CAPÍTULO 103

125 32 1
                                    

O encontro se deu nas ruas da cidade, sob a sombra da antiga torre dos silfos. Archibald encarou Weiss e disse – Você não vai escapar com vida desta vez, maldito!

Weiss deu uma longa gargalhada sinistra e transformou-se num demônio horrendo. O ex-monge não estava preparado para confrontar tal criatura e foi envolvido por inúmeros tentáculos e depois devorado por uma imensa boca circular.

Marr acordou suando. Já era o terceiro pesadelo que teve envolvendo a figura de seu pai. Foi até a cama da mãe.

"O que foi filho?" indagou Mishtra sonolenta. Respondia sempre por telepatia.

A tênue luz das luas penetrava pela janela do quarto permitindo ver os contornos dos móveis e objetos.

– Outro pesadelo – queixou-se e tocou a testa da mãe – Veja.

Após captar as imagens Mishtra transmitiu "Reconheço este local... É na capital, Nish".

– Acha que meu pai foi para lá?

"Não sei, mas aquele homem... Acho que o reconheço. O vi muitos anos atrás, em Lacoresh. Era um dos aliados do horrível Arávner, mestre de Noran. Vi-o algumas vezes no tempo em que fui prisioneira na fortaleza do necromante."

– Mãe, acho que devemos ir até Nish para avisar meu pai. Desviá-lo de se encontrar com o tal necromame.

"Necromante, filho. São perigosos bruxos das trevas".

– Isso, necromante. E então, o que acha?

"Não filho, sair daqui é muito arriscado".

– É assim que vamos viver? Escondidos para sempre?

"Não diga bobagens. Agora durma..."

– Não consigo dormir. Não quero voltar a ter pesadelos.

"Vamos orar, filho, pela proteção da Deusa. Que ela proteja seu sono".

O jovem Marr rezou com todas as suas forças, mas os pesadelos não o abandonariam tão facilmente. Mishtra observava o filho virar-se na cama e murmurar palavras de desespero. Aquilo cortava seu coração.

Oráculo EsquecidoOnde histórias criam vida. Descubra agora