho meus joelhos pressionando contra meu peito e uma visão ampla do caminho que ele adotou. Dean não percebeu, mas seus sapatos podem ser barulhentos quando encontram algum galho ou folhas secas e uso isso a meu favor. Quando ele volta a gritar por mim, me preparo para correr. Continuo usando as mesmas roupas que fui para a escola, calça jeans colada, uma blusa rosa que mostra meus ombros e botas, sem salto, pretas. Porém, amarrei meu cabelo em um rabo de cavalo no alto da minha cabeça.
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VICE
RandomPadrasto. (+18) Vice= Vício. Vallie Simmons sente que Dean Lawrence é perigoso, mas não consegue resistir à paixão avassaladora. Ela terá que escolher entre a lealdade à sua mãe e o amor proibido por seu padrasto, que pode custar a sua vida.