1 semana depois
- Mamãe... - Milena apareceu na porta do meu quarto com o rosto meio pálido e a voz rouca.
- Oi amor, o que aconteceu? - sentei na cama e ela se aproximou colocando a mão no peito.
- Eu tô com dor aqui. - ela colocou o dedinho no peito e eu puxei ela pro meu colo sentindo que seu corpo estava mole e muito quente, era febre.
- Meu Deus, Lena. Você tá quente demais. A gente tem que ir no hospital, mamãe vai colocar uma roupa, espera aqui. - eu falei deixando ela sentada no meio da cama e troquei o pijama por uma roupa mais apresentável.
Liguei o meu celular vendo que já eram quase duas da manhã. Meu coração tava batendo forte pela adrenalina mas eu tratei de me controlar, tratei de eliminar a ansiedade que ocupava minha mente.
Peguei algumas coisas e enfiei dentro de uma bolsa e também os documentos de Milena junto com os meus.
Parece que TH sentiu algo fora do lugar porque uma mensagem do seu número chegou no meu celular.
"A luz da tua janela tá acesa, achei que ia tá dormindo já"
Ele tava observando?
"Tá me vigiando?"
"Não, tô fazendo ronda pelo morro, trampando né" "Tá fazendo o que?"
"Tô me arrumando pra ir no hospital, Milena tá ruim."
"Puts, quer que leve vocês lá?"
"Eu não vou negar. Uber essa hora tá ruim, é perigoso."
"Beleza, eu vou emprestar um carro e já passo aí, coisa de dez minutinhos. Consegue esperar?"
"Consigo, é o tempo de eu me organizar aqui."
E assim se passaram os dez minutos e eu ouvi o motor do carro parado na frente da minha casa.
Coloquei um casaco em Lena porque tava meio frio, peguei a bolsa com os documentos e saí de casa.
O vidro do carro tava baixo, TH deu um sorriso de lado e eu retribuí. Coloquei Milena no banco de trás e dei a volta sentando no banco do carona.
- Obrigada por isso. - falei e ele só concordou com a cabeça. - Não vai ter problema pra você saindo do morro? Você tava trabalhando né?
- Não, minha ficha é limpa, Val. - ele falou e eu assenti. - E avisei que vou precisar sair do meu posto por algumas horas.
Apesar de ver no TH uma boa pessoa, eu não me sentia a vontade, e nem dá pra entender porquê.
Lena resmungou no banco de trás e eu encarei ela, vendo que ela estava com os olhinhos fechados, quase dormindo. Mas estava com o cenho franzido.
Cerca de vinte minutos depois, nós chegamos ao hospital, TH estacionou e eu desci com Milena no colo.
- Quer que eu te espere aqui? - ele perguntou e eu neguei com a cabeça.
- Eu vou pedir um uber pra voltar, obrigada! De verdade, TH.
- Tem certeza? Tenho problema em ficar aqui não. - ele me olhou e eu segurei o olhar no dele.
Olhei Lena tremendo no meu colo e ele levantou as sobrancelhas esperando uma resposta.
- Eu não sei se vai demorar, mas se for eu volto aqui pra te avisar e você volta pra casa. Obrigada mesmo. - eu falei e ele assentiu e sorriu pra mim.
- Qualquer coisa me aciona, princesa. - ele falou e eu assenti quando ele começou a fechar o vidro.
Entrei pra dentro do pronto socorro e fiz a ficha da minha pequena que começou a tossir. Eu estava cansada, com sono, mas Milena me dava força e motivação.
Logo ela foi chamada pela médica que mediu a temperatura, deu banho de água gelada, me partiu o coração vendo Milena gritar com a água. Logo ela estava sentada na maca, pronta pra tomar o soro na veia.
- Pelo que eu verifiquei, é o início de uma gripe. Vou estar passando os remédios pra ela melhorar. E ela vai precisar tomar alguns na veia junto com o soro.
- Tudo bem! - falei tensa e a médica começou a escrever num papel.
Me aproximei da minha filha e ela passou os bracinhos ao redor do meu corpo pra me abraçar. Eu não precisava de mais nada, só Milena bem e saudável era o suficiente pra mim.
Nenhuma mãe de verdade gosta de ver o sofrimento do filho. Digo mãe que realmente se preocupa, é bem diferente das genitoras que só colocam no mundo. Mãe é mãe. Genitora é genitora.
Eu não sou perfeita. Mas por Milena eu faço o meu melhor, dia após dia. Eu tento ser pra ela 100% em tudo, pra que ela veja em mim a suficiência que eu não vi em ninguémna minha infância.
Então quando eu menos reparei, uma lágrima solitária saiu pelo meu olho, tratei de limpar pra não passar insegurança pra minha pequena. Olhei pra ela sorrindo e ela sorriu de volta.
- Eu te amo mamãe. - essa era a minha cura.
O meu sol em dias nublados, a minha âncora em meio à tempestade. Eu amo demais essa garota, que chega a doer no meu peito.
- Eu amo você, meu amor. Você é o meu bem mais precioso. - falei baixinho só pra ela ouvir.
(...)
Medicada e liberada.Eu estava exausta. Não dormi nada essa madrugada.
Já eram cinco da manhã e eu saí do hospital com Lena no colo e vi logo o carro de TH estacionado no mesmo lugar.
Eu caminhei até lá mas quando tentei abrir a porta estava trancada, dei duas batidas no vidro e ele abriu revelando a cara amassada de quem tava dormindo, o banco tava quase todo deitado, ele tava com um casaco por cima do corpo e fechou um dos olhos por causa da claridade.
- Desculpa, atrapalhei sua noite de sono. - falei e ele riu de lado negando com a cabeça.
- Não, não. Te preocupa não. Entra aí.
Coloquei Lena no banco de trás e dei a volta de novo pra entrar no banco da frente. TH deu partida e rapidamente chegamos de volta no morro.
VOCÊ ESTÁ LENDO
VISITA INTIMA - Além do Sexo [CONCLUÍDA]
RomanceQuando não se tem opção, você acaba tomando decisões que podem mudar a sua vida. Foi assim com Valéria ao aceitar fazer visitas íntimas a um homem temido no Rio de Janeiro. Russo era conhecido no mundo do crime pelos olhos azuis intensos e por não...