Valéria Dantas. - seis semanas depois.
Foram semanas difíceis. Russo acordou do coma induzido, demorou um tempo pra se recuperar e foi proibido de sair de casa.
Essa última parte não foi nem regra minha, foi K2 e Rato que vigiavam ele o dia todo pra ver se ele não tava fazendo esforço.
Machado, TH, Fogo e WM foram mortos naquele confronto. TH e Fogo foram trazidos aqui pro morro e foram queimados na praça pra todo mundo ver que eram X9 e traidores.
Eu tava mais tranquila com tudo se encaixando, tudo voltando ao normal.
A loja realmente teve perda total. Precisei mudar o ponto, comprar tudo de novo, com o seguro do local paguei as indenizações das funcionárias e agora vou reconstruir tudo do zero. A loja ainda está sendo reformada e idealizada do meu jeitinho.
Lena voltou pra escola aqui do complexo, voltou pra ginástica e tava feliz da vida.
Finalmente chamei Russo pra morar de vez comigo, ficar longe dele tava sendo uma tortura e era o que eu queria e o que ele queria também, por isso agora a gente mora debaixo do mesmo teto.
O aniversário dele de vinte e nove anos foi comemorado aqui em casa, só pros mais íntimos. Assamos uma carne com um pagode e muita cerveja do jeito que ele gosta.
Ele passou esse mês todo com raiva da minha cara porque ele queria sair e eu não deixava, ele ficou bem mal nos primeiros dias, dormia mal porque sentia muita dor no local onde ele pegou os tiros. Foi um no ombro, um na perna, e um no peito direito. E ainda teve o de raspão bem na costela.
Foi sorte não ter pego em nenhum lugar que comprometeria a vida dele.
Agora ele já tá quase cem por cento recuperado, usava só uma tipoia no braço pra apoiar o ombro que foi atingido.
Hoje era um dia feliz, simplesmente por ser chá revelação do bebê da Hanna.
Eu estava desde o início da semana ajudando ela com as lembrancinhas. Eu já comprei tanto presente pra essa criança, toda vez que saía tinha que comprar alguma coisa nem que fosse uma chupeta.
Eu terminei de colocar a roupa na Lena e penteei seus cabelos deixando soltos, coloquei só a tiara branca da mesma cor que o vestido.
Russo chegou na sala cheiroso, todo vestido de branco também porque foi a cor que Hanna pediu pra irmos. E eu estava com um conjuntinho de saia e cropped branco e uma sandália dourada de dedos.
- Você tá toda lindona. - Russo beijou o topo da minha cabeça e me abraçou por trás com o braço sem tipóia. - E essa princesa? Linda demais, tá maluco?
Ele falou pra Lena que ficou toda tímida e soltou um risinho que fez a gente rir.
- Te amo. - ele sussurrou no meu ouvido.
- Te amo. - respondi me virando pra beijar seu rosto.
- Bora? A gente tá um pouquinho atrasado.
Assenti pegando a bolsa da Lena e fomos pro carro. Coloquei ela no banco de trás e passei o cinto pelo seu corpinho miúdo.
Entrei no banco da frente e descemos o morro até o local que seria a revelação. Era numa laje aberta, já estava rolando um pagode e assim que chegamos e fomos andando, já ofereceram cerveja pra Russo e ele aceitou de bom grado me fazendo rir.
- Não dispensa uma cachaça. - comentei e ele me ofereceu um gole mas eu neguei, depois eu bebia, agora eu só queria coisa leve.
Cheguei já deixando o presente no balcão onde estavam os outros e corri pra abraçar minha amiga que estava com a barriga um pouco maior e mais visível, era a coisa mais linda.
Ela me abraçou e abraçou em seguida.
- Eu tô tão ansiosa. Acredita que nem comi de tanta ansiedade? - ela falou e eu ri.
- Você ficar sem comer é novidade. - ela riu.
- Eu deixei uma mesa separada bem na frente pra vocês. - ela apontou e eu assenti.
- Cadê teu marido? - eu perguntei.
- Ele não saiu de perto da churrasqueira desde que acenderam. Deve tá se empanturrando de comida e cachaça. - eu gargalhei. - E o teu?
- Chegou bebendo já, nem com aquele braço pendurado ele deixa bebida. - ela riu e vimos os dois chegando perto.
- Já tão falando da gente né? - Russo chegou perto pegando Lena no colo e oferecendo um pedaço de carne pra ela. Isso tudo com um braço só.
- Claro! A gente tava falando o quanto vocês são ótimos maridos. - Hanna falou e eu concordei fazendo a sonsa.
- Me engana mais que eu gosto. - Rato falou e eu gargalhei.
Hanna suspirou quando a mãe dela chamou ela pra dentro da casa e ela foi pedindo licença e puxando Rato com ela.
Olhei pra Russo que deixou minha pequena no chão e ela correu na direção da filha do K2 que tinha acabado de chegar com a mulher.
Eles vieram pra perto da gente e eu cumprimentei os dois. Sentamos na mesma mesa e ficamos de olho nas meninas brincando.
Aqui só tinha gente de confiança, convidados da Hanna e do Rato. Por isso deixei Lena bem à vontade pra brincar com a amiguinha dela.
Não demorou muito e logo Hanna começou a falar, Rato tava rindo pro vento e eu arrisco dizer que não era só por causa da felicidade de descobrir o sexo do bebê, era uma parcela de culpa da bebida também.
- Antes da gente descobrir quem tá aqui dentro, - apontou pra garriga. - eu queria chamar aqui duas pessoas pra estar do nosso lado nessa etapa da nossa vida. São pessoas indispensáveis na nossa rotina e sei que vão cuidar muito bem do nosso bebê como padrinhos. Russo e Val, nós queremos ter vocês como madrinha e padrinho do nosso filho porque amamos vocês e sabemos que essa criança vai amar conviver com vocês dois assim como nós amamos. - eu olhei pra Russo com os olhos arregalados e sorri sentindo meu coração batendo mais forte de felicidade.
Fomos de mãos dadas até eles e tivemos um momento pra agradecer pelo convite de ser madrinha do bebê deles. Eu amo tanto esses três. Amo tanto esse bebê sem nem ter conhecido ele.
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VISITA INTIMA - Além do Sexo [CONCLUÍDA]
RomanceQuando não se tem opção, você acaba tomando decisões que podem mudar a sua vida. Foi assim com Valéria ao aceitar fazer visitas íntimas a um homem temido no Rio de Janeiro. Russo era conhecido no mundo do crime pelos olhos azuis intensos e por não...