Carolina. - Rio de Janeiro, 26 de maio, Complexo da Maré. 01:15 AM.
Matheusinho tinha razão.
Falcão veio dormir comigo e agora eu me encontrava de frente pra ele encarando seus olhos pesados forçando pra não fechar. O coitado tava cansado.
- Vacilei com vocês hoje, foi mal. - ele falou baixinho e eu só observei ele falando, todo tímido, era até engraçado. - Meu dia foi uma loucura, até tentei sair cedo mas teve esse bagulho do Matheus, tem nem como o cara deixar pra lá. Foi mal mesmo.
- Eu entendo, Falcão. E sei que Natan vai entender também. - ele suspirou aliviado.
- Vocês têm sido minha paz, tá ligada? - ele falou e senti meu coração batendo mais forte. - Tu tem sido o motivo pra eu não jogar tudo pra cima e meter o foda-se.
- Eu? - falei espantada.
- É pô. Tu. - ele falou e se aproximou passando a mão no meu rosto do mesmo jeito que fez com Natan. - Tô me sentindo bem pra caralho.
E então ele me beijou em um beijo calmo e lento, sem pressa, sem segundas intenções, só nós dois em uma bolha que a gente mesmo fez.
- Porra, tu é minha perdição, Carolina. - ele falou e eu encarei seu rosto enquanto ele me observava com a pouca iluminação no quarto.
- Porque diz isso?
- Porque aqui contigo eu não tô me importando com caralho nenhum que tá acontecendo lá fora. - ele falou e eu suspirei.
- E isso te deixa como?
- Nem sei, tô tranquilo. Mas eu temo porque prometi proteger vocês. E se eu não conseguir? Eu já perdi muito nessa vida, não quero perder vocês não. - ele falou e eu sorri.
- Você não vai perder a gente, a não ser que você queira. Mas tu é foda, Falcão, essa loucura vai passar e tu vai ver o quão foda tu é. - eu passei minha mão pelo seu peitoral sem camisa e ele sorriu.
- Me chama de Falcão não, pô. Gosto mais quando me chama pelo nome. - ele falou cheio de manha e eu ri.
- Tá bom, Thiago. - eu virei de costa pra ele e o puxei pela mão pra mais perto.
- Vamo dormir, gostosa. Só não te como nessa posição mesmo porque o cansaço é maior.
- Nem se tu não tivesse cansado. - eu falei baixinho.
- Tem certeza? Tu não resiste a mim, Carolina. - ele beijou meu pescoço e desceu uma das mãos pra dentro do meu short.
- Para, Falcão... - eu pedi mesmo não querendo que ele parasse, mas ele tava cansado.
- Falcão não! - ele chamou minha atenção e pressionou meu ponto sensível e eu me remexi pra não transparecer o quanto eu queria.
- Thiago. - falei em um tom mais firme pra ver se ele parava, mas o filho da puta só deixou a mão ali e deitou a cabeça no meu ombro pra dormir.
- Porra, se eu soubesse que dormir assim era confortável, tinha dormido antes. - ele beijou meu ombro e eu fechei meus olhos tentando me concentrar em dormir.
- Boa noite. - eu falei sem esperar uma resposta.
(...)
Não faço ideia de como eu consegui dormir, mas eu sei muito bem como eu acordei ás sete da manhã com a boca de Thiago no meu clítoris enquanto eu gemia baixo pra não acordar ninguém.
Ele é um traiçoeiro.
- Thiago... - gemi quando ele inseriu dois dedos em mim vendo o quão lubrificada eu tava, ele estocava devagar me torturando e sua boca me chupava com força fazendo a combinação perfeita.
- Isso, amor. Geme só pra mim. - ele falou por baixo da coberta mas pelo silêncio no quarto eu conseguia ouvir tudo.
Ele tirou seus dedos de dentro de mim e foi tirando a coberta de cima da gente.
Ele subiu numa trilha de beijos abaixo do meu umbigo, minha barriga, no vão dos meus seios, meu pesçoco até chegar na minha boca. Sua língua encontrou a minha e eu fiz um esforço pra virar nossas posições e sentar em cima do seu pau, tirando eu mesma a minha camisa olhando nos olhos dele, ficando somente com a lingerie que eu tava por baixo.
- Porra, Carolina. Tu me mata assim... - ele falou se encostando na beirada da cama.
- Você que começou. - provoquei rebolando no colo dele, ele riu sacana.
- Queria muito te comer aqui e agora, mas eu tô sem camisinha, princesa. A não ser que você já queira outro Natan por aí, acho melhor a gente parar. - ele falou e eu o olhei assustada.
- Não quero outro Natan não, nem posso. - eu neguei e ele fez uma cara esquisita. - Tu quer?
- Que? Não, porra! Tô novo, Natan já tá de bom tamanho. - sentei na sua barriga e ele beijou minha boca.
- Nunca perguntei tua idade.
- Vinte e um pô. - a cara nem treme.
- Mentiroso. - ele gargalhou e eu levantei pra amarrar meu cabelo enquanto ele não tirava os olhos de mim, me deixando vermelha.
- Tenho vinte e nove, princesa. Um idoso. - ele falou e eu ri da sua graça.
- Idoso nada, tá inteiro. - eu falei zoando.
- Tudo em cima, gatinha. - ele puxou minha cintura e eu caí na cama com ele por cima de mim beijando meu pescoço. - Bora tomar um banho comigo. - ele me puxou e eu nem tive como negar.
Tomamos um banho sem preocupação com o horário, Natan não ia pra escola até resolvermos essa loucura que Daniel tá fazendo. Eu não sei como isso vai acabar, mas espero que todos estejam bem no final.
Eu só quero que tudo acabe logo, quero viver em paz. Mesmo eu tendo momentos de paz, não é a mesma coisa quando a mente consegue ficar tranquila, sem nenhum peso.
- Para de pensar demais, morena. - ele falou e me abraçou pela cintura me virando de costa pra ele.
- Tô pensando não. - eu tentei mentir mas tenho certeza que ele não acreditou, nem eu acreditei.
Senti sua mão me envolvendo e percebi que aos poucos ele tava aprendendo a me abraçar, antes seu abraço era todo desajeitado, ele mal encostava em mim. E agora, parece que não quer soltar.
Falcão beijou meu ombro e encostou sua cabeça ali enquanto a água caia na gente. Gostosinho demais.
- A gente precisa ir. Natan deve acordar com fome e Matheusinho nem se fale. - eu falei baixinho mas ele não pareceu se importar muito.
- Carolina? - ele me chamou num sussurro e eu me virei pra olhar seus olhos e passei as mão pelo seu pescoço.
- O que foi?
- Fica comigo? - ele propôs e eu comprimi os olhos sem entender. - Porra, eu sou todo desajeitado, todo fodido, te falei ontem. Mas eu te quero pra caralho, só penso em ti. Bora oficializar isso? Bora fazer dar certo! - ele falou.
- Isso é um pedido de namoro? - eu perguntei me controlando pra não rir.
- Gosto de namoro não, isso é coisa de adolescente. Prefiro dizer que nós tá junto, tu é minha mulher e é isso. - ele respondeu e eu ri.
- Eu nem aceitei ainda e já sou sua mulher? E você vai ser meu também? 100%? - eu perguntei e ele deu de ombros.
- 101% meu amor. Tu é minha e eu sou teu. - ele respondeu e eu o beijei pra selar aquele momento. - Porra, Carolina. - ele apertou minha bunda aprofundando o beijo e eu gemi contra sua boca.
- Eu não quero outro Natan, vamos lembrar disso. - falei e ele gargalhou se afastando de mim.
- Beleza, fica aí que vou pegar uma toalha pra ti. - ele respondeu e eu desliguei o chuveiro vendo ele sair do box e voltar com uma toalha lavada que eu tinha dobrado no dia anterior.
Enrolei em volta do meu corpo e saí do quarto escolhendo alguma coisa pra vestir antes de ir acordar Natan.

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RENASCER [CONCLUÍDA)
RomanceCarolina conhece muita coisa sobre relacionamento, principalmente tendo passado pelas mãos doentias do ex abusivo, ela só conhece o lado negativo de se relacionar. Natan, seu filho, foi a única coisa boa que lhe aconteceu nesse período conturbado da...