Já entramos soltando fogos e derrubando os vapores da barreira, andei pelos becos com a cobertura do K2 atrás de mim.
Fui subindo até chegar perto da boca onde eles faziam de tudo pra proteger e ninguém se aproximar.
Peguei um vapor no beco e lancei logo um questionário pra ele.
- Cadê a menina? - peguei ele pelo colarinho da camisa e ele ficou calado. - Vamo porra, cadê a garota?
- Sei de garota nenhuma não, tá maluco? - mais um soco e ele já tava perdendo a consciência. Fraquinho esse.
Apertei o maxilar dele deixando sua boca aberta e coloquei o cano da pistola ali, apertando o gatilho e sentindo só o sangue voando na minha cara.
Um outro vapor viu tudo acontecer e tentou correr mas K2 tratou de atirar na perna dele, fazendo o vagabundo cair de joelho no chão.
Ele ainda tentou levantar mas o tiro foi certeiro perto do joelho, dava pra levantar não. Cheguei dando um chute no peito dele, fazendo ele deitar com a cara de dor.
- Cadê a garota? - fiz a mesma pergunta e ele negou com a cabeça. - Responde caralho, se não tu vai acabar igual teu amigo ali.
- Na boca... Ela tá na boca, eu acho. - ele falou e eu suspirei. K2 tratou de fazer o trabalho pra mim e atirou na cabeça dele fazendo mais sangue voar.
Adrenalina era o que fazia a gente avançar pra cima desses filhos da puta. Medo era o que fazia eles caírem mais rápido.
Subimos pra mais perto ainda da boca e ouvi um tiro perto de nós. Atiraram bem no meu ombro.
Atirei de volta me escondendo atrás de uma parede. Ele atirava pra cima gastando bala, era uma pistola e já ia precisar parar pra recarregar. Assim que ouvi ele parando de atirar, só corri na direção que ele tava e quando vi o filho da puta, dei nem tempo de ele reagir, atirei na cabeça dele.
K2 tava atrás de mim ainda, arranquei um pedaço da minha camisa e amarrei no local que tava a bala, no meu ombro mesmo.
- Bora tentar entrar na boca. Lena deve tá lá. - falei pra ele que só concordou. Chamei mais dois vapores pelo radinho pra subir comigo e logo eles chegaram.
Subimos atirando em tudo o que se movia. Peguei no meio do caminho mais um moleque que tentou atirar pra cima de nós, mas faltou coragem. Ele confirmou que Milena tava na boca.
Tava pertinho já, quanto mais a gente subia, mais gente aparecia e eu metia bala em cada um. Parei em uma mureta pra abastecer minha pistola e o fuzil e logo voltamos a atirar.
Finalmente chegamos na boca, sentia a adrenalina acelerando meu coração de uma forma que sentia o gosto amargo na boca.
Atirei sem dó, ainda senti mais um tiro de raspão na minha costela, mas ignorei. Meu sangue tava quente, eu quase não sentia, mas sabia que o sangue tava escorrendo porque manchou toda minha bermuda cinza.
Arrombei a porta da sala e me deparei com a nojeita que tava aquele lugar. E meu coração quase parou ao ver que Lena não tava ali.
Caralho!
Chutei uma cadeira e passei a mão entre os cabelos ainda segurando a arma.
- Bora atrás dela, porra! A gente não tem todo tempo do mundo. - ouvi bem longe a voz de Rato e logo em seguida uma rajada de tiros me fazendo abaixar e protejer a cabeça.
Vi os dois fazendo o mesmo e suspirei aliviado vendo que nenhum dos dois tinha sido atingido.
(...)
Valéria Dantas.Eu tava tensa, deveria estar dando apoio pra Hanna, já que o marido dela também foi pra invasão. Mas eu não tinha cabeça pra nada, e eu sabia que Hanna também estava mal e aquele era um tempo tanto pra mim quanto pra ela.
Me enfiei no meu quarto e só sabia chorar pensando se estaria tudo bem por lá. Meu coração tava apertado preocupada com Russo e principalmente com a minha filha.
Já passaram três horas desde que eles saíram daqui e desde então nós não tínhamos nenhuma notícia.
Eu sentei na cama olhando a porta de vidro que mostrava parte da Rocinha. Me aproximei cruzando os braços, ainda com os olhos úmidos. Tava escuro, cheio de nuvens no céu
Minhas unhas já foram, arranquei todas com o dente por causa do nervosismo.
Estar desse lado era horrível, era uma sensação ruim de que algo vai dar errado e o homem que eu amo não vai voltar pra casa.
Mas eu mantinha meus pensamentos positivos.
Ouvi a porta da sala escancarar e bater contra a parede. Me assustei e olhei na direção da porta do meu quarto que tava fechada.
Eu estava com medo de tudo, mas peguei a arma na gaveta do lado da minha cama.
Depois do ocorrido com o incêndio, Russo me ensinou a atirar. O básico pra me defender quando preciso.
Deixei a arma na minha mão, no ponto pra engatilhar e atirar, confirmei se tava carregada e desci as escadas devagar dando de cara com Rato e K2, cheios de sangue pelo corpo, carregando minha filha no colo.
Joguei a arma longe e corri pra pegar a minha filha que estendeu os braços pra mim. Abracei ela com tanta força que senti meus braços doerem e minha coluna protestando.
Chorei mais ainda só de poder ter minha menina no meu colo de novo. Sentei ali pelo chão ainda agarrada a Lena e ela me apertou de volta.
- Eu tava com saudade de você, mamãe.
Observei de rabo de olho Rato sendo abraçado por Hanna e K2 observando as duas cenas.
Mas falta um. Cadê Russo?
- Cadê ele? - perguntei baixo pra K2 que tava me encarando. Ele olhou pra Rato procurando uma resposta e eu levantei novamente com minha pequena no colo. - Cadê o Russo?
- Ele... melhor falar disso longe da Lena. - eles falaram me deixando tensa.
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VISITA INTIMA - Além do Sexo [CONCLUÍDA]
RomanceQuando não se tem opção, você acaba tomando decisões que podem mudar a sua vida. Foi assim com Valéria ao aceitar fazer visitas íntimas a um homem temido no Rio de Janeiro. Russo era conhecido no mundo do crime pelos olhos azuis intensos e por não...