𝙲𝙰𝙿Í𝚃𝚄𝙻𝙾:05

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Coloquei a camisa listrada do São Paulo, um shorts branco, um tênis preto, deixei o cabelo solto e fiz uma maquiagem leve. Coloquei alguns acessórios e partimos para o estádio.

Mãe, comprei ingressos pra cadeira térrea, você pode ir indo pegar os nossos lugares enquanto eu vou cumprimentar os meus amigos - Digo.

Tá bom, querida - Ela diz retocando o batom.

Chegamos no Morumbi e eu guardei o carro no estacionamento privado, privilégios de já ter feito parte desse clube. Minha mãe foi indo para os nossos lugares e eu entrei no local que ficam os jornalistas. Eu estava passando por onde os jogadores passam e alguns jornalistas me pararam para me entrevistar.

Olá, Isabela. Como anda a sua carreira depois de deixar o Tricolor? - Uma repórter pergunta.

Está indo muito bem, apesar de sentir muita falta dos meus jogadores - Rio.

Pensa em algum dia voltar pra cá? - Ela pergunta.

Não sei, quem sabe algum dia - Dou uma piscadinha e continuo andando.

Fui caminhando até o vestiário e cumprimentei os membros da comissão técnica que via pelo caminho, logo vi o Dorival Júnior e o abracei. Mais para frente eu encontrei com o Lucas, eu corri e o abracei bem forte.

Não acredito - Ele diz.

Eu estava com tantas saudades de você - Digo.

Eu também, Isa - Ele diz.

Você sumiu, não me mandou mais nada - Digo irritada.

Acontece - Ele ri sem graça.

Entrei no vestiário e os jogadores estavam todos sentados em seus devidos lugares enquanto colocavam as meias e chuteiras.

Oi, meninos - Digo e todos me olham com certa surpresa.

Não acredito - Luciano vem na minha direção e me abraça.

Eu senti sua falta, atentado - Digo o apertando.

Puta merda, você nem imagina a falta que fez - Ele diz.

Eu imagino sim - Rio e a gente se separa.

Vocês não vão vir me abraçar não? - Questiono rindo e os demais vêm ao meu encontro, menos o Jonathan.

Porra, vocês tão fortes, viu - Digo dando um tapa no braço de Luan.

Olhei ao redor e senti falta de alguns rostos, o contrato de alguns se encerrou e não houve renovação.

Vamos se aquecer - Jonathan diz passando reto por nós.

Todos foram o seguindo e o Luciano permaneceu aonde estava. Eu olhei para ele e suspirei pesadamente.

Acho que o clima não tá bom, né? - Ele questiona.

Não - Digo mordendo os lábios pelo nervosismo.

Não sei se te anima, mas quando o Calleri viu a notícia de que você saiu pra jantar com o Hugo sei lá o que, ficou muito puto - Luciano diz.

Sério? - Questiono.

Sim, saiu chutando tudo que via e xingou todo mundo que foi falar com ele, inclusive eu - Ele ri.

Deve estar pensando besteira - Reviro os olhos.

Aí eu já não sei. Vou para o aquecimento - Ele diz.

Vai lá - Rio e ele sai.

Fiquei sozinha no vestiário e fui até a frente da cabine que fica a camisa do Jonathan. Vi a foto com o nome dele e a camisa pendurada, passei a mão pelo nome "Calleri" e o número nove, também organizei as duas chuteiras que estavam ali. Também havia uma munhequeira, uma garrafinha de água e uma lata de energético. Dei uma organizada na bagunça do vestiário e logo os meninos voltaram, vendo as coisas arrumadas.

Era disso que a gente estava sentindo falta - Nestor diz.

Deixa de ser ridículo, garoto - Rio.

[...]

Como está a perna, Igor? - Pergunto indo até ele.

Ótima - Ele sorri.

Fico feliz - Sorrio.

Eles fizeram o círculo de oração e o Rafinha falou algumas palavras, depois eles se cumprimentaram e começaram a se preparar para ir para o campo. Jonathan ficou para trás porque não estava conseguindo colocar a munhequeira. Eu fui até ele e o ajudei.

Estava colocando errado - Digo apertando o item.

Obrigado - Ele diz.

Imagina, Jony. É fofo ver você se atrapalhando - Sorrio e ele solta um leve sorriso.

Fiquei olhando para os seus olhos e encarei a sua boca. Ele virou a cabeça para o lado e começou a caminhar para fora do vestiário, hoje ele vai iniciar como titular. Respirei fundo e fui até o lugar que a minha mãe estava.

[...]

Querida, você sabe em que número estamos, não é? - Minha mãe pergunta.

Por que? - Questiono confusa.

Estamos nas mesmas cadeiras do dia que o Calleri te reencontrou, em 2016 - Ela diz.

Sério? - Pergunto.

Sim, ele fez o sinal de telefone pra você - Ela ri.

Verdade - Solto um sorriso bobo ao me lembrar.

[...]

O jogo começou e o outro time deu o primeiro toque na bola. O primeiro tempo foi bem parado e o placar seguia no 0x0. Dorival fez algumas mudanças para a segunda etapa mas manteve o Jonathan no time. Ele deu o toque na bola e o segundo tempo começou.

Luciano estava tentando driblar dois zagueiros dentro da área adversária e foi empurrado, e então o São Paulo recebeu um pênalti. Luciano pegou a bola e todos estavam na expectativa de que ele bateria o pênalti, porém ele foi até o Jonathan e entregou a bola para ele bater. Ele sabia da má fase do companheiro e queria ajudá-lo.

Jonathan posicionou a bola e correu com a paradinha de sempre, depois mandou a bola no canto inferior do lado esquerdo, o lado oposto que o goleiro estava. Ele saiu comemorando com os companheiros e até se emocionou por conseguir marcar novamente. O jogo foi encerrado e ficou 1x0 para o São Paulo, três pontos garantidos.

𝙴𝚇 𝙰𝙼𝙾𝚁: 2° 𝘛𝘌𝘔𝘗𝘖𝘙𝘈𝘋𝘈 | 𝗝𝗼𝗻𝗮𝘁𝗵𝗮𝗻 𝗖𝗮𝗹𝗹𝗲𝗿𝗶Onde histórias criam vida. Descubra agora