Capítulo 52

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- ...cinco, quatro, três, dois, um.

A contagem foi feita e logo uma explosão de cor azul foi vista por todo mundo. Gritos, palmas, e eu estava feliz demais.

Abracei Russo do meu lado que sorria besta.

- Um menino, porra! - Rato gritou agarrando Hanna e beijando ela. Cheio de cerveja na cara.

- Olha lá, filha. Você vai ter um priminho. - apontei pro céu que ainda tinha resquícios da fumaça azul.

- Na barriga da tia Hanna tem um menino mãe? - ela perguntou toda feliz e eu assenti. - E na sua? - ela questionou e eu a encarei assustada.

- Aqui não tem nada, amor. - eu respondi e ela pareceu triste.

- Eu quero um bebê seu também. - ela falou triste.

- A gente tem que esperar o bebê da tia Hanna nascer e depois ele vai crescer. Aí a sua mãe pode pensar se quer ter um bebê na barriga dela. - Lena pareceu se contentar com a resposta do Russo e deu de ombros.

Depois disso foi só festa. Tava todo mundo feliz, eu comecei a beber um pouco batendo papo com Hanna e Fernanda que era a mulher do K2. Muito gente boa e era boa a companhia dela.

Era bom papear com outra mãe, eram quase as mesmas vivências, principalmente sendo uma menina a filha dela também.

Os meninos estavam dançando um pouco mais distante da gente e as crianças brincando no chão com os confetes azuis.

Vi Russo pegando mais uma lata cantando o pagode que tava tocando. Era engraçado um marmanjo daquele tamanho com um braço imobilizado, quase bêbado e tentando não embolar a língua cantando a música.

- "...meu amor é teu, sem você acho que nem existiria eu. Olha bem no meu olhar, você vai notar enfim..." - ele andou cantando e dançando com a latinha de cerveja na mão me fazendo rir. - Vem dançar, pretinha.

- Tu tá bêbado. - eu falei rindo da cara dele.

- Tô nada, tô bonzinho. Bora, vem. - ele me puxou pela mão e eu levantei indo pra onde ele tava dançando antes.

Ele agarrou minha cintura com o braço bom e eu passei uma mão pelo seu pescoço.

- "O que eu não faria pra esse amor vencer? Que louco seria de perder você. Sem o seu carinho eu não sou ninguém, você me faz tão bem, você me faz tão bem." - ele cantou "Pra você acreditar" baixinho no meu ouvido e eu apertei mais ele contra mim.

- Que isso, cheio de declarações. - falei no ouvido dele.

- Pedi pra cantarem essa música só pra te puxar pra dançar. - ele falou e eu ri. - Vem sempre aqui? Te achei uma gata gostosa.

- Te amo, Russo. - beijei sua boca e ele me girou. - Era assim que tu chegava nas meninas antes de mim?

- Que menina o que, pô? Eu era um santo e você me viciou em sexo. - eu ri alto.

- Tu é demais, tá impossível. - falei ainda rindo.

- Tu que é demais pra mim, areia demais pro meu carrinho de mão. - gargalhei. - Tá rindo de que, maluca? Tô serinho aqui.

Russo antes de ficar totalmente bêbado , ficava engraçadinho. Era tão engraçado que eu sempre esperava ele beber algumas pra começar a ouvir as pérolas, era uma graça.

- Vamo pra casa, pretinha. Quero teu corpo, tenho uma mão boazinha pra bater punheta enquanto tu tira a roupa pra mim.

- Não, você é um tarado. - eu falei ouvindo a risada dele.

- Teu problema é que tu não me leva a sério, cara. Tô falando na sinceridade. - ele falou e eu neguei com a cabeça continuando a dança com ele.

O pagode trocou e já tocava outra música. Rato colocou uma garrafinha de bebida na minha mão e eu bebi dois goles enquanto Russo se manteve na latinha dele.

Olhei Lena de longe que olhou pra gente e acenou. Acenei de volta pra ela jogando um beijo.

- Ela é linda né? - Russo perguntou olhando na mesa direção que eu e eu ri. - Deixa eu colocar meu nome no dela?

- Tu tá bêbado, não vou deixar! - eu falei rindo.

- Tô bêbado não, porra. Tô falando sério. - eu suspirei e encarei ele franzindo o cenho. - Deixa eu colocar o sobrenome em você também.

- Eu nem sei seu sobrenome. - eu falei e ele riu.

- Claro que sabe! Quando ia me visitar na cadeia aparecia na minha ficha. - ele falou e eu dei de ombros. - Garcia. Paulo Henrique Garcia Morais.

- Porque não o Morais? - eu questionei.

- Porque é do meu pai, nem tenho mais contato com ele. Garcia é da minha mãe. - ele respondeu minha pergunta e eu fiquei pensativa. Eu não sabia muito sobre ele e a família dele.

- E você têm contato com sua mãe?

- Mais ou menos. Ela não tem notícias minhas tem quase dez anos. - ele pareceu pensar um pouco. - Quer ir viajar no natal? Tava pensando em ir, bora? Tu e a Leninha. - perguntou do nada.

- Vamos! - respondi sabendo que amanhã ele ia esquecer isso e só ia lembrar da ressaca que sentiria depois que acordasse.

- Mas vamos mesmo. Pra onde eu quero ir é umas seis horas de carro, aguenta? - ele me olhou e eu ri. Como que viemos parar nesse assunto dançando pagode?

Ele deixou um cheiro no meu cangote.

- Eu aguento, não sei Lena. Mas amanhã a gente fala sobre isso, quando você estiver cem por cento sóbrio. - ele revirou os olhos e eu ri.

- Tu não bota fé em mim mesmo. - ele aceitou o pratinho de comida que ofereceram pra ele e eu roubei um pedaço de carne, beijando sua boca.

VISITA INTIMA - Além do Sexo [CONCLUÍDA]Onde histórias criam vida. Descubra agora