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VALLIE

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VALLIE

O quarto estava mergulhado em uma escuridão quase opressiva quando acordei, o silêncio pesado e sufocante. Uma sensação estranha me envolveu, como se alguém estivesse me observando. O aperto no peito me fez sentir como se mãos invisíveis estivessem ao redor do meu pescoço, dificultando a respiração. Meu coração disparava, e uma onda de pânico me invadiu, acordando de um sono inquieto.

Lembrei-me de que havia ido para a cama chorando, a sensação de solidão cortando como uma lâmina. As lágrimas haviam molhado meu travesseiro, e eu não consegui me livrar do pensamento de que, de alguma forma, eu era a única culpada pela perda das minhas memórias. Por que não conseguia lembrar? O que estava escondido nas sombras do meu passado?

Ergui-me levemente na cama, os lençóis enrolados ao meu redor. O vazio na minha mente era ensurdecedor, e uma certeza estranha me assaltou. Havia algo importante que eu havia esquecido. A sensação era quase física, como um objeto que deixei cair e não consigo encontrar ou alguém. O que poderia ser tão crucial que meu subconsciente estava tentando desesperadamente trazer à tona?

Com o coração acelerado, fui até a janela e a abri, deixando a brisa fria entrar e dissipar um pouco do calor sufocante que me envolvia. Olhei para o céu, buscando algum sinal, uma resposta que nunca parecia vir. O luar iluminava a escuridão do meu quarto, lançando sombras nas paredes, e a solidão era quase palpável. A visão da cidade dormindo lá fora não me trazia conforto; em vez disso, só intensificava a sensação de estar presa em um labirinto sem saída.

Tentei fechar os olhos, mas as memórias fragmentadas dançavam na minha mente, como folhas ao vento. Flashbacks de risadas, um sorriso que não consigo identificar, e, por um instante fugaz, a imagem de uma floresta surgiu, então os faróis de um carro e nada. Escuridão. As imagens ecoavam na minha mente, mas é como se os outros pedaços estivessem presos em um túnel escuro que eu não conseguia atravessar.

O pânico subiu novamente, e as mãos invisíveis ao meu redor pareciam se apertar ainda mais. Por que não conseguia acessar essas memórias? O que aconteceu? Eu precisava entender. Era como se cada dia que passava, eu me afastasse ainda mais de quem eu realmente era.

Levantei da cama, impulsionada por uma necessidade de descobrir a verdade. Precisava encontrar respostas, mesmo que significasse encarar os fantasmas do meu passado. A única coisa que sabia com certeza era que eu não podia continuar vivendo nessa escuridão. Algo dentro de mim, uma pequena centelha de determinação, dizia que eu tinha que lutar, mesmo que a luta fosse contra mim mesma.

Enquanto me dirigia para a porta, a sensação de aperto começou a ceder. Eu não sabia o que encontraria, mas estava decidida a enfrentar o que quer que fosse. O peso do passado me seguia, mas eu estava pronta para confrontá-lo e, finalmente, descobrir quem eu realmente sou. A sensação de aperto no peito tinha se dissipado, mas um novo tipo de ansiedade me invadiu ao pensar em como o dia se desenrolaria. Estava perto de girar a maçaneta, quando uma sombra no canto do quarto chamou minha atenção. Olhei mais de perto e quase tropecei nas minhas pernas ao perceber que Dean estava sentado no chão, parcialmente escondido nas sombras.

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