𝙲𝙰𝙿Í𝚃𝚄𝙻𝙾:81

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- Alguns dias depois -

Já tínhamos voltado para casa e a nossa convivência estava boa até demais. Nós curtimos muito a nossa lua de mel e foi, com certeza, a melhor viagem da minha vida. Logo começa a pré temporada do São Paulo e eu já estou preparando o psicológico para o longo ano que virá. Neste momento eu estou sentada no sofá montando uma planilha de exercícios para os atletas e o Jonathan está tomando um pote de sorvete do meu lado.

Aproveita, logo acaba essa moleza - Digo.

Tá muito bom, quer? - Ele pergunta.

Não, valeu - Rio.

Tá muito ocupada? Precisamos conversar - Ele diz.

É sobre o que eu estou pensando? - Pergunto.

Provavelmente - Ele diz.

Vamos a discussão então - Deixo o celular de lado.

Maristela é amável, muito carinhosa e não dá trabalho nenhum - Digo.

Mas ela é uma criança, logo já entra na escolinha e vai precisar de muita atenção e da nossa presença, sendo que sempre estaremos viajando com o clube - Ele diz.

Você tem um ponto, mas nós resolvemos isso - Digo.

Como? - Ele pergunta.

Eu vou ser muito presente, acredito que você também. Nós viajamos em torno de uma vez por semana, podemos contratar uma babá - Digo.

E você não acha que ela vai se sentir abandonada? - Ele questiona.

Não, ela é muito esperta, vamos explicar certinho que esse é o nosso trabalho - Digo.

Isso vai ser complicado e vai ser uma burocracia do caralho. Você quer isso mesmo? - Pergunta.

Eu que preciso perguntar. Você quer isso? - Pergunto.

O que você topar, eu topo. Mas vamos educar ela do nosso jeito, com as nossas regras e se chegarmos a ter outro filho, não vai ter diferença nenhuma de tratamento. De acordo? - Ele pergunta.

Totalmente. Você acha que ela vai gostar da ideia? - Pergunto.

Ela gosta muito de nós dois, mas talvez esteja esperando que os pais voltem, é difícil saber - Diz.

Você realmente está certo disso, Jony? Eu vou compreender se você achar loucura - Digo.

Tudo bem, eu apoio. Formar uma família com você é o maior sonho da minha vida, e a Maristela é top, eu gosto dela - Ele diz.

Então tá bom. Vamos conversar com a Rebeca e ver tudo que precisa ser feito - Digo.

- Dia seguinte -

Nós fomos até a ONG para deixar o cheque desse mês e íamos aproveitar para conversar com a Rebeca. Nós falamos um pouco com as crianças e ficamos a sós com a Maristela. Ela estava meio triste.

O que foi, meu amor? - Pergunto.

Eu estava com saudade de vocês - Ela diz.

Eu também estava, é que aquele dia tivemos um imprevisto e fomos embora mais cedo - Digo.

Achei que vocês não iam mais voltar - Ela diz.

E deixar de visitar você? Nunca - Jonathan diz.

Nós somos amigos, não somos? - Ele pergunta estendendo o dedo mindinho.

Sim - Ela entrelaça o dedo dela com o dele.

Você gosta de morar aqui, meu amor? - Pergunto.

As tias são bem legais, mas eu sinto falta da minha casa - Ela diz.

Entendi - Digo.

[...]

Jonathan e eu fomos falar com a Rebeca e ela nos recebeu com um sorriso no rosto, como sempre. Entregamos o cheque e ela agradeceu.

Rebeca, nós gostaríamos de conversar com você - Digo e ela presta atenção.

Seria possível adotar uma das crianças que estão aqui? - Pergunto.

Bom, já recebi várias perguntas assim de algumas pessoas que vieram visitar - Ela ri.

É possível sim. A gente só precisa verificar as documentações e se a criança tem interesse em ser adotada - Ela diz.

Estamos falando da Maristela, não é? - Ela pergunta e Jonathan concorda.

Eu imaginei. Mas tem outro casal que tem interesse na menina - Rebeca diz.

O meu coração apertou com a frase que saiu da boca dela. Eu apertei a mão de Jonathan e ele a acariciou com o polegar.

O processo avançou? - Ele pergunta.

Não, eles só visitaram mesmo e disseram que gostaram dela - Rebeca diz.

Será que a gente poderia conversar com ela pra ver se ela gosta da ideia? - Pergunto.

Claro, desde que não criem expectativas nela - Rebeca diz.

Tudo bem - Concordo.

𝙴𝚇 𝙰𝙼𝙾𝚁: 2° 𝘛𝘌𝘔𝘗𝘖𝘙𝘈𝘋𝘈 | 𝗝𝗼𝗻𝗮𝘁𝗵𝗮𝗻 𝗖𝗮𝗹𝗹𝗲𝗿𝗶Onde histórias criam vida. Descubra agora