Capítulo 32

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Paulo Henrique. - duas semanas depois.

Essa porra demorou mas consegui. Finalmente agora sou um homem livre e com ficha limpa na justiça.

Fiquei off essas duas semanas mesmo, só perguntava de Rato se as meninas tavam bem. Ele sempre respondia a mesma coisa.

"Acho que sim, não falei mais com a Val."

Ou então "elas devem estar bem, se não Hanna ia me falar"

Caralho, nunca achei que sentiria falta assim nessa porra. Mas sinto muita falta da minha preta, deixo isso oculto no meu mais profundo pensamento, ela vai saber na hora certa.

E agora era hora de voltar pra casa, no mesmo helicóptero que trouxe a gente. Agora o Alemão era meu de novo e Fogo voltaria a ser sub gerente.

Ele gosta dessa posição de chefe, poder é bom demais. Mas essa posição era dele até que eu me acertasse com a justiça.

Agora... Tudo meu de novo.

Minha mala tava pronta, coloquei minha arma na parte de trás da calça e vazei pra recepção do hotel, K2 e Rato já estavam ali, o John também tava, o outro vapor que veio com a gente.

Acertei tudo no valor ali e pegamos o carro pra ir pro heliporto no interior de São Paulo, justamente pra nem dar tempo dos canas virem atrás.

Foi uma longa viagem mas chegamos no Rio depois de um tempo. Agora eram sete da manhã, um carro ja tava esperando a gente pra ir pro complexo, eu tava cansadão, queria dormir o que não dormi nessas semanas.

Mas tinha algo mais importante pra fazer.

Quero ver a minha pretinha, porra, o que essa mulher fez comigo é brincadeira.

Chegamos finalmente no complexo e fui com Rato até a casa dele com a mulher. Ele veio falando umas coisas mas eu não tava dando atenção pra nada.

Assim que chegamos ele bateu na porta e esperou.

- Ela nem sabe que eu já cheguei. - ele passou a mão no cabelo e eu ri negando com a cabeça.

- Valéria também nem sabe. - eu cocei a nuca e ele me olhou rindo de lado.

A porta foi aberta e Hanna tava do outro lado com o rosto amassado, roupas de dormir e o cabelo todo pra cima. Ela mudou completamente o semblante quando viu o namorado, virei de costas pra não ver a melosidade que aqueles dois eram.

- Já pode virar, chefe. - eu virei e os dois me olharam, ainda estavam abraçados.

- Cadê Valéria? - perguntei pra Hanna e ela me olhou confusa e desviou o olhar pra Rato que fez cara de paisagem.

- Tu não falou pra ele? - ela perguntou baixo mas deu pra ouvir.

- Não, caralho. O cara tava fodido lá em Sampa, não queria afundar mais ele na fossa.

- Que porra que não me contaram? - eu perguntei pra lembrar eles que eu ainda tava aqui.

Hanna se soltou do namorado e virou pra mim.

- Valéria saiu do complexo. Tá morando lá no asfalto agora. - eu fiquei ainda sem entender nada.

- Porque caralho? Me dá o endereço. - eu falei e ela olhou pra Rato tentando se comunicar.

- Eu não tenho o endereço, ela não me deu e não responde minhas mensagens e eu não faço idéia de onde ela pode estar. - ela explicou e vi seus olhos enchendo dágua.

- Puta que pariu. Isso tem quanto tempo? - eu perguntei.

- Ela saiu tem uma semana, disse que não podia dizer o lugar, mas ia estar em segurança. - o olhar dela se perdeu.

Passei a mão no rosto.

- Beleza, valeu aí. - eu dei as costas e fui pra boca.

Os caras já estavam movimentando ali. Mas não vi Fogo, nem os outros caras da gerência.

- Cadê teu chefe, pô? - perguntei de um vapor que tava ali soltando fumaça.

- Saiu, Russo. Disse que ia no asfalto. - eu franzi logo a cara.

- No asfalto? Fazer o que? - eu questionei.

- Sei lá, ele só saiu com o TH e o cara esquisito.

- Vem cá, pô. Explica essa história direito. - eu fui andando e ele veio atrás até a sala que era de Fogo, mas agora vai ser minha.

Me joguei no sofá e ele sentou na cadeira.

- Conta aí o que tava rolando quando eu tava fora. - ele me encarou.

- O BOPE invadiu mermo naquele dia, chefe. Destruíram uma cota de coisa aí pelo complexo, sabiam que tu tava se escondendo aqui. Os caras foram pra cima mas eles recuaram.

- E depois disso rolou o que?

- Veio um cara aqui umas cinco vezes, ele não dizia o nome lá na barreira, TH sempre recebia ele lá e levava pra Fogo, mas ouvi os dois chamando ele de Muralha. Não sei de onde veio não, mas passava horas em reunião, os três.

- E como ele era?

- Esquisito. Não falava com ninguém, não olhava demais pros caras, chegava sempre num carro blindado, todo escuro. Ele é alto, branco, tatuado, cheio de joia cara.

- Beleza, qual teu nome mesmo? - ele me encarou.

- Samuel. - ele respondeu e eu assenti pensando no que fazer.

- Tu vai sair na calada, Samuel. Não vai falar dessa conversa pra ninguém, porque se alguém souber eu vou saber que saiu de ti.

- Claro, claro!

- E a partir de hoje tu deve satisfação pra mim, não é mais pra Fogo não. Pede pros moleques virem tirar essas coisas daqui. - apontei pros móveis.

- Tá, chefe!

(...)
Era quatro da tarde agora, nada de Fogo. Nada de TH. Nem nada do tal Muralha.

Mas enquanto nada me ocorria, eu procurava ocupar e usar minha cabeça pra descobrir pra onde Valéria foi.

A maluca não pode simplesmente vazar depois de ter feito a proposta. Se ela tinta a intenção de ficar comigo, não tinha porque sair daqui. Tem alguma coisa fora do lugar, tem alguma coisa errada e eu vou achar.

Não tinha motivo pra ela sair tão rápido assim, de repente.

Cacei a maluca em todos os locais possíveis, pesquisei as últimas coisas que ela postou no instagram, mas nada tava me dando resposta.

Resolvi ligar, pra ver se ela me atendia.

Chamou umas quatro vezes e quando eu achei que ia desligar, ela atendeu.

VISITA INTIMA - Além do Sexo [CONCLUÍDA]Onde histórias criam vida. Descubra agora