Capítulo 6

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Tomei um banho demorado, lavando meus cabelos e ensaboando todo o meu corpo. Conforme eu passava o sabonete, via as marcas em mim. Pela minha barriga, colo e pescoço. Todos um pouco doloridos. Me enrolei na toalha e coloquei um baby doll de renda pra dormir.

Hanna levou Milena pra dormir na casa dela, ela sempre fazia isso quando me via cansada. E hoje era um dia desses, eu estava exausta, meu corpo pedia cama e uma noite inteira de sono. Amanhã eu voltaria lá no asfalto pra continuar entregando currículos, Henrique não era pra sempre, a grana era boa mas eu precisava de algo mais certo, só faltavam mais oito visitas, eu precisaria de uma garantia depois dessas oito semanas.

Passei um óleo corporal e meu hidratante pra dormir cheirosa.

Me embrulhei na cama confortável com o colchão novo que eu comprei e fechei os olhos pra dormir.

Me mudei hoje, domingo, com a ajuda de Rato e Hanna que estavam de folga dos trabalhos e eu insisti dizendo que não precisava mas eles fizeram questão de me ajudar a arrumar tudo.

Finalmente eu tinha um quarto meu, e finalmente minha filha tinha o cantinho dela também. O quarto de Milena ainda não tava montado, mas já tinha uma cama, um ar condicionado e uma cômoda.

Peguei meu celular que tava tocando embaixo do travesseiro e olhei pra tela vendo o número desconhecido, ignorei por causa do horário. Coloquei ele de novo embaixo do meu travesseiro e fechei os olhos pra tentar dormir.

Mas segundos depois estava tocando de novo e eu tratei de desligar mais uma vez. Não durou muito, já que pela terceira vez ele tocou e eu perdi a paciência e atendi.

- Quem é, porra? - coloquei no ouvido e ouvi uma risada abafada do outro lado.

- Fala direito comigo, filha da puta. Tá achando que tá com moral? - aquela voz... sem condições. Reconheceria em qualquer lugar, a mesma voz que falava putaria no meu ouvido.

- Henrique... - falei identificando a voz e ele respirou fundo. - O que você quer?

- Bom saber que tu reconhece a minha voz.

- Eu sou boa de memória. - ele deu uma risadinha.

- Como tu tá? - ele questionou e eu suspirei.

- Tô bem. E... você? - eu ousei perguntar.

- Na medida do possível. - respondeu e eu concordei com a cabeça como se ele fosse me ver.

- O que você quer, Henrique? - perguntei e houve um silêncio do outro lado da linha. Só um suspiro.

- Bateu saudade da tua boceta. - ele falou e meu corpo pegou fogo. Minhas bochechas aqueceram e eu automaticamente fechei os olhos com vergonha.

- Nosso próximo encontro é só quarta feira, vai ter que se contentar. - eu falei e pude visualizar ele revirando os olhos e bufando.

- Mas você deve tá com saudade também. Imagina aí, gostosa. Eu colocando bem devagar em você, mas com força, beijando teu corpo do jeito que eu sei que tu gosta. - eu reprimi um gemido só de ouvir o que ele estava me propondo, o que ele tá fazendo comigo? - Vamos, Valéria. Eu sei que tu tá com saudade, pô. Vou aumentar tuas visitas pra duas vezes na semana. Né não?

- Não... Você pega pesado, uma vez na semana dá tempo suficiente pra eu me recuperar. - eu ri e ele me acompanhou.

- Eu pego pesado, mas tu gosta. Dá pra ver na tua carinha de safada que tu não gosta de nada convencional. - ele falou e eu nem me atrevi a negar, era a mais pura verdade. Eu gostava.

- As marcas ainda estão bem fortes. Você fez um bom trabalho dessa vez. - ouvi sua risada. - Não é proibido celular na cadeia? - questionei.

- Eu faço as regras aqui, preta. É só botar grana na mão desses corruptos e eu tenho o que eu quero na hora que eu quero. Acha que visita íntima é uma vez na semana? Na verdade é uma vez no mês, mas eu tô pagando caro pra te ver toda quarta feira aqui, tu deveria me valorizar mais. - ele fez drama e eu quase não reconheci.

- Eu valorizo, com certeza. - falei irônica.

- Contou pra alguém sobre isso? - ele perguntou e eu mordi o meu lábio inferior.

- Contei pra uma amiga só, ela é de confiança. Além dela só Fogo sabe. - eu expliquei e ele concordou num murmuro.

- Fogo é de confiança também. Tá cuidando de tudo pra mim. Inclusive fiquei sabendo que tu mudou de casa. - ele falou e eu estranhei, ele tava perguntando de mim pra Fogo?

- Tá sabendo demais da minha vida, Russo. - falei e ele riu.

- Eu tenho que saber com quem tô me envolvendo né. - ele respondeu e eu dei de ombros.

- Sei...

- Preciso ir agora, preta. Fé aí, dorme com Deus, sonha comigo. - ele falou e mal deu tempo de eu responder já que ele desligou na minha cara.

E depois que ele desligou, eu simplesmente não consegui dormir. Fechava os olhos e a voz dele ecoava na minha mente. Porra, Henrique, vai pra puta que pariu.

Quanto mais eu fechava os olhos, mais meu pensamento me levava nele. Não deveria ser assim, era só sexo. Nem beijo tinha de tão carnal que era. Mais uma vez, era só sexo. Só uma foda. Boa pra caralho, mas era só isso.

Internalizei isso pra meu cérebro ouvir. Eu virei de um lado pro outro na cama e nem percebi quando minha mão desceu até minha intimidade pra me tocar, querendo na verdade que fosse ele dentro de mim. Me permiti gemer e sentir o meu próprio toque, estando sozinha em casa. Eu imaginava a respiração dele no meu ouvido, o cheiro dele pelo meu nariz, a boca dele no meu pescoço, suas mãos pelo meu corpo e seu pau dentro de mim fazendo os mesmos movimentos que eu fazia com meus dedos. Apertei meu seio com a outra mão e intensifiquei os movimentos, até explodir em um orgasmo.

Pensando naquele filho da puta.

VISITA INTIMA - Além do Sexo [CONCLUÍDA]Onde histórias criam vida. Descubra agora