Capítulo 28

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Valéria Dantas.

- Russo, ahn... - ele investiu com força, olhando nos meus olhos, sorrindo sacana.

Aqueles olhos me deixavam ainda mais excitada, o jeito como ele me olhava me fazia acreditar que eu era a única mulher nesse mundo.

- Tu é gostosa demais, Valéria! - ele deitou mais o corpo em cima do meu e continuou investindo.

Forte, bruto, profundo. Eu gemia baixinho sem cortar a conexão visual que a gente tinha.

Meus olhos estavam nele, assim como os dele estavam em mim. Fixos e atentos a cada movimento meu.

- Porra... - ele gemeu baixo e eu sabia que estava perto de gozar.

Mas ele não acelerou os movimentos, ele se aproximou, beijou a minha boca, olhou nos meus olhos, apertou minha cintura e respirou fundo antes de gozar com o rosto enterrado no meu pescoço. Meu corpo também tremia abaixo do seu, eu tive um orgasmo forte que me deixou fraca e trêmula.

- Deixa a minha porra aí dentro pra você lembrar de mim.

Eu ri pelo nariz e ele supurou.

- Vamo comigo, pô. Ainda dá tempo. - ele falou meio abafado com o rosto ainda no meu pescoço.

- Eu iria se não tivessem coisas que me prendessem aqui. - falei baixinho abraçando seu tronco nu.

Desenhei por cima das tatuagens, percebi uma mais recente bem no trapézio, parece ter sido feita no último mês.

Era a letra de uma música, e de cabeça pra baixo na posição que eu tava não dava pra ler.

- O que tá escrito? - passei a mão bem devagar e ele suspirou.

- É a letra de uma música. "A vivência ampliou minha visão"

- E essa...? - escorreguei a mão pela costela dele onde sabia que tinha uma frase.

- É uma frase em latim. "Non videmus manticae quod in tergo est." Significa que não se vê a carga que alguém carrega nas costas. Fiz na cadeia.

- É bonita demais pra ter sido feita na cadeia. - ele riu baixinho.

- Vou sentir tua falta, na moral. - ele falou e me encarou.

- É só uma semana. - eu falei passando a mão pelo seu rosto.

- É o meu plano, não sei se vai ser isso mesmo não. - ele deitou na cama e me puxou pra deitar mais perto dele.

Nos encaramos e ele suspirou pronto pra falar alguma coisa, mas não falou.

- Precisa de alguma coisa? - questionei percebendo que ele tava doido pra falar algo.

- Não, eu só queria perguntar um bagulho. As nossas últimas transas tem sido diferentes pô. Tu acha isso também?

Eu parei pra pensar e realmente, tem sido sim. Ainda não identifiquei o que era, mas sabia que tava totalmente diferente de quando nos conhecemos.

- Eu acho. Também percebi. - falei baixinho.

- O que você acha que é? - ele foi sondando tentando chegar a algum lugar.

- Eu não sei o que eu acho. - ele riu e se aproximou da minha boca.

- Eu sei o que é. E eu não sei o que vai acontecer nessa viagem, por isso quero jogar umas cartas na mesa antes de ir. - ele falou e riu pra mim. - Valéria, desde que te conheci, acendeu um bagulho em mim que eu nunca senti por ninguém. Sério mesmo, teu caráter, tua força, você inteira me prendeu de um jeito que eu não consigo explicar.

Ele suspirou antes de continuar.

- Porra, tu tem me deixado louco. Eu ainda não conheço nem metade da tua história e tu me cativou.

- Russo...

- Eu já tô terminando, preta. Só quero que tu saiba que eu te admiro... - ele beijou meu ombro. - E tu é uma mulher foda pra caralho.

Eu sorri pra ele. Entendendo exatamente o que ele dizia.

- Henrique... - comecei.

- Gosto quando tu me chama assim, parece bem mais íntimo. Coisa nossa, sabe?

- Eu quero que tu saiba que eu vou sentir sua falta. É difícil pra mim admitir isso, mas eu vou! Porque tu já faz parte da minha rotina, minha filha gosta de ti e eu também né... - ri sem graça.

- Tu gosta de mim? - ele perguntou e eu ri do falso tom de espanto.

- No início eu te aturava. Mas agora aprendi a gostar da tua companhia, além do sexo.

- Além do sexo, gostei disso. - falou e beijou meu maxilar.

- Eu vou esperar você voltar pra tentarmos algo, se você quiser. - eu falei e enxerguei mesmo com o quarto escuro, os olhos dele brilhando e sem desgrudar dos meus.

- Porra, aí eu me viro em três dias de viagem. - eu ri. - Eu quero você pô. A gente tenta algo quando eu voltar então.

- Isso... - suspirei ainda o encarando.

Ele se aproximou e iniciou um beijo leve e suave. Sem agressividade, sem segundas intenções, sem mãos bobas. Éramos só nós dois dentro de quatro paredes.

Com toda a nossa conexão e todos os nossos sentimentos agora expostos. Tudo tava bom demais, eu tinha até esquecido que em alguns minutos ele ia embora.

Só me lembrei quando seu radinho começou a apitar e ele levantou da cama pra atender o que era.

- Tudo pronto com o carro, chefe. K2 e Rato já chegaram aqui na entrada e o helicóptero já tá no topo do prédio esperando. - um vapor comunicou e Russo suspirou.

- Beleza, Galvão, já tô de saída. Cadê Fogo? - questionei porque não vi ele no baile.

- Ele ficou em casa, chefe. Tava muito bem de saúde não, o cara tava meio pálido todo se tremendo.

- Beleza, já tô indo. Marca vinte. - ele falou olhando pra mim.

Fiz uma falsa cara de tristeza.

- Uma semana longe de você? Meu Deus, eu tô sonhando? - eu brinquei e ele riu.

- Sai fora, porra. Acabou de admitir que vai sentir minha falta, fode não. - ele falou e puxou minhas duas mãos pra levantar. Eu tava só com uma camisa dele que mais parecia um vestido em mim.

Passei as duas mãos pelo seu peitoral e subí pro pescoço arranhando um pouco na nuca.

- Boa viagem. Se precisar de mim é só ligar. - eu falei e dei um selinho nele.

- Eu vou ver se vou conseguir me comunicar, mas qualquer coisa fica atenta aí, lembra do que a gente papeou esses dias. Logo mais tô de volta, preta.

- Eu vou te esperar. - ele sorriu e eu sorri também.

VISITA INTIMA - Além do Sexo [CONCLUÍDA]Onde histórias criam vida. Descubra agora