Capítulo 39

4.2K 215 2
                                    

Carolina. - Rio de Janeiro, 27 de maio, Complexo da Maré. 16:15 PM.

- Pro gol, pro gol. - Falcão gritou e Natan chutou fazendo um gol e saindo correndo pelo campo até onde Falcão estava. Eu só ria desses dois.

Tinham outras crianças brincando também e eles acabaram fazendo dois times pra jogar um contra o outro.

Falcão era pra ser o juiz, mas tava torcendo pelo time do Natan e ajudando também, então nem era pra ser considerado juiz.

Em algum momento do jogo deles, por causa do calor, Falcão tirou a camisa e eu olhei ao redor vendo algumas mães vidradas nele. Dei uma risada comigo mesma e ele rodou o olhar pela arquibancada que na verdade era um monte de cadeira ao redor do campo e parou em mim dando um sorriso de lado bem discreto que se eu não conhecesse, quase não veria.

- É teu filho? - me assustei com a mulher do meu lado que eu nem vi quando se aproximou. Ela estava apontando pra Natan no colo de Falcão.

- Sim. - falei simples sem dar muitos detalhes e sem questionar muito, eu nem conhecia aquela mulher.

- Eu sou a Larissa, tu é a Carolina né? - ela sorriu mas eu não tava confortável com ela ali perto, a energia dela não tava boa.

- Como sabe? - eu questionei e ela deu de ombros.

- Todo mundo te conhece aqui, tu é a misteriosa Carolina, a mulher do chefe. - ela falou

- Mulher do chefe? - me fiz de desentendida mas só queria entender como ela sabia dessas coisas.

- É, cara. Olha lá, ele tá focado em ti já tem uns minutos. Deu sorte, Falcão não tem fama de segurar com uma mulher só. - ela falou e se levantou indo embora.

Que merda. Mulher esquisita.

- Ei. - Falcão me chamou vindo pra perto de mim e eu o encarei e ofereci água pra Natan. - Quem era aquela?

- Não sei, fez um monte de pergunta e foi embora. Entendi nada.

- Mamãe, você viu meu gol? - Natan perguntou e olhei pra ele sorrindo orgulhosa.

- Vi meu amor, você é o melhor. - bati na mão dele que sorriu e bebeu um gole d'água.

- Papai que me ajudou. - olhei sorrindo e Falcão faltou morrer.

Só aí me dei conta que Natan chamava Falcão diretamente de pai pela primeira vez.

- Porra... - ele falou ainda meio aéreo.

- Olha a boca suja, né Falcão. - briguei com ele e ele riu voltando pro campo com Natan beijando sua cabeça.

(...)
- Pô, o moleque me chamou de pai. - ele falou e eu ri. - Já tinha falado antes mas não foi assim.

- Agora se acostuma, porque ele não vai parar. - ele virou pro lado e olhou pro teto pensando.

Estávamos no meu quarto, já era noite e a gente já tinha colocado Natan pra dormir. Falcão ficou por aqui, como ele tem ficado nas últimas noites dando a desculpa de que a minha cama é mais confortável, o que é uma mentira porque eu já dormi na cama dele e com certeza é mais confortável que a minha.

- Tu tá curtindo nosso rolo? - ele perguntou de repente.

- Claro! Porque? - eu me virei e encostei no seu braço.

- Porque às vezes eu acho que é mentira, sabe? - ele falou e eu dei um mini sorriso. - Porra tu é um mulherão, nem combina comigo.

- Eu deveria me sentir elogiada? - ele deu uma risada rouca que mexeu com meus sentidos.

RENASCER [CONCLUÍDA)Onde histórias criam vida. Descubra agora