𝙲𝙰𝙿Í𝚃𝚄𝙻𝙾:49

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- Dois dias depois -

Já estava pronta para ir para o julgamento e estava bem nervosa. Vestia uma camisa formal na cor branca e uma saia justa preta, também estava com um salto baixo preto. O cabelo estava solto e não passei nada de maquiagem. Jonathan vestia uma roupa social.

Chegamos no tribunal e respiramos fundo antes de ir para sala que decidiria o meu futuro. Dentro do local já haviam algumas pessoas sentadas. Hanna já estava lá com o advogado dela e eu fui na direção da mesa que ficava do lado oposto.

Havia uma separação entre os bancos e o local que nós ficávamos, então Jonathan se sentou no primeiro banco para ficar atrás de mim mas mesmo assim com uma distância razoável. Minha mãe chegou junto com a Rebeca e eles se sentaram todos juntos.

Podemos dar início? - O juiz pergunta.

Sim, meritíssimo - O advogado de Hanna diz.

Estou aguardando - O juiz diz.

Demos início à isso pois a senhorita Monet furtou um documento que era propriedade do hospital - O advogado diz.

Ela quis dar início ao processo pelos direitos do tratamento mas não obtinha uma cópia do contrato, e ao invés de conversar com a dona e chefe do hospital, preferiu pegá-los sem autorização, pois é muito mal intencionada - O advogado diz e eu pude ouvir um riso debochado de Jonathan.

Eu protesto - Me levanto.

Protesto negado. Sente-se, Monet - O juiz diz e eu me sento.

Prossiga - O juiz diz.

Ela se aproveitou de como a acolhemos pra invadir como se fosse um membro importante no hospital, mas ela sabe perfeitamente que não é. Não passa de uma ladra - O advogado diz.

Me desculpe, meritíssimo, mas eu protesto - Me levanto um pouco irritada.

Protesto aceito. Se recomponhe, doutor - O juiz diz e eu me sento satisfeita.

O advogado de Hanna falou várias coisas ao meu respeito e eu estava me controlando para não surtar. Eu olhei algumas vezes para trás e via os olhares de raiva do Jonathan, da Rebeca e da minha mãe.

[...]

Podemos iniciar o próximo. Aproxime-se, doutora Campbel - O juiz diz e Rebeca se levanta e caminha para o local que estávamos.

Ela se sentou ao meu lado e o juiz começou a ler os papéis que estavam na mesa dele.

Pode começar - Ele diz.

Boa tarde, espero que estejam bem. Queria começar falando sobre os termos que estavam no contrato - Ela diz.

Dizia claramente que o tratamento era propriedade da minha cliente no tópico "O ESTUDO CLÍNICO E FISIOTERAPÊUTICO FEITO PELA CONTRATADA É DE TOTAL EXCLUSIVIDADE DO HMDC", a contratada era Isabela Monet - Rebeca diz.

Mas pelo que entendi, os direitos foram passados para o hospital, não é? - O juiz pergunta.

Isso mesmo - O advogado de Hanna diz.

Eu concordaria, meritíssimo. Mas não há tópicos que indicassem que isso continuaria mesmo após o encerramento do contrato, que aconteceu há alguns dias - Rebeca diz com um sorriso convencido e eu olho para o lado, vendo que Hanna tinha um olhar neutro e o advogado dela parecia que ia surtar.

Então no fim do contrato, como não houve renovação, se encerrou qualquer vínculo entre Isabela e o hospital, e todos os tópicos foram descartados, sendo assim, o estudo é exclusivamente dela - Rebeca diz. Essa mulher é incrível.

Eu protesto, meritíssimo - O advogado de Hanna diz irritado.

Protesto negado - O juiz diz.

Diante de todos os fatos apresentados, com a cópia do contrato em mãos e depois de ler todos os termos, eu declaro caso encerrado - O juiz diz.

O tratamento é totalmente exclusivo da doutora Isabela Monet, sendo assim, a mesma possui todos os direitos sobre ele e qualquer um que usá-lo por qualquer motivo, terá condições de ser processado - Ele bate o martelo.

Isso - Digo extremamente feliz. Isso saiu mais alto do que deveria.

Jonathan esticou a mão e eu bati na mão dele, depois minha mãe fez o mesmo. Eu abracei a Rebeca e a agradeci.

Ainda temos um caso em aberto - O juiz diz e eu me sento novamente.

Pode se retirar, doutora Campbel - O juiz diz e Rebeca volta a se sentar junto com a minha mãe.

Eu olhei para Hanna e ela parecia não ter reações, não estava feliz mas também não estava triste.

Com tudo que foi apresentado, incluindo imagens das câmeras de segurança, eu declaro Isabela Monet culpada - Ele diz.

Apesar de ser ou não com más intenções, o crime foi cometido da mesma forma. Nós do júri concordamos com quatro anos de pena com liberdade condicional - O juiz diz e eu fecho os olhos tentando me manter calma.

Olhei para trás e vi a cara de assustada da minha mãe. Também vi a cara de preocupação de Jonathan. Um dos guardas que estavam ali veio na minha direção e apenas colocou as mãos nos meus ombros que não poderia me algemar. Olhei para o Jonathan e ele ameaçou levantar para arrumar confusão, mas a minha mãe o conteve e começou a falar muitas coisas no ouvido dele.

𝙴𝚇 𝙰𝙼𝙾𝚁: 2° 𝘛𝘌𝘔𝘗𝘖𝘙𝘈𝘋𝘈 | 𝗝𝗼𝗻𝗮𝘁𝗵𝗮𝗻 𝗖𝗮𝗹𝗹𝗲𝗿𝗶Onde histórias criam vida. Descubra agora