Meu peito subia e descia e eu tentei gritar com medo de quem estava ali.
Sua outra mão subiu pela minha cintura e apertou forte ali, eu estava paralisada.
- Achei que ia me reconhecer, preta. - a voz dele entrou pelos meus ouvidos, causando um alvoroço nas borboletas do meu estômago.
Me virei rápido quando ele afrouxou o aperto e arregalei ainda mais os olhos vendo Henrique ali na minha frente, sem as roupas do presídio, com o cabelo cortado, a barba feita. Meu Deus!
Minha boca abriu em choque e ele riu de lado.
- O... o que? Você é louco? Como...? - eu mal conseguia formar uma frase e passei as mãos pelos seus braços vendo se era mesmo real.
- Meti fuga, cansei da vida atrás das grades. - ele falou e eu ri desacreditada.
- O que você tá fazendo aqui? - eu questionei ainda olhando pra ele. - Por isso mandaram a mensagem hoje.
- Fui eu. - ele falou rindo. - Vim te ver, fui muito bem recebido pelo visto. - ele olhou pra mim de cima a baixo, e eu lembrei das roupas que eu estava vestindo. - Eu avisei que um dia na semana não tava sendo suficiente pra mim. - ele se aproximou.
- E aí você fugiu? - eu perguntei incrédula.
- E aí eu fugi. - ele confirmou.
- Como você fez isso? - eu questionei e ele deu de ombros.
- É fácil quando faz amizades certas nos lugares certos. - ele explicou. - Eu comecei a rebelião e vazei quando os guardas foram pro meio da muvuca. O mundo é dos espertos. - ele passou a mão pela minha bunda como se fosse a coisa mais natural.
- Vi que foram dois que fugiram. - eu comecei e senti ele desconfortável.
- Eu e o meu parceiro de cela. - ele explicou sem muitos detalhes e eu assenti concordando.
- Mamãe? - Lena apareceu na sala sonolenta.
Empurrei o corpo alto de Henrique pro canto, onde ela não conseguiria ver.
- Oi meu amor. - eu falei me aproximando.
- Ouvi sua voz, vim ver se tava tudo bem. - ela falou e eu ri baixinho.
- Tá tudo bem sim, minha vida. Pode voltar a dormir. Eu tava falando sozinha. - expliquei e me odiei por mentir pra minha menina.
Mas seria muito mais difícil explicar o que Henrique tava fazendo na minha casa a essa hora.
- Tá bom, mãe. Te amo! - ela deu as costas.
- Te amo! - falei mais alto pra ela ouvir e suspirei quando estava mais longe e eu pude respirar.
- Ela parece com você. - ouvi a voz dele atrás de mim e senti suas mãos passando pela minha cintura em um abraço. Nunca achei que estaria confortável em um abraço.
- Ainda bem... - respondi e o encarei inclinando meu corpo pro lado e virando pra trás. - Acho que você pode ir. - expulsei.
- Não, preta. Vou dormir aqui e a gente vai adiantar a visita de amanhã, beleza? - ele riu safado e eu neguei com a cabeça.
- Beleza nada, eu quero dormir. - eu falei mesmo que meu corpo dissesse o contrário.
- A gente pode dormir então, eu tô sem casa por enquanto, bom que posso dormir de conchinha contigo. - fez graça.
Não parecia o tipo dele dormir de conchinha, não mesmo. Ele parecia o tipo de homem que fodia numa noite e fingia que não conhecia no dia seguinte.
- Vou fazer você voltar pra cadeia, tava melhor lá. - ele fechou a cara e eu respirei fundo antes de responder. - Você vai ficar calado, minha filha é uma fofoqueira, se te ver aqui, vai acabar contando pra tia dela. E vai ser maior problema. - eu falei.
- Eu sou um cara silencioso. - ele respondeu e eu ri.
Puxei ele pro meu quarto e ele entrou observando tudo ao redor. Ele parou os olhos no meu corpo e eu revirei os olhos. Parece que tá no cio.
- Realmente não vai rolar, Henrique. Hoje não! - ele fechou a cara.
- Mas tu é paga pra isso. - ele argumentou e eu ri.
- Sou paga pelas quartas feiras, ainda não é quarta. - eu falei e ele revirou os olhos tirando os chinelos e tirou a pistola da cintura colocando em cima da minha cômoda. - Não, não, não! Pode tirar isso daí, na minha casa não entra isso. Coloca na gaveta, onde eu não veja. Vai que dispare sem querer.
- Tá travada. - ele falou mas tirou da cômoda e colocou na gaveta, como eu pedi. Muito bem.
Ele se jogou na minha cama e colocou as duas mãos embaixo da cabeça. É uma folga sem limites, não dava pra entender.
- Como você conseguiu fugir? - eu perguntei desligando a luz e sentando na cama, um pouco afastada dele.
- Eu paguei os guardas, saí pelo portão dos fundos. Agora preciso garantir minha ficha limpa, porque por enquanto sou foragido e procurado pelos vermes. - ele explicou de olhos fechados.
- E quanto tempo pretende ficar aqui? - eu perguntei e ele me olhou sem entender.
- Eu tô em casa, preta. Não pretendo sair não. Cresci aqui, vou morrer aqui! - ele falou e deitou direito, me puxando pela cintura até que minha perna estava do lado do seu rosto e sua respiração batendo na minha coxa. - Eu te vi dando mole pra aquele arrombado do TH.
- Ciúmes, lindo? - brinquei olhando pra ele que tava com a cara fechada.
- Já te falei, se eu souber que tu tá com outro, é tu e ele que vão pra vala. Ainda faltam sete quartas. - ele falou e eu revirei os olhos.
- Não sou igual as putas que você come. E tô bem tranquila, não tô desesperada por rola. - falei e ele me olhou.
- Filha da puta.
Não tava preparada pra ele me derrubando na cama e subindo por cima de mim.
- Eu já falei que hoje não vai rolar. - eu falei olhando nos olhos dele que estava bem perto de mim, pressionando seu corpo contra o meu.
- Uhum, eu ouvi... - ele falou se aproximando mais de mim e roçando a boca na minha.
Filho da puta descarado. Ele não sabe receber não como resposta, mas comigo a coisa é diferente. Ele vai ter que aprender, porque eu não sei ceder.
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VISITA INTIMA - Além do Sexo [CONCLUÍDA]
RomanceQuando não se tem opção, você acaba tomando decisões que podem mudar a sua vida. Foi assim com Valéria ao aceitar fazer visitas íntimas a um homem temido no Rio de Janeiro. Russo era conhecido no mundo do crime pelos olhos azuis intensos e por não...