Capítulo 43

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Valéria Dantas.

Mantive a minha rotina. Até a parte de ir trabalhar lá na loja.

Avisei as meninas que hoje trabalharia de casa, mas se elas precisassem de mim era pra ligar. Eu tava em casa digitando umas coisas no meu computador, organizando as coisas da loja.

Ouvi a porta da frente abrindo e sabia que era Hanna, ela avisou que viria.

- Oi meu amor. - eu beijei seu rosto quando ela sentou do meu lado na cama. - E esse bebê? O amor da dinda tá bem? - fiz carinho na barriga ainda inexistente dela.

- Eu vou ter que me desacostumar de te ver falando comigo primeiro, quando meu filho nascer, você vai me esquecer.

- Claro, o foco é meu sobrinho.

- Fomos ontem fazer uma ultrassom. Ele tá do tamanho de uma uva passa, sabia? - ela começou a ficar chorosa e eu ri. - Ele é tão pequenininho, dá vontade de chorar.

- Mas ele vai crescer. E vai passar bem rapidinho, aproveita cada fase.

- Eu tô morrendo de tantos enjoos. Victor cansou de lavar o banheiro de tanto que eu boto meus rins pra fora.

- O bebê tá em fase de desenvolvimento e você não tá acostumada.

- Pois é, o médico falou isso. Daqui dois meses a gente já vai poder saber o sexo. Eu acho que quero fazer aqueles chá revelação. - ela comentou e eu sorri.

- Você é toda ansiosa. Vai querer mesmo?

- Vou fazer a ultrassom num dia e fazer a revelação no dia seguinte. Você vai ser a guardiã do segredo, olha só que bacana.

- Eu? Você sabe que eu não sei esconder nada.

- Mas vai ser o sexo do seu sobrinho, vai ter que guardar. - ela falou e deitou na minha cama, lendo o que eu tava escrevendo no notebook. - Como tá lá na loja?

- Não pude ir hoje, mas as meninas dão conta. Eu tô trabalhando de casa.

- Acho chique esse negócio de home office. Descobri a gravidez e já pedi demissão lá do meu trabalho, agora sou sustentada pelo meu macho. - ela gargalhou.

- Mas é bom pra você curtir essa fase, curtir a gravidez toda sem precisar se preocupar com trabalho e despesas. - eu falei e ela suspirou.

- Vamos almoçar lá em casa domingo? Leva o teu homem pra fazer churrasco, ele sabe acender a churrasqueira melhor que o Victor que demora uma eternidade. - eu gargalhei.

- A gente vai. Só diz o que eu tenho que levar pra não ficar pesado pra você.

- Leva a Lena e o Russo, o resto a gente se vira. - eu revirei os olhos e ela riu.

Meu telefone tocou e eu vi que era uma menina lá da loja.

- Oi, Val. Vai chegar encomenda agora de tarde, só você pode assinar. Ligaram tem uns cinco minutos pra avisar.

- Ah, tudo bem. Eu vou aí rapidinho. - eu confirmei e desliguei. - Quer ir lá na loja comigo?

- Eu tô meio indisposta, amiga. Mas se quiser trazer umas roupinhas pra mim, fique à vontade. - ela falou meio desanimada, mas correu pro banheiro pra vomitar.

Eu lembro que nessa fase da minha gravidez eu também só vivia no banheiro, vomitando até as tripas pra fora. Mas passou rápido, foram só os três primeiros meses.

Troquei só de roupa, colocando uma calça jeans e uma camisa mais frouxinha. Mandei mensagem pra Russo pra ele me levar lá. Na hora recebi sua resposta.

"Sim senhora, minha deusa. Você que manda!" - eu ri pro celular e respondi com uma figurinha.

- Russo vai me levar lá. Tô descendo pra esperar ele. - eu falei um pouco mais alto pra Hanna ouvir.

- Tá bom, posso pegar uma dessas escovas novas? Minha boca ficou com gosto ruim.

- À vontade. - eu falei juntando algumas coisas na bolsa. Olhei pra minha gaveta e abri vendo a arma de Russo ali dentro.

Mordi o interior da bochecha pensando se colocava ou não na bolsa e achei melhor não. Pra quando eu for sair sozinha talvez precise.

Na verdade eu precisava de uma aula de tiros. Ia cobrar Russo pra me ensinar a atirar. Eu tenho que saber me defender de alguma forma.

- Achei que já tinha ido. - Hanna apareceu secando as mãos nos cabelos e ajeitando a camisa.

- Tô indo esperar o Russo lá embaixo. - eu falei e descemos as escadas.

Ficamos ali ainda uns cinco minutos e o bonito buzinou do lado de fora, me despedi da Hanna bem rápido e ela ficou ali na sala, disse que ia ver algo na TV.

Saí e ele abriu o vidro da frente mostrando que Rato tava com ele no banco da frente.

- Ih, aqui é o lugar da primeira dama. Vou lá atrás mesmo. - Rato falou saindo do carro e abrindo a porta de trás pra entrar.

Eu entrei no banco da frente mesmo e dei um selinho em Russo.

Descemos até a loja e ele estacionou bem na frente.

- Quer que a gente fique? - Russo perguntou.

- Não precisa, vou só assinar uns documentos e tenho que esperar mercadoria chegar. - eu falei e ele assentiu olhando ao redor.

- Cuidado ein, Valzinha. - Rato falou e eu ri concordando.

Saí do carro rápido e fui indo pra loja, as meninas estavam atendendo duas clientes que estavam olhando as roupas e eu fui direto pra minha sala.

Entrei e fechei a porta ficando sozinha ali. Dei um sorrisinho vendo as flores que Russo deu, estavam começando a murchar e eu passei a mão em uma delas.

Eu ouvi a tranca fechando e olhei rápido a porta, vendo que ela tinha sido trancada por fora. Procurei minha chave na gaveta e ela não estava ali.

Eu tinha certeza que tinha deixado aqui.

Corri até lá e dei algumas batidinhas, mas não tive resposta.

Coloquei o meu ouvido na porta pra tentar ouvir algo, mas só o que eu ouvia era passos e uma movimentação esquisita. Ninguém falava nada, só faziam as coisas.

Bati mais forte chamando por alguém mas não tive resposta.

Até que comecei a ouvir mais batidas na outra porta. Também trancaram as meninas, provavelmente na sala de descanso.

Que merda tá acontecendo?

Peguei rápido meu celular pra olhar as câmeras da loja, e eu tava sem sinal. Cortaram o sinal aqui dentro.

Caramba, o que eu faço?

Comecei a andar em círculos, passando as mãos entre os meus cabelos.

Mas paralisei ao sentir um cheiro muito específico. Fumaça.

VISITA INTIMA - Além do Sexo [CONCLUÍDA]Onde histórias criam vida. Descubra agora