Capítulo 37

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Acordei cedinho no dia seguinte, fiz toda a minha rotina matinal antes de acordar Lena pra ir pra aula. Eu tava bem descansada por termos dormido cedo ontem.

- Bom dia, mamãe. - Lena beijou meu rosto e sentou na mesa pra comer. Tão independente.

- Bom dia, meu amor. Tá bem? - ela concordou com a cabeça.

Observei minha filha comendo enquanto eu comia também e logo nos organizamos pra sair.

Eu sempre levo ela a pé pro colégio que é a duas quadras de casa. E em seguida peço uber pra ir pro trabalho que é um pouco mais longe.

Fiz todo esse trajeto e logo estava na loja onde trabalhava. Passei o resto da manhã trabalhando até dar o horário do meu almoço.

Comi e observei uma movimentação na recepção, era minha chefe. Ela quase não aparecia e quando vinha era pra demitir alguém ou dar alguma notícia.

Como falei, ela logo marcou reunião e eu fui até onde as outras meninas estavam pra que ela falasse o que queria.

- Boa tarde, meninas. Precisei passar aqui pra informar que estou hoje colocando a loja à venda. Por esse motivo, agora vocês vão ficar a mercê dos próximos donos, não sei se ele vai querer manter a equipe ou fazer trocas. Por isso, peço que já tenham em mente uma segunda opção.

Assim como as meninas, eu fiquei em choque sem saber bem o que falar. Mas eu tinha algo em mente e queria saber se era possível.

- Dona Renata, posso conversar a sós com a senhora? - pedi quando ela foi pra sala dela.

- Vanessa, eu não tenho como manter vocês aqui, não adianta pedir. - ela falou com o nariz em pé andando na minha frente sem me olhar.

- É Valéria! - corrigi e ela finalmente me encarou. - Eu não quero garantir que vou ficar. Quero saber o valor da loja, porque eu tenho um dinheiro guardado e...

- Não é barato, amor. - ela falou em um tom de sarcasmo e eu suspirei.

- Mas eu quero saber o valor. Tenho interesse em comprar. - ela me olhou séria e se aproximou.

- O ponto é alugado e seria passado pro seu nome, são seis mil reais mensais. E o valor do material da loja e toda a reposição está trinta e cinco mil.

- Eu vou comprar. - eu afirmei e ela deu um sorrisinho desacreditado.

- Sonhar é bom, Valéria. Mas eu preciso vender pra alguém que vá realmente comprar.

- Eu quero comprar! Eu tenho o valor guardado, e quero investir nisso. Qual a dificuldade de entender que não estou brincando? É uma realidade.

Eu sabia que o dinheiro vindo de Russo, principalmente aquele valor dobrado que recebi, serviria pra algo útil.

- Certo. Você precisa transferir o valor pra conta do banco, e eu transfiro os documentos pro seu nome. Ainda essa semana mesmo a loja passa a ser sua. - eu encarei ela séria e estendi minha mão pra que ela apertasse e assim foi feito.

Mais tarde no mesmo dia eu conversei com o corretor que estava vendendo a loja. Eu fiz a transferência do valor e o processo pra passar toda a documentação pro meu nome foi iniciada. Eu tava feliz, foi algo impulsivo e bem repentino.

Mas era o que eu queria. Ter mais tempo pra minha menina, ter mais independência financeira ainda. Nunca me imaginei tendo uma loja, mas é algo se concretizando nessa nova fase da minha vida.

(...)
O dia passou voando. Eu tava ansiosa pra ir embora e ver Henrique. Ele mandou mensagem avisando que viria, por isso me animei.

Eu tava me sentindo uma adolescente. Tava feliz demais com tudo isso. Meu medo era que tudo acabasse da pior forma possível.

Bati meu ponto pra sair e vi o carro do Rato estacionado do outro lado da rua, em um ponto estratégico que Russo me ensinou que era ponto de fuga caso algo acontecesse.

Me aproximei do carro. Bati no vidro e ele abriu a porta pra mim de dentro do carro mesmo.

- Oi, minha linda. - ele colocou o boné pra trás pra beijar meu pescoço e depois a minha boca.

- Oi, Russo. - eu respondi dando mais um selinho e tirando as sandálias que estavam apertando meus pés. - Tenho uma notícia.

Não me aguentei de ansiedade e anunciei logo.

- Pode falar. - ele colocou a mão na minha perna e começou a dirigir.

- Eu comprei a loja. - falei toda animada.

- Que loja? - ele ficou confuso.

- A que eu trabalho. Agora sou dona dela. Na verdade ainda faltam alguns documentos e papéis pra assinar. Mas eu já paguei uma parte, então tecnicamente é minha. - eu desandei a falar.

- Porra, minha mulher agora é empreendedora. - ele apertou minha coxa. - E tá precisando de funcionário? Tô disponível. Te ver todo dia, te comer na salinha de intervalo... - ele falou imaginando.

- Você só pensa em me comer? - questionei rindo.

- Penso em todas as posições que posso fazer contigo, gatinha. Penso também em como a gente ficaria bem mais próximo morando juntos, penso em como você ficaria mais segura se morasse na mesma casa que eu. Penso em várias coisas. - eu gargalhei.

- Não, Henrique. Não inventa! Tem cinco meses que eu tô me envolvendo contigo, é pouco tempo pra morar juntos. - ele deu de ombros.

- Foda-se. Eu quero, e se tu quiser, o tempo é um detalhe. - ele disse e eu o encarei.

- Tem a Lena também. - pontuei.

- A Lena já me considera de casa. A gente tá mais próximo agora, sabia? Bati altos papos com ela ontem.

- Ah é? E não me chamaram pra esse bate papo? - ele riu.

- Era papo entre nós. Não tem nada a ver contigo.

- O que a gente vai fazer agora? - eu mudei de assunto e ele riu percebendo.

- Quer ir lá pra boca comigo? Tô resolvedo umas paradas, só parei pra te buscar.

- O que eu vou fazer na boca? - eu olhei sem entender.

- Eu faço conta e você me faz um boquete. - eu olhei pra ele com os olhos cerrados. - Quer ficar na Hanna?

- Pode ser. Melhor eu ficar lá do que no meio de um monte de macho.

- Ninguém encosta em você, lindinha. E se encostar morre. É simples. - ele falou tranquilo e eu neguei com a cabeça.

VISITA INTIMA - Além do Sexo [CONCLUÍDA]Onde histórias criam vida. Descubra agora