𝙲𝙰𝙿Í𝚃𝚄𝙻𝙾:21

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Muda alguma coisa se eu ficar? - Ele pergunta.

Muda, e muito - Digo.

Só a sua companhia já é o suficiente pra me alegrar um pouco - Digo.

Você não sabe o quanto é difícil negar alguma coisa pra você - Ele diz.

Eu tenho esse dom - Rio.

Em outras circunstâncias eu ficaria, mas dessa vez não rola - Ele diz dando um beijo na minha bochecha.

Boa noite, Bela - Ele diz e vai embora.

Sozinha, mais uma vez - Digo encarando o teto.

Que saudades da minha vida perfeita - Digo bufando.

Poder cuidar dos meus jogadores - Digo.

Ver aquele homem me esperando todos os dias com um sorriso lindo no rosto - Solto um leve sorriso.

O que eu me tornei? - Questiono mordendo os lábios pelo nervosismo.

Eu não mereço ele, nunca vou merecer aquele homem - Respiro fundo.

Eu me levantei e fui para o meu quarto. Coloquei o meu pijama e arrumei os cobertores para poder me deitar. Olhei ao redor do quarto e vi um urso na cor caramelo apoiado na minha penteadeira. Peguei o urso e passei a mão pela fita que havia no seu pescoço, com o nome "Baby Monet Calleri". Deitei e abracei o urso enquanto tentava pegar no sono.

- Dia seguinte -

Estava no escritório de advocacia de uma das amigas da minha mãe e fui atendida por ela.

[...]

O que podemos fazer, Rebeca? - Pergunto.

É complicado eu te dizer como podemos prosseguir sem ver o contrato que foi assinado - Ela diz.

Nele dizia que o tratamento era exclusivo do hospital - Digo.

Dizia se isso era definitivo? - Ela pergunta.

Não especificava, por isso eu assinei - Digo.

E o contrato já se encerrou, não é? - Ela pergunta.

Sim, há poucos dias. Eles me chamaram para fazer a renovação, mas eu não aceitei - Digo.

Basicamente você quer reivindicar os direitos sobre o seu tratamento para poder publicá-lo com investimento de terceiros? - Questiona.

Exato - Digo.

Vou ver o que posso fazer por você e entro em contato - Ela diz e eu concordo.

Obrigada, Rebeca - Aperto a mão dela.

Imagina, qualquer coisa eu estou à disposição - Ela diz e eu vou embora.

- Alguns dias depois -

Durante esses dias que se passaram, nada aconteceu. Eu fico o dia inteiro em casa por estar desempregada e a minha mãe já voltou. Eu me aproximei bastante da Rebeca, minha advogada e amiga da minha mãe. Ela está cuidando de tudo em relação ao hospital, mas ainda não tenho novidades.

Ela me contou que tem uma ONG que ajuda algumas crianças desamparadas e convidou a gente para ir até lá conhecer, minha mãe e eu aceitamos o convite. Eu estava com uma calça azul marinho, uma blusa branca e uma bota de cano baixo cinza. Deixei o cabelo solto, passei um batom claro e coloquei um óculos escuro.

[...]

Chegamos lá e fomos acompanhando a Rebeca, ela foi nos mostrando o refeitório, os quartos, a brinquedoteca, etc.

Por enquanto estamos tentando manter tudo igual, mas precisamos muito de um investidor - Rebeca diz.

O que aconteceu com os anteriores? - Minha mãe pergunta.

Alguns pararam de investir aqui na ONG por falta de recursos - Rebeca diz.

E vocês estão conseguindo manter tudo que precisam para todas as crianças? - Pergunto.

Com muita dificuldade - Ela diz.

Que situação, Rebeca - Digo demonstrando tristeza.

Vamos mudar um pouco de assunto, isso se resolverá logo - Ela diz.

Vai sim, estamos torcendo por isso - Minha mãe diz.

Venham conhecer as crianças - Rebeca diz e nós a seguimos.

Ela nos levou para o pátio e nós vimos todas as crianças brincando, eram bem comportadas. Haviam umas cinco mulheres uniformizadas, provavelmente estavam tomando conta de todos. A Rebeca chamou as crianças e todas vieram até nós, eram umas trinta mais ou menos.

Temos visita hoje, cumprimentem as moças - Rebeca diz e as crianças acenam para nós.

Oi, crianças. É um prazer conhecer vocês - Digo.

Essa é a doutora Isabela Monet. Ela é médica e estava muito animada pra conhecer vocês - Rebeca diz.

E essa é a mãe dela, minha amiga de muitos anos - Continua.

Você salva vidas? - Um menino pergunta.

Sim, eu ajudo muitas pessoas - Digo sorrindo.

Você também salva os bichinhos? - Uma menina pergunta.

Não, eu sou médica de pessoas - Digo.

Tirei algumas dúvidas das crianças e depois a Rebeca disse para eles não ficarem me enchendo de perguntas, eu ri e disse que não tinha problema.

𝙴𝚇 𝙰𝙼𝙾𝚁: 2° 𝘛𝘌𝘔𝘗𝘖𝘙𝘈𝘋𝘈 | 𝗝𝗼𝗻𝗮𝘁𝗵𝗮𝗻 𝗖𝗮𝗹𝗹𝗲𝗿𝗶Onde histórias criam vida. Descubra agora