Capítulo 39

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- Hanna, o que deu? - eu questionei do lado de fora do banheiro da casa dela.

Depois do ocorrido, deixei a loja e avisei as meninas que voltaria de noite, mas estaria acompanhando o movimento pelas câmeras.

Ela somente destrancou a porta do banheiro e eu entrei.

- Eu ainda não tive coragem pra olhar. Olha pra mim, por favor. - eu a encarei e ela tava olhando pra parede, com as mãos entre os cabelos, sentada na tampa da privada.

- Você tem certeza? - eu perguntei e ela só concordou com a cabeça.

Olhei os dois testes que ela fez e analisei o resultado, alternando meu olhar entre ela e o teste.

- Eu posso dizer o resultado? - eu perguntei dela.

- Pode, por favor. - eu sorri e me agachei na frente dela.

- Você tá grávida, Hanna. - ela me olhou com os olhos úmidos, cheios de lágrimas. E um sorriso brotou na boca dela.

- Eu nem acredito que foi tão rápido. - ela colocou o rosto entre as mãos e eu abracei com força.

- Eu vou ter um sobrinho. - falei animadinha e ela riu meio chorosa.

- Eu tô feliz demais, Victor vai ficar maluco. - ela sorriu de novo e eu sorri junto. Ver Hanna feliz me deixava feliz, se qualquer pessoa que eu amava estivesse feliz, me deixava feliz também.

- Hoje é o dia mais especial das nossas vidas. - ela me olhou e voltou a chorar. Puro hormônio de gravidez.

(...)
Já estava quase anoitecendo, deixei Hanna a sós com Victor pra ela dar a notícia. Lena ficou lá porque acabou dormindo e ela pediu pra que eu deixasse e viesse ver como estavam as coisas aqui.

Imaginei que encontraria Henrique aqui pelo morro, mas nem vi. Ele tava cheio de trabalho na boca e mal respondia minhas mensagens durante o dia.

Até pensei em fazer uma visita lá pra ele, mas achei melhor não atrapalhar e voltei pra loja de uber. Eu precisava urgente tirar minha carteira de motorista, porque depender de terceiros pra me levar nos lugares era péssimo.

Já cheguei deixando minhas coisas nos lugares certos e fui ajudar as meninas. O movimento tava bom, as promoções de reinauguração estavam bombando, pra minha felicidade o faturamento estava lá em cima e eu sabia que pelo andar da carruagem não demoraria muito pra recuperar o valor que eu investi aqui.

O dia passou voando, logo estávamos fechando a loja e eu agradeci as meninas. Observei o carro parado do outro lado da rua, já sabendo que era Russo no carro novo dele. Ele avisou que essa semana já pegava.

Fui andando até ele e a porta se abriu por dentro, como ele sempre fazia.

- Oi, preta. - ele beijou meu rosto. - Como foi aí hoje?

- Oi, lindo. Foi bom, pro primeiro dia foi até tranquilo. - ele riu dando partida indo em direção ao morro.

- Qual a surpresa que você preparou?

- Se eu falar não vai ser mais surpresa. - ele respondeu e pôs a mão na minha perna apertando minha coxa.

- Pelo menos me dá uma dica. - eu pedi.

- Não, porra. Se acalma que quando chegar tu vai ver. - eu revirei os olhos e ele continuou dirigindo.

Um tempo depois, chegamos na entrada do complexo, a entrada dele foi liberada e a gente entrou.

- Pega um pano que tá aí no porta luva e coloca no olho. Tu só vai ver quando chegar lá.

Eu fiz o que ele pediu, sem esconder o sorriso no rosto. Eu amarrei o tecido no olho, sem enxergar nada.

O carro ainda andou um pouco até parar de vez

- Fica aí que eu vou abrir a porta pra ti. - ele disse e eu só ouvia os ruídos e os movimentos.

- Você tá me deixando nervosa, o que preparou? - eu questionei segurando o braço dele enquando saía do carro.

Enrosquei minha mão na dele com medo de cair e fomos andando, o único barulho era das motos passando e o meu salto batendo no chão.

Ainda andamos um pouco até chegar no que parecia ser uma sala, o local tava mais escuro que lá fora, dando a entender que as luzes estavam apagadas.

- Pode tirar, pretinha. - ele me abraçou por trás e falou no meu ouvido.

Tirei devagar a venda, apertei os olhos pra me acostumar com as luzes agora acesas. Era uma casa, toda mobiliada com móveis de primeira linha.

Minha boca se abriu em choque e eu fui rodando a casa vendo cada detalhe.

- O que é isso? - eu perguntei virando de frente pra Russo.

- Tua casa pô. Tu não me pediu pra arranjar uma casa pra ti? Arranjei e mobiliei.

- É sério? - falei em choque.

- Papo sério, preta. Pra ti. Gostou?

- Uau... eu amei! É tudo tão bonito. Obrigada, lindo. - eu me aproximei dele e o abracei bem apertado.

- E a melhor parte tá lá em cima.

- La em cima? Dois andares? - eu arregalei os olhos e um sorriso cresceu nos meus labios.

Sempre tive vontade de ter uma casa com dois andares, quintal grande e área de churrasqueira pra reunir meus amigos.

- Claro pô. Tu é merecedora. - ele falou e beijou minha boca. - Bora ver lá em cima.

Ele segurou minha mão e me levou pelas escadas até o andar de cima, eram três portas no corredor pequeno.

- Esse é o banheiro. - ele abriu a primeira porta. Que coisa linda. - Esse é o quarto da Lena. - ele abriu outra porta e eu só sabia abrir a boca incrédula, ele fez isso tudo? Sozinho?

Era difícil acreditar. Tudo tão lindo.

- E esse aqui é o quarto principal. O nosso.

- Nosso? - ele riu e deu de ombros. - Valeu a tentativa, mas não. Vai ser meu, mas você pode vir quando quiser.

Abri a porta do quarto principal, vendo que tava tudo decorado do meu jeito. Tinha uma porta de vidro que pegava a lateral do quarto e dando vista pra o morro como se fosse uma janela. Ela dava acesso à sacada e eu vi uma escada curtinha na lateral da parede de fora.

- Aquela escada é pra que? - perguntei.

- Vê lá. Escolhi essa aqui só por causa disso. Tu vai gostar, pô.

Eu olhei pra ele que tava sorrindo e abri a porta de vidro indo pra escada, vendo que ele me acompanhava.

Quando subi as escadas, me deparei com uma mesinha montada na laje, tinha outro buquê ali em cima e uma barca de sushi.

- Porra, aqui tu me ganhou. - eu sorri toda feliz.

- Senta aí, preta. Aprecia a vista. - ele apontou pra almofadinha no chão e eu olhei ao redor, daqui eu via todo o morro, era bem no alto.

- Tu gostou mermo?

- Eu amei tudo. Obrigada, Russo. - eu o abracei de novo, mais devagar e beijei sua boca.

Ele sentou em cima de uma das almofadas e me puxou pro colo dele. Sentei de frente pro seu corpo e ele sorriu pra mim.

Me lembrei daquilo que pensei na loja. Sobre meus sentimentos por ele.

Será que ele sentia o mesmo?

Ou não?

Valia a pena falar agora? Era um momento propício.

Sua boca encontrou a minha e sua mão adentrou meu cabelo com força. Eu sentia minhas pernas amolecerem cada vez que ele me beijava assim.

- Russo... - desgrudei minha boca da dele e ele beijou meu pescoço antes de me olhar.

- Fala, linda. - ele sussurrou contra a minha boca.

Meu coração acelerou e finalmente eu pude dizer.

- Eu te amo.

VISITA INTIMA - Além do Sexo [CONCLUÍDA]Onde histórias criam vida. Descubra agora