Capítulo 15

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Não era uma opção sair daqui.

Se eu saísse, eles iam atirar na casa. As duas aqui poderiam acabar saindo machucadas. Porra, dava em nada essa merda.

Olhei de novo na janela vendo eles se afastarem pra entrada do morro, mas dava pra ver um deles com um binóculo. Eles tavam me caçando mesmo nessa porra, foi um erro ter vindo direto pra cá.

Mandei logo um áudio no grupo dos meus aliados aqui do complexo.

- Ei, se vierem perguntar, vocês digam que eu morri na rebelião. Tem que ser firme que vocês não sabem da minha fuga. Se virem aí, quero esses filhos da puta bem longe.

As respostas foram chegando e logo em seguida confirmando o que eu tinha mandado. Magrinho me ligou quase depois que ouviu o áudio e eu atendi no primeiro toque.

- Qual foi? - perguntei colocando o telefone no ouvido.

- Tô aqui na contenção de perto da mata de trás, os caras tão camuflados e o caralho, dá nem pra saber quantos são.

- Puta que pariu. - xinguei e respirei fundo. - Mantém na ativa aí, não sai da posição. E segue o plano, qualquer coisa tu avisa.

- Eles vão invadir, caralho. - ele avisou baixo como se estivessem se aproximando.

- Então prepara a tropa. Cobre a cara e fogo nesses arrombado. - falei alto e ele concordou e desligou.

Eu não ia mesmo ficar aqui olhando a merda acontecer. Sonhou.

Peguei minha camisa, minha pistola e meu celular. Antes de sair da casa da Valéria liguei pra Fogo, ele tinha que me dizer como tava lá fora.

O helicóptero não tava mais tão perto, dava pra sair assim que a troca de tiro começasse, era só amarrar a camisa na cara e tava tudo certo.

- Onde você vai? - Valéria me olhou assustada, e eu nem me dei o trabalho de responder.

- Quem é você? - a voz infantil deixou o ambiente tenso.

Porra, a filha dela.

- E aí princesinha. - respondi com um sorriso de lado. - Pode me chamar de tio Russo, sou amigo da sua mãe. Como é teu nome?

Eu sabia o nome dela, mas era educado perguntar, então...

- Milena. Mas pode me chamar de Lena igual a mamãe.

- "Lena" não era para os íntimos, filha? - Valéria questionou e eu ri.

- A senhora disse que na nossa casa só entra os mais íntimos. - vi o rosto dela tomar uma cor avermelhada e prendi a risada. Milena nem imagina o tipo de intimidade que tenho com a mãe dela.

Bagulho maluco, nem deu pra continuar o papo porque fogos foram ouvidos, tiros foram ouvidos, gritos de crianças e o caralho a quatro em questão de três segundos.

- Meu Deus, eles vieram atrás de você. - Valéria arregalou os olhos e tampou o ouvido da menina. - Tu vai sair assim mesmo? E suas tatuagens, mesmo com a cara coberta, eles vão reconhecer.

- Relaxa, preta. Tá toda preocupadinha. - eu zoei e ela me olhou séria.

- Eu tô falando sério, fica aqui até amenizar.

- Posso deixar não, princesa. Os caras vem com uma porrada de argumento, matam inocente, posso deixar eles fazerem isso não.

- Mas já tem gente pra defender.

- Eu sou o chefe, preciso ir. - falei por fim e aproveitei um momento de distração da Milena pra me aproximar e roubar um beijo de Valéria. - Não sai daqui por porra nenhuma, tranca tudo pra ninguém invadir, qualquer coisa me liga.

VISITA INTIMA - Além do Sexo [CONCLUÍDA]Onde histórias criam vida. Descubra agora