Capítulo 34

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- Eu senti tua falta, porra. - eu comentei olhando pra frente, onde a Lena tava brincando com outra criança.

- Senti a tua também. - ela me olhou de relance.

- Eu te visito de madrugada, só me dizer o endereço. - ela riu negando com a cabeça.

- As coisas não são mais como antes, Russo. - ela disse com um ar meio triste.

- Russo não, pô. - eu falei. - E o que mudou? Meus sentimentos por ti são os mesmos, meus pensamentos são os mesmos. Vai dizer que em duas semanas tu mudou de ideia?

- Eu... Não, não mudei de idéia. Mas não é o tempo. Primeiro eu preciso enfrentar esses problemas.

- E vai enfrentar sozinha? Eu entro contigo nessa, preta. Tu sabe que eu tô aqui pra ti, não vou sair e quero te proteger. - eu falei e ela me olhou meio balançada.

Eu sabia que ela ia ceder se eu insistisse mais um pouco.

- Vamo comigo de volta? Eu arrumo uma casa nova pra ti, ou se tu quiser morar comigo, a gente ver uma casa nossa. - joguei verde sabendo que ela não ia aceitar nunca.

- Eu não vou morar contigo. - ela disse rindo e ficou alguns segundos me olhando e pensando. - Arruma uma casa pra mim e outra casa pra você, e eu vou.

- Fechado pô. Preciso nem pensar muito. - ela sorriu pra mim. - Como tá lá no trabalho?

- Tá bem, tá dando pra guardar um dinheiro pros meus planos futuros. - ela disse. - E lá no complexo. Tá como?

- Cheguei hoje e já tô na atividade, não dá pra parar. - eu falei e encarei ela. - K2 e Rato tão no carro. Quer falar com eles?

- Quero, Lena vai ficar feliz de ver o tio dela. - ela comentou e chamou a menina com a mão.

- Oi tio Russo. - ela me abraçou e eu fiquei sem reação. Não tinha muito jeito com criança mas Lena me fazia estranhamente gostar dessa aproximação.

- E aí, pequena. Como tá? Tá indo pra escola? - eu questionei rindo pra ela e me levantando.

- Tô indo, tio. Todo dia. - ela falou animada e segurou minha mão. - Eu fiz prova ontem, tirei uma nota boa e mamãe comprou pizza pra gente comemorar.

Valéria me olhou segurando a risada vendo que eu tava nervoso com uma criança e eu cerrei os olhos pra ela.

- Quer ver o tio Rato filha? - Val perguntou e ela ficou toda animada.

Fiz um sinal pra os dois saírem do carro e eles saíram rindo de alguma coisa que falaram.

- Titio! - a pequena saiu correndo e Rato abriu os braços pra pegar ela no colo.

- Saudade de você, princesa. - ele falou e beijou seu rosto.

- Cadê a tia Hanna? - Lena questionou e eu olhei de canto de olho K2 cumprimentando Valéria com um abraço de lado. Tinha que ter mais distância nesse caralho.

- Ficou em casa, outro dia a gente marca pra você ir lá ver ela.

- Tô com saudade dela. - Milena falou triste e eu olhei pra Valéria vendo ela abaixar a cabeça sabendo que era culpa dela o afastamento da filha e da melhor amiga.

Mas porra, eu tentava entender o lado dela. Valéria é superprotetora com a filha e com certeza quis ser também com a amiga dela pra todo mundo ficar bem.

O problema é que se distanciar ia só piorar a situação dela e deixar ela ainda mais vulnerável a qualquer perigo. Se os caras conseguiram vir na casa dela mais cedo, facilmente eles conseguiriam invadir de madrugada, matar as duas sem piedade.

Porque no crime é assim, principalmente os de mente fraca que só pensam em subir de cargo, ter poder e dinheiro. Eles não se importam com nada.

Rato continuou brincando com Lena perto da gente e eu fiquei ali conversando com K2 e Val.

Até começar a anoitecer e eu precisar ir pra casa. Valéria não ia me deixar dormir com ela mesmo, então me restava ir pra casa e bater punheta pensando nela.

Beijei seu rosto pra me despedir, querendo beijar sua boca. Ela riu perto do meu rosto e me encarou.

- Acho que eu quero sim que você passe a noite comigo. Só hoje. - ela comentou e eu assenti.

- Precisa nem pedir duas vezes, gatinha. - eu falei e ri.

- Val... Posso levar a Lena pra ver Hanna? - Rato perguntou. - Ela dorme lá em casa hoje e amanhã de manhã eu devolvo.

- Eu não sei... Com essas coisas acontecendo, eu não quero que ela fique longe de mim.

- Te garanto que ela vai ficar bem e segura com a gente lá em casa. Hanna vai ficar feliz de ver ela. - Valéria pareceu pensar, suspirou e fechou os olhos.

- Tudo bem! Mas vai me dando notícia. Qualquer coisa pode me ligar, de verdade. Eu vou ficar atenta.

- Se preocupa não, baixinha. Nós vamo indo lá, qualquer coisa você liga.

- Vou ficar aqui parceiro. Podem ir, fiquem de olho lá. - eles assentiram e foram saindo.

- Tua casa é longe? - questionei pra ela.

- Não, vem comigo. - ela saiu andando na minha frente e eu logo alcancei.

Andamos coisa de cinco minutos pra uma rua perto dali. Ela parou na frente de uma casa e pegou a chave no bolso do short.

Abriu e me deu passagem pra entrar.

- Eu ainda não tenho todos os móveis, perdi tudo na invasão. Mas fica a vontade, senta aí no sofá. Tá com fome? - ela perguntou me encarando.

- Tô, mas se preocupa não, vou pedir alguma coisa pra gente comer. - peguei o celular abrindo o aplicativo do ifood. - Quer comer o que, preta?

- Quero sushi. - ela disse e eu fiz careta.

- Tu vai me falir, porra. - puxei ela pro meu colo e beijei seu pescoço.

- Tu perguntou o que eu queria, e eu respondi.

- Beleza, beleza. Vou pedir teu sushi. - pedi o sushi pra ela e um hambúrguer pra mim, paguei e bloqueei o celular. - Só esperar agora.

- A gente pode fazer coisas mais interessantes. - ela falou e eu estreitei o olho pra ela.

- Ih, lindona. Tudo isso é saudade? - eu perguntei brincado e ela passou as pernas pra uma de cada lado do meu corpo.

- Claro. Foram duas semanas, senti tua falta. - eu sorri pra ela.

- Pra caralho, minha preta. - concordei e ela sorriu também.

Eu tava realizado, essa mulher era tudo o que eu precisava.

VISITA INTIMA - Além do Sexo [CONCLUÍDA]Onde histórias criam vida. Descubra agora