Capítulo 34

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Carolina. - Rio de Janeiro, 26 de abril, Complexo da Maré.

- Agora solta a embreagem devagar. - Falcão falou e eu fiz só que com certeza fiz errado porque o carro deu uma arrancada e em seguida morreu. - Devagar caralho.

- Para de xingar, porra! - eu falei estressada e ele gargalhou.

- Ai, Carolina. Tu é foda... - ele disse e eu respirei fundo. - Tenta de novo.

Fiz todo o procedimento de novo e ele observava tudo. Falcão resolveu que eu preciso aprender a dirigir pra quando ele não puder ir buscar o Natan na escola. Eu obviamente aceitei vendo que ele tinha uma pitada de razão.

Só eu e ele tínhamos liberação pra buscar Natan, e eu até dei a opção de colocar Maria ou Thamires nos contatos de emergência, mas ele negou meio desesperado dizendo que pela segurança de Natan era melhor não.

Ele tava inclusive bem cismado com segurança esses últimos tempos, onde eu ia ele perguntava se tava tudo bem e se precisava que ele me buscasse. Até pro trabalho ele faz questão de me buscar onze da noite, mesmo ele tendo "trabalhado" o dia todo.

- Isso, garota. - ele falou quando eu acertei e consegui tirar o carro do lugar. - Agora faz a volta ali. - ele apontou pra curva que tinha na quadra que a gente tava. - Com cuidado, pelo amor de Deus, esse carro é caro!

Ele falou meio nervoso e eu até me surpreendi quando vi que ele tava com esse carro que eu nem sei a marca, mas sei que eu precisaria trabalhar uns três anos pra pagar pelo menos a metade do valor dele.

- Agora tem que dar a seta. - ele me mostrou e eu fui fazendo conforme ele explicava.

Dei duas voltas certinho e ele bateu a mão na minha.

- Fui bem? - perguntei com medo da resposta.

- Pra primeira vez, foi bem, gostosa. - ele me deu um selinho e eu ri.

Já tava se tornando costume dele, eu ainda não tava acostumada.

- Eu quero ir pra casa, tô com fome. - eu reclamei e ele balançou a cabeça concordando.

- Quer leite? - ele perguntou e sorriu sacana, eu gargalhei.

- Vamos logo. - falei ainda rindo e tirei o cinto de segurança.

- Você que manda, princesa. - saí do carro pra trocar de lugar com ele e logo fomos pra minha casa.

Ele estacionou bem na frente e saímos do carro.

Meu celular tocou bem na hora que eu fechei a porta de casa e eu atendi logo de primeira vendo que era da escola do meu filho.

- Olá, dona Carolina. Boa tarde!

- Oi, boa tarde! Aconteceu algo? - perguntei preocupada.

- Na verdade, sim! Mas não se preocupe, já resolvemos. Lembra daquele homem que eu liguei perguntando se podia liberar Natan pra ele levar? - ela falou e meu coração saltitou no peito, minha pressão caiu pro pé e minha cor com certeza não era mais a mesma.

- Sim, lembro. O que houve? - mantive minha voz firme pra não preocupar Thiago que me encarava.

- Ele veio hoje novamente, mas não falou nada, nem se aproximou. Ele está cerca de trinta minutos parado na esquina olhando pra porta da escola. - a funcionária falou e eu arregalei os olhos. - Achei importante avisar, já que da ultima vez ele só veio procurando por Natan, e nenhuma outra criança.

- Meu Deus... - falei e me sentei no sofá ainda sob o olhar de Falcão que acompanhava cada expressão minha. - Pode parecer estranho, mas descreve esse homem pra mim. Detalhes! Por favor.

RENASCER [CONCLUÍDA)Onde histórias criam vida. Descubra agora