CAPÍTULO 20

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Conforme a fuga prosseguia, penetravam mais a fundo nos recantos da Floresta Proibida. Os cavalos de Balish foram os primeiros a demonstrar cansaço, e logo, todos cessaram o galope para seguir em trote.

Keledrel anunciou - Estamos fora de perigo.

- Pensei que fossemos morrer - desabafou Eskallurè.

- Em certo ponto, acho que todos nós - concordou Rílkare.

- Não, não morreríamos - sentenciou Keledrel.

- Falou o sabe-tudo. - Zombou Eskallurè - Que tal nos iluminar com sua radiante sabedoria, hã senhor silfo?

Keledrel olhou-o com desprezo, mas decidiu falar. - Eu já vim aqui algumas vezes.

- Certo, que tal detalhes como, por quê? Para que? Quando? - pediu Con.

- A cada cinco anos, o conselho envia um guardião até a Velha Floresta, para verificar a situação.

- Conselho? Verificar a situação? Como assim? - indagou Condarillo intrigado.

Örion respondeu - O conselho é formado pelos anciãos de meu povo, são eles quem tomam as decisões, assim como o rei de vocês.

- Ah, claro...

Keledrel prosseguiu - Não sei bem de seus motivos, mas há muitas e muitas gerações o conselho de Adrastinn procura manter-se informado sobre a situação em Ilm'taak.

- Ilmitaqui? - questionou Poul.

- Na realidade - completou Keledrel - ruínas da antiga cidade de Ilm'taak.

Rílkare revelou - Acho que as antigas escrituras falam deste lugar. Mas nem imaginava que ficava aqui, tão perto. Era a cidade central de um antigo império de nossos ancestrais, muito antes dos tempos de Pearl di Saubic.

- Fala de uns dois mil anos atrás? - sugeriu Con.

Keledrel riu arrogante - Pode considerar umas duas ou três vezes a mais, rapaz. E não se preocupem agora, aquelas coisas não costumam se aproximar das ruínas. Eles a temem.

- E por que diz isso? - questionou o guarda, mas antes da resposta, seus olhos enxergaram a resposta.

A floresta subitamente minguou para dar lugar ao solo pavimentado por rochas cinzentas, mescladas a musgo e plantas. Adiante, um volumoso aglomerado de enormes construções em ruínas, cobertas por vegetação menor. De tal grandiosidade era o conjunto arquitetônico que fazia a capital Saubics, parecer uma pequena vila como Pinnus.

Irscha ficou atordoada com a visão e exclamou em sua língua - Incrível! Incrível! Incrível!

Con sentiu vontade de beliscar-se para certificar-se de que não era um sonho. Poul apontou - Olha, uma escadaria de gigantes!

- Chamavam aquilo de pirâmide - Esclareceu Keledrel. - Vamos, é melhor buscarmos abrigo no grande templo. Apesar de evitarem as ruínas, não quer dizer que não possam mudar de ideia. Além do mais, há outros perigos a considerar.

- Outros perigos? - perguntou Con.

- Animais perigosos... predadores. É dito que nenhum mal, ou intenção de violência é capaz de penetrar no grande templo.

- Quem disse isso? - Rílkare estava curioso.

- Ensinamento dos antigos guardiões de Adrastinn. Quando venho a Ilm'Taak, sempre passo a noite no grande templo. Vamos, é lá adiante, atrás da pirâmide.

Con estranhou - O grande templo não é a pirâmide?

- Não. A pirâmide, na realidade, é um mausoléu.

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