EPÍLOGO

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Paulo Henrique. - 2 anos depois.

Corri atrás do molequinho do Rato que tava descendo a rua sozinho, querendo meter o louco.

- Ih alá, tem nem dente e já quer meter fuga no pai. - gastei com Rato e K2 riu da cara dele.

- Dá ele aqui, pô. Tá na hora dele comer. - entreguei o pequeno pra ele e ele entrou pra casa enquanto minha pretinha saía lá de dentro toda bonitinha vindo na minha direção.

- A gente pode ir em casa rapidinho? - ela perguntou no meu ouvido e eu a encarei entendendo o que ela queria.

Quando ela vinha assim era porque sentiu alguma coisa e queria tentar ver se tava grávida.

A gente tava esses dois anos tentando, cada mês que passava e não tinha positivo, era uma tristeza. Mas se não veio ainda é porque não era o tempo certo.

Subi na moto e ela subiu na garupa.

- O que tu sentiu dessa vez? - eu perguntei.

- Uma vontade absurda de comer a papinha do Lolô mas fiquei enjoada quando senti o cheiro. - ela falou e eu ri dando partida na moto.

Chegamos em casa e ela foi indo pro andar de cima.

- Quer que eu vá contigo? - ela me olhou por cima do ombro mordendo o interior da boca.

Era um sinal de nervosismo dela.

- Quero! - ela respondeu e eu subi também e ela entrou no banheiro enquanto eu esperava do lado de fora do quarto até ouvir a maçaneta da porta girando e ela abrindo.

Já tinha virado uma rotina de quase todos os meses.

O teste tava em cima da pia, virado pra baixo e eu encarei ela, olhando o relógio pra contar os cinco minutos.

- O que você acha?

- Eu não quero criar expectativa como nas últimas vezes, mas dessa vez eu tô com uma sensação boa aqui. - ela apontou pro próprio peito.

- Será que dessa vez vai dar certo? - eu perguntei me agachando na frente dela que tava sentada no vaso e beijei sua boca num selinho demorado.

- Acho que já dá pra ver. - ela apontou pro teste e eu me levantei pegando o teste na mão. - Vê primeiro, por favor. Eu não sei se tenho psicológico pra mais um negativo.

- Eu posso ver então? - perguntei e ela assentiu.

Coloquei o teste na mão ainda virado e encarei ela virando devagar pra ver sozinho.

Assim que eu vi o resultado não tive nem como esconder dela. Tava bem visível a palavra "grávida" na tela, meu olho encheu d'água e eu ajoelhei perto dela apoiando minha cabeça nas suas pernas.

Senti ela pegando o teste da minha mão enquanto eu me acabava de chorar.

Ela começou a ter leves espasmos e percebi que ela tava chorando também. Naquele momento eu tava nostálgico, percebendo que o bebê ali na barriga dela veio no tempo exato. A gente tava tão conectado, agora mais do que nunca.

Quem diria que uma visita íntima se transformaria na história da nossa vida e faria uma mudança foda na minha trajetória.

Valéria é meu tudo. Ela, Lena e agora o bebê são tudo na minha vida.

- A gente conseguiu amor! - eu falei e senti ela chorar mais ainda.

- A gente conseguiu! - ela afirmou. - A gente vai ter um bebê.

- Uma mistura nossa. Eu te amo demais, obrigado por proporcionar isso pra mim. Porra, eu tô feliz pra caralho.

- Obriada você por trazer paz pra nossa vida. A gente te ama demais. Eu, Leninha e agora o fruto do nosso amor que tá sendo gerado aqui dentro.

Ela olhou pra própria barriga e eu tomei coragem pra tocar ali e deixar um beijo. Ainda não tinha nenhum sinal de barriga, mas porra, tava ali. O nosso filho.

Sorri enquanto beijava a barriga dela várias vezes e a encarei vendo seus olhos vermelhos por causa do choro.

- Caralho... - falei desacreditado. - Tá feliz?

- Muito! Eu tô... ah! Nem sei explicar, eu tô realizada.

- Eu nunca cuidei de criança pô, agora fiquei nervoso.

- Eu sei que você vai se dedicar a ser um pai incrível. A Lena te considera como pai, e você cuida dela como tal. Então vai ser fácil pra você.

(...)
Valéria Dantas. - 1 ano depois.

Se eu disse pra Russo que seria fácil, enganei ele.

Eu choro de rir quando ele tenta trocar a fralda do Nicolas. Ele tem se saído muito bem como pai. Dava conta de ficar com os dois quando eu precisava sair, mesmo Nic tendo só três meses, Henrique dava conta de cuidar dele sozinho. O problema era só a fralda.

Ele nunca acertava colocar e era engraçado. Ele sempre colocava torta, ou Nicolas fazia xixi nele, ou colocava ao contrário. Era uma graça.

Agora eu tava saindo do banheiro depois de tomar um banho, pronta pra deitar enquanto Russo colocava o bebê pra dormir.

Deitei pegando meu celular, vendo se eu tinha algum compromisso em alguma das lojas amanhã.

Além da minha primeira loja, eu expandi a marca e abri mais duas. Uma em um bairro nobre do Rio e outra no shopping. Eu tinha que me desdobrar pra atender a tudo o que as lojas precisavam e principalmente a tudo o que os meus filhos e meu marido precisavam.

Mas confesso que trabalhar de casa era a minha parte favorita, eu tinha tempo de sobra com a minha família e tava feliz em poder desfrutar de tudo isso.

Depois de tudo o que passamos, nós precisávamos de paz. E era isso que eu sentia a cada risada da Milena, a cada fase do Nicolas e a cada beijo do Henrique. Isso me dava paz e era o meu combustível diário.

Meus filhos são a minha vida, Russo é a minha vida. E eu me sinto completa agora com eles na minha vida.

FIM.

VISITA INTIMA - Além do Sexo [CONCLUÍDA]Onde histórias criam vida. Descubra agora