Depois de algum tempo percorrendo corredores e câmaras escuras, Calisto, Ector, Derek e Dagon chegaram a um lugar iluminado. Era um grande salão de uma construção em ruínas. Musgo e pequenas plantas cresciam nas regiões próximas às janelas. Lá fora, o céu estava alaranjado, seria o alvorecer ou crepúsculo? A saída estava coberta por uma pilha de blocos de rocha.
– Teremos que sair por uma janela – sugeriu Ector.
– Aquela – apontou Derek – e subiu uma pilha de escombros coberta por relva e pequenos arbustos. Ele alcançou o beiral da janela e escalou com facilidade.
– É um pouco alto do outro lado – o cavaleiro comentou.
– Vamos ver – Ector disse e subiu. Sua reação foi mais intensa que a de Derek ao ver além da janela.
– Pela Alta Magia! Esse lugar é enorme! Podia ver dali ruínas tomadas parcialmente por vegetação até perder de vista. – Então essa é a grande Ilm'Taak!
– Deixe-me ver – Calisto fez força para subir e depois de uma boa olhada disse – São ares muito diferentes de Lacoresh.
Ector convocou um feitiço sobre Calisto e instruiu – Pode pular, eu retirei seu peso por uns instantes.
Calisto olhou nos olhos do rapaz que não inspirou desconfiança. Caiu devagar à princípio, mas depois acelerou. Quando caiu no chão teve que rolar para não se ferir.
O mago fez o mesmo com Derek, mas o feitiço dissipou-se rapidamente. – Não funcionou!
– Vá com Calisto – ordenou Derek. – Vou descer e procurar outra saída com Dagon.
Ector obedeceu, saltou e pousou suavemente.
Calisto resmungou, ainda limpando sujeira e folhas de seu traje – Será que não podia ter feito um serviço decente?
Ector mentiu – O feitiço não funciona tão bem em outros.
Antes que uma discussão surgisse ouviram um barulho vindo de dentro da construção.
Derek havia sacado seu machado e acertou-o com violência contra um bloco de rocha que bloqueava a saída. Esta partiu-se em duas e rolou para baixo da pilha.
– Dagon, me ajude aqui – disse e atingiu outro bloco de rocha provocando fagulhas. Menos um. A barulheira das pancadas de Derek seguia constante, interrompida por períodos em que a dupla rolava blocos partidos para fora do caminho.
Os sons do quebra-quebra iam longe e preocupavam Calisto. A última coisa que queria era chamar atenção.
Derek sentia-se cada vez mais confiante. O machado mágico fazia-o sentir-se poderoso. Acertava as pedras com um sorriso estampado no rosto.
Fora, Calisto e Ector aguardavam ansiosos. Seu tique do rosto e dos olhos surgiu com intensidade. A cada batida a tensão crescia. Calisto tinha a impressão de que alguém, ou alguma coisa, se aproximava. Tinha razão. Viu ao longe vultos escuros deslocando-se com agilidade e saltando de um ponto a outro das construções.
– Você viu também? – indagou Ector
Calisto confirmou com um gesto. Tentou sondar as mentes dos seres que davam saltos sobre-humanos entre os edifícios. Não havia pensamentos humanos. Se aproximavam rapidamente e estavam em grande número. Calisto sacou sua espada e tirou o escudo das costas. Podia ver o sol se pondo e o céu escurecendo aos poucos, agora rubro.
Derek abriu uma brecha pequena para o lado de fora. Tão logo o fez, Calisto disse – Rápido! Há criaturas que logo estarão sobre nós!
Os seres grandes e corpulentos se aproximavam. Tinham braços grossos e longos se comparados às pernas. Os troncos largos mostravam pelos marrons escuros. O modo de se mover lembrava o de macacos, mas as expressões e formato do rosto não. Tinham grandes orelhas de abano um pouco acima da cabeça, olhos escuros e pequenos, queixos largos e o rosto sem pelos, cinzento e de pele enrugada. Tinham expressões zangadas, grunhiam e gritavam. Eram mais que dez.
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Oráculo Esquecido
FantasyAs esperanças do reino de Lacoresh estão nas mãos de Kyle e seus companheiros e sua missão de obter respostas junto ao Oráculo. Mas antes de obter tais respostas, outras revelações mostram que um mal que surge nos reinos do Vale Verde. Seria algo o...