Epílogo 11 - Dez anos mais tarde

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Alonzo e Atir

Atir estava velho, doente e rico. Aquele que herdaria seus negócios era seu fiel amigo Alonzo. Ele era muito ocupado, mas vinha visitar Atir, de tempos em tempos, principalmente quando chegavam notícias do exterior pelos portos. Muitos reinos vinham sucumbindo às incursões, cada vez mais ferozes, de hordas de demônios. Outros, resistiam. Em tal situação, tornou-se dificílimo receber notícias de sua terra natal, Lacoresh. Atir gostaria de voltar e ser enterrado lá e lamentava que navios não estivessem partido para Lacoresh há algum tempo.

Alonzo veio visitá-lo e trazia notícias.

– O que tem para mim, hã, meu velho?

– Chegaram alguns navios vindos de Homenase. São refugiados. Há lacoreses entre eles.

– Está ruim assim?

– Homenase caiu, mas Lacoresh e Kamanesh resistem.

Atir tossiu horrivelmente até ficar vermelho, mas Alonzo não se alarmou. Estava habituado com a doença de seu chefe.

Muitos homenasianos se refugiaram em Lacoresh, a maioria na verdade. As duas principais cidades restantes, Lacoresh e Kamanesh, segundo dizem, estão irreconhecíveis. Altas muralhas foram erguidas em torno delas e todas as demais vilas que ficam em suas imediações, foram fortificadas. Há notícias de que possuem incríveis estoques de flechas e outros armamentos para defesa. As hordas demoníacas, segundo dizem, vão sempre para os lugares que são mais fáceis de devastar e conquistar. O império Lacorês havia ruído anos atrás, mas havia muita riqueza acumulada o que propiciou o aumento de suas defesas.

– Parece que o Rei Corno tem feito um bom trabalho.

Alonzo riu – Sim chefe... É como dizem.

– Alguma novidade vinda de Archibald?

– Não senhor. Parece que as coisas estão agitadas em Tchilla. A guerra continua em pleno em andamento.

– Os Tchillianos parecem estar adotando a estratégia de atacar para se defender.

– Sim. O último ponto de resistência ao avanço deles é Tonuak. E dizem que a nova capital que estão construindo com a mão de obra dos escravos e ainda mais impressionante que Tchilla.

– Era uma coisa que eu gostaria de ver.

– O senhor devia ir mesmo. Lá eles tem mágica, talvez pudessem curá-lo.

– Isto não significa que vou sair daqui e me enfiar num navio. Gostaria de ver, não significa que irei ver.

– Entendo isto senhor.

– Trouxe vinho?

– Ah sim, como sempre.

Alonzo abriu a garrafa e serviu uma taça a seu velho chefe. Havia muitas novidades para discutir. A noite seria longa.

Oráculo EsquecidoOnde histórias criam vida. Descubra agora