Carolina. - Rio de Janeiro, 13 de fevereiro, Complexo da Maré.
Despertei sentindo minha cabeça latejando por causa da coronhada que levei, ainda estava meio desnorteada e sentindo meu corpo chacoalhando enquanto ouvia no fundo a voz de Natan e uma segunda voz grave e totalmente desconhecida.
Abri meus olhos olhando ao redor procurando algo familiar mas a primeira coisa que eu vi foram olhos castanhos penetrantes e intensos, e nada familiares pra mim. Quando vi que era um homem desconhecido, pulei de seu colo sentindo minha cabeça latejar mais ainda. Analisei o cara na minha frente, vendo que ele estava com uma arma enorme atravessada nas costas.
- Falcão... - ele se apresentou e tirou o tecido do rosto me dando uma visão total de seu rosto bronzeado e bonito.
- O que aconteceu? - coloquei Natan atrás de mim mas ele passou pra frente pra falar com o homem. - Quem é você?
- Mamãe, ele ajudou a gente. - meu filho defendeu o tal Falcão e eu olhei pra ele. - Aqui tio, o seu radinho. - Natan entregou o objeto na mão dele que pegou e fechou a mão na altura do meu pequeno, Natan entendeu que era pra dar um soquinho e assim fez.
- Ahn... obrigada. - eu falei e o homem olhou pra mim assentindo.
- Tem bronca não, princesa. - sua voz era grossa e me deixou meio desestabilizada. - Vou indo lá. Fé aí! - ele falou e deu as costas indo pra rua onde estávamos antes.
- Vamos entrar, filho. - eu abri a porta e ele passou correndo. Já eram dez da noite e eu estava cheia de adrenalina no corpo ainda, acredito que Natan estava da mesma forma. - Vai tomar um banho pra tirar o suor, depois vem pra sala pra gente assistir um filme.
- Tá bom mamãe! - ele foi tomar um banho e eu fui fazer pipoca enquanto pensava no que acabou de acontecer.
E quando eu menos esperei, aqueles braços musculosos e tatuados, e seus olhos marcantes estavam na minha mente. Olhei pro nada enquanto lembrava das suas características marcantes, a pele escura, as tatuagens, o olhar que deixaria qualquer mulher beijando seus pés, me perguntava de onde esse cara tinha saído. Eu nunca tinha o visto antes, não que eu saísse muito de casa, mas eu conhecia de vista algumas pessoas, mas ele nunca vi.
"Você tá bem? Tá em casa?" era Tamires mandando mensagem.
"Estou bem, acabei de chegar em casa, estava na rua quando tudo começou."
"Puta merda amiga, mas que bom que chegaram em segurança."
"E vocês estão bem?"
"Estamos sim, está tudo certo." - suspirei e ela continuou digitando.
"Amanhã nos vemos, vou dormir. Boa noite, te amo!""Boa noite, também amo vocês!"
Coloquei a pipoca em um balde e vi Natan vindo como sempre vinha, com a toalha em volta do corpo e com roupas nas mãos. Ele ainda não sabia se vestir e sempre pedia ajuda. O ajudei e ele se sentou no sofá pra assistir o desenho que eu tinha escolhido.
Me sentei ao seu lado e coloquei o balde de pipoca entre eu e ele, ele ia comendo enquanto o filme rolava e eu fui comendo também.
Quando percebi, ele já estava num sono pesado ao meu lado e eu o puxei pro meu colo pra que ele ficasse mais confortável. Meu colo nunca ficaria pequeno demais pra ele, meu filho era a coisa mais importante no mundo na minha vida, ele é a minha luz.
Acariciei seus cabelos e abracei mais seu corpo e me levantei o levando pro meu quarto pra dormir comigo hoje.
(...)
As meninas chegaram aqui no domingo por volta das onze horas. Elas trouxeram carne pra fazer churrasco e eu já tinha feito as guarnições. Natan pediu pra que eu colocasse sua piscina na rua pra brincar com as outras crianças e assim eu fiz. A rua era sem saída e por isso eu deixava ele brincar, impus o limite de até onde ele poderia ir e ele sempre obedece, Natan nunca foi desobediente.
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RENASCER [CONCLUÍDA)
RomanceCarolina conhece muita coisa sobre relacionamento, principalmente tendo passado pelas mãos doentias do ex abusivo, ela só conhece o lado negativo de se relacionar. Natan, seu filho, foi a única coisa boa que lhe aconteceu nesse período conturbado da...