Capítulo 8

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Hoje era terça feira, o dia da visita era amanhã. Ou seja, já tinha se passado quase uma semana desde os últimos acontecimentos.

Ver André na cadeia me deixou confusa pra caramba, eu não tive coragem de denunciar, mas será que alguém denunciou pelo mesmo motivo? Ou ele foi preso por outro motivo? 

Eu me encontrava nesse momento ansiosa e tentando controlar toda a adrenalina que passa dentro de mim. Eu queria estar com ele de novo, porque eu gosto do que ele me faz sentir. Gostei da sensação de ser tocada do jeito que só ele sabe. Preciso de novo dele e isso era a razão de eu estar surtando, como pode eu querer de novo encontrar com um traficante, numa penitenciária?

Sinto que outra pessoa não vai conseguir me dar o que Henrique me dá. Mesmo que eu não possa nem pensar em estar com outra pessoa agora, eu não queria. Justamente por Henrique ter aumentado demais as expectativas sexuais que eu colocaria em alguém.

Me olhei no espelho vendo que minhas bochechas estavam mais redondinhas, em um mês, consegui recuperar o corpo que eu tive há anos atrás. Me alimentando bem e com a pernada que eu estava dando nos últimos dias, isso ajudou.

A reportagem no jornal na sala me chamou atenção, eu tava ouvindo do banheiro o que a jornalista estava falando, mas corri pra ver o que era.

"Rebelião no Complexo Penal de Bangu deixou cerca de sessenta detentos feridos e seis mortos. Ainda não se sabe a motivação e nem a iniciativa da rebelião, o que se sabe é que ainda há dois detentos desaparecidos, e que há a possibilidade de terem saído do complexo penitenciário no momento da agitação."

Merda.

Eu quero muito que nada tenha acontecido. Porque meu dinheiro provém dali, eu precisava do filho da puta do Russo vivo. Puta merda!

Estaria sendo egoísta demais torcendo pra que ele não tenha morrido? Eu estava curiosa, queria saber mais, por isso peguei meu celular e pesquisei nas páginas de fofoca do Rio de Janeiro, agradecendo mentalmente pela desocupação das pessoas que as fazia postar tudo o que eu precisava saber.

Com o pouco que tinha, eu consegui entender melhor o que aconteceu. Realmente não tem o nome dos dois foragidos, mas tem o nome dos seis mortos. Respirei fundo vendo que ele não tava na lista. Mas poderia estar ferido, e eu me preocupei.

Suspirei frustrada e me joguei no sofá enquanto ainda passava algumas cenas no jornal.

Lidei com o meu dia normalmente, busquei Milena na escola e almoçamos juntas no restaurante perto de casa. Ela falava sobre os coleguinhas de sala enquanto eu ouvia atenta cada palavra.

Nem prestei atenção quando Rato chegou perto da gente com um amigo dele, vapor também. Julguei o menino de cima a baixo e era até bonito. Moreno, alto, magro, algumas tatuagens.

- E aí, meus amores. - Rato falou e eu sorri junto com Milena que estava mastigando a comida. Bebi um gole de coca cola e eles sentaram ali na nossa mesa.

- Oi, Milena. - o menino primeiro cumprimentou minha filha e eu estranhei a simpatia dela pra ele, Milena acenou sorrindo e ele riu também, não pude deixar de reparar no sorriso bonito dele. - Oi, Valéria. - ele me cumprimentou também e sentou do meu lado.

- Esse aí é TH, Val. Acho que tu não conhece. - Rato me apresentou e eu assenti.

- Realmente não conhecia. Oi, TH. - eu falei e eles ficaram ali conversando com a gente um bom tempo, e eu percebi a quantidade de vezes que TH me encarava.

Mas logo Milena tava debruçada na mesa, morrendo de sono. E então eu precisei me despedir deles pra ir pra casa.

- Eu te levo, pode ser? - TH pegou a mochila da minha filha e eu peguei ela no colo. Não tinha nem como negar, ele já foi levantando e me acompanhando.

Rato beijou minha cabeça e fez o mesmo com Milena. O carinho que ele tinha com a gente era visível. Gosto de Rato, ele faz bem pra minha amiga então gosto dele.

Fui andando com TH atrás de mim e ele me deixou na porta de casa. Eu peguei a mochila e agradeci por ele ter acompanhado.

- Obrigada, TH! - eu falei sorrindo e ele assentiu.

- Nada, tô a disposição. - ele falou e ficou me encarando. - A gente pode sair qualquer dia desses, tomar um açaí, né não?

- Claro. Vamos vendo. - confirmei e ele sorriu e me deu espaço pra entrar em casa.

Milena acabou dormindo, por isso tive cuidado ao entrar em casa e colocar ela direto na cama dela. Suspirei secando a testa úmida de suor.

Enquanto ela dormia, eu fiz uma faxina rápida na casa e meu celular começou a chegar notificação de mensagens.

"Não precisa ir na visita amanhã, mas teu dinheiro vai tá na conta"

Era de número desconhecido e eu sabia que provavelmente era Fogo.

"Porque?" - questionei com uma única mensagem e fiquei levemente preocupada, mas não obtive resposta nenhuma.

Muito provavelmente Henrique tinha sido ferido. Era possível? Espero que esteja bem.

Passei o resto do dia pensando nisso até que Lena acordasse de novo. Ela veio pra sala procurando comida. Preparei um lanche pra gente e assistimos um filme até anoitecer e eu ter que preparar a janta.

(...)
A noite chegou e eu estava pronta pra dormir. Meu quarto estava escuro, eu vesti só um top e um short frouxinho. Estava quente hoje no Rio de Janeiro, coloquei meu ar condicionado na temperatura mínima pra sentir frio durante a noite.

Me cobri com o edredom mas parei no lugar ouvindo um barulho vindo da sala. Eu tinha deixado a porta trancada e fiquei com medo de ser Lena sozinha. Olhei no relógio e eram cerca de onde da noite, quase madrugada.

Levantei rápido ligando as luzes e atenta com medo de ter algo errado. Passei pela porta de Lena e estava entreaberta, ela estava dormindo pesado, nem se moveu.

Respirei fundo com medo e continuei andando até a cozinha, pra tentar pegar alguma coisa pra me defender. Mas me assustei quando uma mão tampou minha boca e me puxou pra perto da parede de músculos que era o seu peitoral, ficando por trás de mim.

Minha respiração acelerou e eu arregalei os olhos assustada, já era tarde, quem diabos invadiu minha casa nesse horário?

VISITA INTIMA - Além do Sexo [CONCLUÍDA]Onde histórias criam vida. Descubra agora